Com altos e baixos ao longo da História, símbolo é consagrado após manifestações
Joana Dale, O Globo
Ao fim do ato que reuniu 300 mil manifestantes e deixou 62 feridos na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, quatro jovens enrolados em bandeiras do Brasil formaram uma barreira humana como forma de protestar pacificamente diante de um corredor de policiais. Não houve mais confronto naquela quinta-feira de junho.
Na mesma noite, em Brasília, um dos sete PMs que encorpavam o cordão de isolamento do Palácio do Itamaraty deixou pistola e cassetete no bolso e, instintivamente, levantou a bandeira do Brasil que havia achado no chão. O gesto mexeu com o sentimento de amor à pátria dos protestantes, que recuaram, e ajudou a impedir uma invasão em massa à sede do Ministério das Relações Exteriores.
Foto: O Globo
De Fortaleza, Neymar publicou uma foto da bandeira do Brasil no Instagram, acompanhada de um texto de apoio à onda de manifestações, horas antes de enfrentar o México. Assim, cativou ainda mais o povo.
Usada como capa, transformada em escudo ou replicada nas redes sociais, a bandeira vive um momento de consagração como símbolo-mor do patriotismo exaltado nas ruas nas últimas semanas.
— A bandeira nunca foi tão popular, nem mesmo nas Diretas Já ou no impeachment do Collor — afirma Paulo Baía, professor do Departamento de Sociologia da UFRJ.
O sociólogo observa que a forma como o símbolo foi apropriado pelos brasileiros também é inédita na História do país:
— Tradicionalmente, a população toma posse da bandeira na Copa do Mundo, um movimento sociocultural. Agora, é uma forma de dizer: “O Brasil é nosso.”
Enquanto bandeiras de partidos políticos e entidades de classe, como sindicatos, são rechaçadas nas marchas, o emblema verde e amarelo figura como uma espécie de “bandeira branca”.
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