terça-feira, 18 de junho de 2013

POPULARIDADE DE DILMA DESPENCA PORQUE O POVO ESTÁ INSATISFEITO

Queda na popularidade de Dilma é alerta para 2014

Gabriel Castro e Talita Fernandes - VEJA

Dilma Rousseff, na cerimônia de lançamento dos Planos Setoriais na reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, em Brasília
Dilma Rousseff, na cerimônia de lançamento dos Planos Setoriais na reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)
A presidente Dilma Rousseff se elegeu sem ter jamais disputado uma eleição, manteve a popularidade a despeito de seguidos escândalos de corrupção e demonstrações de ineficiência administrativa. Agora, no 30º mês de governo, um elemento novo passou a afetar diretamente o seu apoio entre a população: a inflação. Dos temas que levam alguém a decidir se dá ou não sua confiança a um político, a economia costuma ser o número um. E dentre os temas econômicos, a inflação está entre os que mais diretamente influenciam a avaliação de um governo.

Pesquisa divulgada na última semana pelo Instituto Datafolha mostra que a avaliação do governo piorou: a aprovação caiu de 65% para 57% em três meses. E que, no cenário eleitoral de 2014, a vantagem de Dilma Rousseff não é incontestável.  (...)

Economia se torna mico de governo - Desde que assumiu o poder, em 2011, Dilma, graduada em Economia, não conseguiu colher os louros de um crescimento robusto, tal como seu antecessor. O melhor desempenho registrado até o momento foi em seu primeiro ano de mandato, quando o Produto Interno Bruto (PIB) expandiu 2,7% - número considerado decepcionante à época. De lá para cá, a cada divulgação do PIB, surge uma nova frustração. No ano passado, o crescimento não passou de 0,9%. E, dado o ‘pibinho’ do primeiro trimestre de 2013 (avanço de 0,6%), as expectativas para o acumulado deste ano não são as mais animadoras.

Contudo, como o baixo crescimento (ainda) não afetou o avanço do mercado de trabalho, seus efeitos não pesam tanto sobre a avaliação positiva da presidente como o antigo vilão conhecido dos brasileiros: a inflação. Ela tem sido, nos últimos meses, um pesadelo de Dilma e da equipe econômica. Em maio, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, tocou o teto da meta no acumulado de 12 meses, de 6,5%, apesar de ter apresentado leve desaceleração na comparação com o mês anterior. No início do ano, o IPCA chegou a estourar a meta.

O problema, que vem sendo apontado desde 2010, último ano do governo Lula, e negligenciado pelo governo Dilma, só ganhou importância no seio do Palácio do Planalto depois que uma emblemática escalada no preço do tomate devolveu a inflação ao repertório de assuntos das famílias, no primeiro trimestre deste ano. “A inflação está trazendo desconforto para a população”, diz o ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola. “Esse é um flagelo que a sociedade brasileira não tolera mais.”
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A inflação se tornou um dos principais vilões da economia este ano. Depois de encerrar 2012 em 5,84%, acima do centro da meta, de 4,5%, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), continua elevado este ano. Em maio, apesar de uma leve desaceleração ante abril, a inflação atingiu o teto da meta no acumulado dos 12 meses, de 6,5%. Os preços elevados corroem a renda da população, reduzindo o poder de consumo, o que fere a popularidade da presidente. Apesar do cenário, Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, continuam dizendo que a inflação “está sob controle”. Mesmo com recente alta dos juros, usada pelo Banco Central como remédio de combate à inflação, o IPCA deve encerrar o ano em torno de 5,8%, de acordo com economistas ouvidos semanalmente pelo BC.

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