A entidade que registrou o domínio na internet do Movimento Passe Livre, principal organizador dos atos que terminaram em confrontos e vandalismo nas ruas de São Paulo na terça-feira (12), recebe recursos públicos e mantém convênios com o governo federal.
Usado nos últimos dias como uma das principais ferramentas de mobilização do grupo em São Paulo, o site foi registrado pela Associação Cultural Alquimídia, entidade que hoje mantém convênios com o Ministério da Cultura e a Petrobras que juntos somam cerca de R$ 787 mil.
Thiago Skarnio, diretor da Alquimídia, afirma que os projetos selecionados para ganhar recursos públicos não têm qualquer tipo de relação com o movimento contra as tarifas do transporte público.
Ele diz ainda que a Alquimídia registrou o domínio "mpl.org.br" há mais de cinco anos e nunca produziu nenhum tipo de conteúdo para o site. Segundo Skarnio, o trabalho da Alquimídia abrange desde a produção de documentários até o registro de domínios na internet para movimentos sociais e grupos de cultura popular sem CNPJ.
"Foi o que aconteceu com o Movimento Passe Livre anos atrás, quando integrantes do grupo que milita pelo transporte público de qualidade e gratuito entrou em contato conosco para registrar o domínio mpl.org.br. Como jornalista, cobri as manifestações mas nunca produzimos conteúdo para eles", afirmou Skarnio, dizendo que o movimento em São Paulo tem usado um subdomínio do site.
Sobre os recursos federais, o diretor da Alquimídia confirma que mantém convênios e parcerias com diferentes órgãos públicos, entre eles a Petrobrás (R$ 90 mil) e o Ministério da Cultura (R$ 697,6 mil).
"Para manter as atividades sócio-culturais, a Alquimídia, assim como outras associações, desenvolve projetos para fundos e leis de incentivo. Temos convênio com prefeitura, fundação de cultura e outros órgãos públicos", afirma Skarnio, dizendo ainda que os recursos são repassados para projetos específicos e que as prestações de contas são "rigorosas".
O convênio com o Ministério da Cultura, por exemplo, prevê a difusão da produção dos pontos de cultura na região Sul do país. Segundo o Portal da Transparência, já foram repassados R$ 348,8 mil para o convênio que começou em dezembro de 2010 e vai até julho deste ano.
(Folha de S.Paulo)
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