segunda-feira, 17 de junho de 2013

PROTESTO PACÍFICO NO RIO SOFRE REPRESSÃO

Manifestantes são aplaudidos por torcedores na saída do Maracanã

Manifestantes gritam palavras de ordem antes de jogo entre Itália e México, neste domingo Foto: Reuters

"Da Copa eu abro mão, quero dinheiro para saúde e educação!". O canto de ordem, entoado por manifestantes nas proximidades do Estádio Maracanã, na região central do Rio de Janeiro, ganhou importante apoio depois da partida entre Itália e México, no final da tarde deste domingo: o dos torcedores que estiveram no local.

"Fiquei até envergonhado de ter ido assistir ao jogo", comentou o bancário Luiz Renato Fonseca, um dos muitos presentes no duelo que aplaudiram a causa do movimento de manifestantes, realizado em frente ao estádio. "Apoio com certeza qualquer tipo de manifestação contra os estádios superfaturados e os abusos com dinheiro publico."

Para chamar a atenção do público para o protesto, os manifestantes fizeram um cordão humano próximo a entrada da estação São Cristóvão do metrô, que fica perto do estádio. Enquanto caminhavam em meio a eles, grande parte dos torcedores os acompanhava nas palavras de ordem por melhoras no Brasil e os aplaudia com vontade.

O gesto recebeu retorno dos manifestantes, segurando placas com dizeres como "fora, Dilma" e "fora, Cabral", que elogiaram o gesto com aplausos.

"No começo fiquei assustado pela quantidade de policiais, mas depois que vi que era uma manifestação pacífica, comecei a aplaudir e apoiar", disse o mexicano Rafael Hernández, que prestigiou a seleção do país no Maracanã ao lado de três amigos. "Gostaria que no México ocorressem coisas desse tipo."

O protesto se dissipou por volta das 18h30, horário em que cerca de 20 manifestantes continuavam nas proximidades do metrô. O término foi pacífico, com homens da Força Nacional controlando as movimentações - bem distante do observado horas antes, quando a Tropa de Choque da Polícia Militar agiu com violência, demonstrando total despreparo em lidar com multidões e críticas da população.

Pouco antes do início da partida, na tentativa de evitar que manifestantes se aproximassem do Maracanã, a PM avançou para cima dos críticos distribuindo pancadaria com cassetetes, tiros de balas de borracha e gás lacrimogêneo. Mesmo aqueles que não tinham nada a ver com os protestos acabaram vítimas da violência. 

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