sábado, 13 de julho de 2013

MÉDICOS ESTRANGEIROS NÃO ACEITAM TRABALHAR EM CONDIÇÕES PRECÁRIAS

Portugal já emitiu nota negando que seus médicos venham trabalhar aqui devido às condições degradantes da Saúde em nosso país. Espanha também se recusa a permitir que seus profissionais aceitem o convite do governo brasileiro nessas condições. 
Confiram trechos de matéria de O Estado de São Paulo:



Os médicos espanhóis garantem que não serão a solução para os problemas da saúde no Brasil e temem que, por pressão política, o governo acelere medidas para atrair profissionais como uma meta "mais direcionada às eleições do que para resolver a questão da saúde no País". Quem faz o alerta é o Conselho Geral do Colégio de Médicos da Espanha, que nesta semana negocia os termos de um acordo com o governo brasileiro e, amanhã em Madri, apresentará ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, as condições que exigem para que a oferta de trabalho do Brasil seja considerada.

O grupo não descarta o interesse. Mas quer certas garantias. A principal é que as condições de infraestrutura dos hospitais para onde esses médicos serão levados sejam informadas com detalhes, com o número de leitos, quantidade de funcionários, recursos e acesso a remédios. "Não queremos ser enganados", disse ao Estado o médico Fernando Rivas, responsável do conselho pelas negociações com o Brasil. Pelo projeto brasileiro, os médicos estrangeiros não precisariam passar por exames. Mas teriam contratos limitados a alguns anos e teriam de escolher entre seis cidades oferecidas pelo governo, todas no interior ou em regiões pobres.

Ontem (10), o governo iniciou a promoção do projeto em uma turnê que começou em Santiago de Compostela. Coube ao secretário de Gestão do Trabalho, Mozart Sales, fazer a apresentação, se reunir com a conselheira de Saúde da Galícia, Rocio Mosquera, e visitar a Faculdade de Medicina. Segundo ele, desde terça-feira, cerca de 50 pessoas procuraram informações sobre o projeto, que espera atrair 7 mil médicos estrangeiros. Sales completa a viagem nesta semana com encontros em Barcelona e Madri, depois de já ter passado por Lisboa.

A oferta é vista com desconfiança entre os médicos espanhóis. Segundo eles, o que o governo apresenta nas palestras é apenas o dado demográfico das cidades, nível de renda e principais problemas de saúde. Mas não os recursos que garantam hospitais na região. "Os médicos espanhóis não são a solução para as questões de saúde no Brasil", declarou Rivas.

"Podemos ajudar. Mas, pelas condições que nos foram apresentadas, não acredito que mais de uma centena de médicos na Espanha aceite ir ao Brasil. Não haverá uma onda de médicos daqui indo para o Brasil, isso eu posso garantir." 
(...)

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