sábado, 30 de novembro de 2013

"BOTA FÉ", NÃO TENHA MEDO



Uma das mais graves mazelas que vem atingindo a população brasileira de forma brutal, além do descaso com a saúde, a pior de todas, é uma questão que envolve também a segurança, que é o aumento impressionante do uso de drogas nos últimos anos.

Artigo publicado num jornal de Santos, SP, aborda o tema num tom extremamente crítico, porém não aponta soluções nem considera a possibilidade de êxito nas ações em curso, mesmo que, em alguns casos, a única preocupação seja a de "limpar" as cidades para os eventos que se aproximam, Copa do Mundo e Olimpíada. Explica-se, então, a repentina adoção de políticas de internação em Comunidades Terapêuticas pelo governo federal, combatidas fortemente pelas lideranças petistas quando autoridades paulistas tiveram essa iniciativa.

As parcerias do governo de São Paulo tem apresentado os melhores resultados, fato que mereceria destaque na imprensa para que pudesse servir como referência. O COMPLEXO PRATES é um exemplo. Mas o texto não contempla essa realidade e, de maneira contraditória, recomenda a internação na rede SUS, mesmo condenando essa prática. Falta uma explicação lógica que justifique a mudança de opinião entre um parágrafo e outro.

Parabenizo as ações do governo Geraldo Alckmin e da prefeitura de minha cidade que também aposta nas parcerias. Por isso, questiono algumas afirmações do texto abaixo.

Confesso que não entendi a crítica às parcerias com que os autores do texto chamam de "cristolândia". Pode haver ingerência, não duvido, mas é injusto generalizar porque há instituições sérias que têm médicos à disposição, mas não é possível forçar o tratamento se não houver um trabalho de conscientização ou mesmo de resgate de valores. 

Os encontros de "espiritualidade" não pretendem substituir o trabalho profissional, mas facilitam o encaminhamento voluntário para o tratamento adequado, com menos resistência. É o que fazem as instituições sérias, como o Prato de Sopa. É a orientação de Papa Francisco aos cristãos.

Eis a questão que sofre influência de uma pauta "progressista": por que tudo que está ligado à fé é tratado com deboche e considerado um retrocesso?

Marco Antonio Villa: "A década petista é a década da falácia"

Autor de um livro sobre os dez anos do PT no poder, o historiador diz que os êxitos do partido são menores que a propaganda faz crer e que o Brasil é um país de miseráveis

JOSÉ FUCS - Época

O historiador Marco Antonio Villa, na sua casa, em São Paulo. “Classe média não mora em favela” (Foto: Filipe Redondo/ÉPOCA)

O historiador Marco Antonio Villa, de 58 anos, é uma exceção na academia. Ao contrário da maioria de seus pares nas ciências humanas, Villa é um crítico duro das práticas do PT e dos governos petistas. 

Em seu novo livro,Década perdida – 10 anos de PT no poder(Editora Record), ele resgata os principais acontecimentos do período e traça um retrato impiedoso dos governos Lula e Dilma. 

Nesta entrevista a ÉPOCA, Villa critica a gestão econômica do PT e analisa as prisões dos mensaleiros. Ele também critica o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por ter sido contra a abertura de um processo de impeachment contra Lula, em 2005. “Essa é uma dívida histórica que ele tem com o povo brasileiro”, afirma.


ÉPOCAEm seu livro, o senhor chama os primeiros dez anos do PT no poder, entre 2003 e 2012, de “década perdida”. Por quê?

