Apertem os cintos! O piloto é Mercadante!
Reinaldo Azevedo
Escrevi há dois dias um texto em que brincava: “Apertem os cintos, a pilota sumiu”. Agora corrijo um tantinho: “Apertem os cintos; o piloto é Mercadante!”.
Alguém pode me dizer o que faz o ministro da Educação como porta-voz da presidente? Onde estão Ideli Salvatti (Relações Institucionais), Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça)? Só o homem do “irrevogável” aparece para falar. Dá para entender por que a presidente anunciou, com pompa, para 27 governadores e 26 prefeitos de capitais, que mobilizaria o país em favor de uma Constituinte exclusiva, só para fazer a reforma política, e renunciou à proposta menos de 24 horas depois. Nem poderia ser diferente: ela era escancaradamente inconstitucional.
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Atenção!
A economia não vai bem, o estoque de mágicas do lulo-petismo se esgotou, mas isso ainda não chegou aos pobres, que não estão nas ruas nem cercando os estádios. A Copa das Confederações acaba no domingo, e Dilma deve ter uma folga. As manifestações de rua vão se fragmentando e perdendo aquele ímpeto de resistência cívica que lhe foi conferida pelas TVs. Daqui a pouco, sobram apenas os profissionais do protesto, com a sua aloprada agenda socialista, o que vai acabar incomodando mais os prefeitos e os governadores do que propriamente a presidente.
Dilma anunciou a sindicalistas que “vai disputar as rua”. Ela, propriamente, não tem condições de fazê-lo, mas os petistas têm. Se setores do partido que querem a volta do Demiurgo pararem de sabotá-la, ela tem condições de se levantar. Ainda que não se faça o plebiscito, é certo que a reforma política passará agora a dominar o noticiário.
“Mas e as ruas? E a luta contra a corrupção? E a luta por hospitais e escolas padrão Fifa?”
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E o que terá restado de saldo? Governos com os respectivos caixas arrebentados, um petismo ainda mais mobilizado à esquerda, sedizentes representantes de movimento populares convictos de que podem parar o país quando lhes der na telha e com interlocução ainda mais estreita com o Planalto, um reforço à cultura de que o estado é um saco sem fundo… E queira Deus que a reforma política, como a quer o PT ao menos, não tenha avançado.
O pior de todos os desastres em que poderia resultar esse movimento seria a aprovação do financiamento público de campanha e a plebiscitização da democracia. Porque aí, sim, o país ficaria refém do petismo e suas franjas. Ninguém organiza “o povo” do Facebook. Mas os petralhas são, sim, organizados.
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