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A agência de classificação de risco Standard & Poor’s sinalizou nesta quinta-feira que o rating de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil pode ser rebaixado. A perspectiva da nota do país, que é BBB, foi revisada de “estável” para “negativa” nesta quinta-feira. Isso significa que a agência, que dá notas de acordo com o grau de risco dos investimentos em países e empresas, pode indicar, em até dois anos, que o Brasil está se tornando um lugar menos seguro para se investir. Em linha com a revisão para baixo dos riscos do Brasil, a S&P também rebaixou as perspectivas de rating da Petrobras e da Eletrobras.
“Podemos rebaixar o rating nos próximos dois anos se o contínuo lento crescimento econômico, os fracos fundamentos fiscais e externos, e alguma perda da credibilidade da política fiscal por sinais ambíguos na política, diminuírem a capacidade do Brasil de gerenciar um choque externo”, disse a S&P em nota. A agência ponderou que a impossibilidade do governo em estimular o investimento privado, sobretudo em infraestrutura, eleva o risco do país. A S&P também citou a deterioração fiscal como razão para a revisão de perspectiva.
Contudo, a agência não desconsiderou subir novamente a avaliação para o nível “estável” se medidas sérias forem tomadas para fortalecer a confiança do setor privado no país.
Estatais na mira
Em linha com o rebaixamento da perspectiva de rating do Brasil, a S&P também divulgou revisões das perspectivas para as classificações de Petrobras e Eletrobras.
De acordo com a agência de classificação de risco, a perspectiva do rating BBB, em moeda local e estrangeira, da Petrobras foi rebaixada para negativa, de estável. No caso da Eletrobras, a perspectiva do rating BBB apenas em moeda estrangeira foi rebaixada para negativa, de estável.
A S&P afirma ainda que o rating da Eletrobras reflete seu perfil de risco de negócios “satisfatório” e o perfil de risco financeiro “intermediário”. “Essas avaliações estão baseadas na exposição da companhia ao ambiente regulatório brasileiro, os grandes gastos com investimentos das suas subsidiárias – que vai exigir que a empresa forneça alguma ajuda financeira – e a forte influência do governo federal sobre o planejamento estratégico.”
A nota da Petrobras também reflete seu perfil de risco de negócios “satisfatório” e o perfil de risco financeiro “intermediário”. Além disso, a S&P cita as fortes atividades de exploração e produção de petróleo (tamanho, qualidade, duração e nível de substituição das reservas), a presença dominante de mercado em todos os aspectos da indústria brasileira de hidrocarbonetos, a diversificação geográfica mais limitada e o considerável plano de investimentos, “que resulta em projeções de fluxos de caixa livres negativos pelo menos até 2015″.
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