terça-feira, 11 de junho de 2013

NA CONTRAMÃO DO GOVERNO FHC, QUE ESTIMULOU A CONCORRÊNCIA, MODELO DE LULA E DILMA FRACASSA

Aposta em financiamento a ‘campeões’ nacionais afeta as contas do BNDES 

Empresas perderam valor na Bolsa. No ano passado, BNDESPar respondeu por só 3,7% do lucro do banco

O GLOBO


A venda da Seara pela Marfrig para a JBS, as mudanças na diretoria da Oi e os problemas enfrentados por empresas como Petrobras, Eletrobras e o Grupo EBX, de Eike Batista, já causam um efeito colateral: a piora das contas do BNDES.

O banco de fomento, nos últimos anos, optou por priorizar a concessão de empréstimos e a participação acionária em grandes grupos empresariais, para criar os chamados “vencedores nacionais”, companhias que passariam a ter porte global. Só que, em momentos de baixa nas ações e menor lucratividade, o banco acaba afetado por estar muito exposto a poucas indústrias.

Além da queda no lucro do banco, essa situação tem impacto no próprio valor do patrimônio da instituição, reduzindo sua capacidade de conceder novos empréstimos.

— À medida que a economia vai desacelerando, e os “campeões” já não estavam indo bem, com o banco muito exposto a essas empresas, o cenário não é muito bom — afirma Sergio Lazzarini, do Instituto de Ensino e Pesquisa de São Paulo (Insper), autor de “Capitalismo de Laços”, livro em que aborda as ligações entre governo e grandes empresas privadas.

Lazzarini explica que se, no passado, o banco lucrava com os dividendos das empresas nas quais tem participação, essa tendência mudou. Com a economia desacelerando, a perspectiva é lucros menores nas empresas que compõem a carteira do BNDESPar. O braço de participações do BNDES, que sempre respondeu por pelo menos 40% do lucro do banco, viu sua fatia nos ganhos encolher para 3,7% no ano passado.

O economista Sergio Vale, da MB Associados, prefere chamar a participação via BNDESPar de “estatização travestida de financiamento”.

— Não vejo com bons olhos esse excesso de participação do governo na governança das empresas. A maior parte delas não resultou em nenhum avanço significativo para o país. Pelo contrário, no caso das empresas X (do Grupo EBX, como OGX, LLX e MMX), corre-se um risco maior pelo montante de endividamento a que chegaram essas empresas —afirmou.
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