Um bom começo seria o governo parar de gastar fortunas com marqueteiros
O governo, tão sensibilizado que está para o clamor que vem das ruas, em vez de ficar anunciando coisas que só poderão ser feitas a longo prazo (constituinte, programa de mobilidade) poderia tomar uma decisão imediata e eficaz para conseguir recursos, para bancar, de imediato, a passagem mais barata ou até o passe livre para os estudantes.
Era só o governo parar de gastar verdadeiras fortunas veiculando propaganda política disfarçada de propaganda institucional nos meios de comunicação.
Nos últimos anos tornou-se hábito, péssimo por sinal, o de se governar pela propaganda.
Às vezes somos, leitores, ouvintes, telespectadores, alvo de uma verdadeira lavagem cerebral. A Caixa, agora, coloca dez vezes seguidas a propaganda do cartão da bolsa-móveis, para estimular as já endividadíssimas famílias recentemente chegadas à casse média a gastar cinco mil reais comprando geladeiras, torradeiras, micro-ondas, cafeteiras, chaleiras, fornos e fogões, televisores, cadeiras, mesas, bancos, sofás, tudo a juros muitíssimo camaradas.
Além do mais, entupir a imprensa com dinheiro de anúncios do Estados pode parecer uma tentativa de silenciar as críticas.
Eu, na verdade, preferiria que em vez de anúncios todo o tempo sorridentes, visse nossa infraestrutura modernizada, os alunos aprendendo e todos bem atendidos nos hospitais e todas as demais repartições do serviço público.
Alguém no Congresso poderia também apresentar um projeto de lei (a não ser que o Governo se decida antecipar e tomar ele mesmo a decisão) de obrigar que em cada anúncio (ou em programa que lance mão de merchandising) seja especificado o quanto custou a campanha toda e a veiculação específica. O TCU, sempre tão cioso em que os recursos públicos sejam utilizados de maneira eficiente e republicana, poderia também ter alguma iniciativa nesse sentido.
Outra idéia: transferir pelo menos metade do que se gasta nessa área para assegurar o passe livre do transporte dos estudantes. Outra parte poderia ser destinada para o programa de compra de livros didáticos.
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