Marco Antonio Villa – Nesses dez anos, o Brasil perdeu uma oportunidade histórica de dar um grande salto. Não só em termos de crescimento econômico, que foi muito baixo nos governos petistas, como também para enfrentar os graves problemas sociais do país. Pela primeira vez na história, tivemos a chance de combinar uma alta taxa de crescimento com um regime de liberdades democráticas plenas. Até a explosão da crise financeira, no final de 2008, as condições externas eram muito favoráveis. A China crescia dois dígitos por ano. Puxava o preço das commodities e gerava uma renda extra ao país, um dos maiores exportadores mundiais de alimentos e minérios. Em vez de aproveitar o momento, a partir da âncora criada nos anos 1990, com a queda da inflação e a estabilidade fiscal e monetária, o governo abriu o baú da história. Desenterrou velhas leituras econômicas, um keynesianismo cheirando a naftalina, e ideias de presença do Estado na economia cheias de teias de aranha, dos tempos do governo Geisel, nos anos 1980, que tiveram um alto custo para o país. Provavelmente, os primeiros três anos do governo Dilma estarão entre os piores da história econômica brasileira, e a perspectiva de melhora no curto prazo é baixa.

ÉPOCANos dez anos do PT no poder, a renda da população subiu, o emprego aumentou, a classe média se tornou maioria, e a economia teve grandes picos de crescimento no governo Lula. Faz sentido falar em década perdida?

Villa – Os êxitos do PT são bem menores do que se propala por aí. Eles são repetidos de forma tão sistemática e tão eficaz, sem nenhuma resistência da oposição, que acabam por adquirir um manto de verdade.
Em 2010, o Brasil cresceu 7,5%, mas a partir de uma base muito baixa. Em 2009, houve uma recessão. Nos outros anos, o crescimento foi relativamente tímido. Em média, o Brasil cresceu menos que a América Latina e os países emergentes nesse período. Os argumentos do governo, de que a classe média se tornou maioria no país, são totalmente falaciosos. Classe média não mora em favela nem ganha dois ou três salários mínimos, ou até menos que isso por mês. Aconteceu é que o PT – como se fosse o Ministério da Verdade do livro 1984, de George Orwell – começou a criar novas categorias econômicas para dar êxito a um governo que é um fracasso. Inventou uma nova classe C, que seria uma outra classe média, diferente da classe média tradicional, e construiu a ideia de que o Brasil é um país de classe média. Não é. É um país de miseráveis.
(...)

ÉPOCA – No livro, o senhor dedica um bom espaço aos casos de corrupção, em especial ao mensalão, e diz que PT não combateu a corrupção como deveria. Só aconteceu coisa ruim nesses dez anos?

Villa –
Como historiador, não tenho culpa de que o volume de casos de corrupção tenha sido o maior da história republicana do Brasil. Nunca antes na história deste país houve tanta corrupção quanto na década petista. Gostaria de que não fosse assim, mas a sucessão de problemas nos ministérios, de desvios de recursos, nos dois governos Lula e no governo Dilma, é um recorde. A década petista é a década do discurso, a década da falácia. Não há realização material. Que grande obra pública foi construída nesses dez anos? Que usina hidrelétrica foi construí­da nesses dez anos? Nenhuma. A transposição do São Francisco, um fracasso. Estradas, fracasso. Ferrovias, fracasso. Portos, fracasso. Aeroportos, fracasso. Há apenas a tentativa de construir alguns estádios de futebol, mas não resolveremos problemas sociais com coliseus do século XXI. O PT é bom no palanque, mas um péssimo gestor da economia.
(...)

ÉPOCA – No livro, o senhor diz que o ex-presidente Fernando Henrique cometeu um erro grave, ao ser contra o impeachment de Lula em 2005, para investigar sua participação no mensalão. Por quê?

Villa –
Para mim, Lula é o réu oculto do mensalão. Ele tinha ciência de tudo aquilo, chegou a ter até dois encontros com Marcos Valério. Pode não ter participado da organização do esquema, mas era o principal favorecido. Na estrutura do PT, o chefe da quadrilha, José Dirceu, não faria aquilo sem a concordância de Lula. Agora, o que fez Fernando Henrique? Saiu dizendo que um processo de impeachment de Lula criaria uma crise institucional, afetaria a economia, o crescimento do país. Essa é uma dívida histórica que ele tem com o povo brasileiro. No momento em que o PT estava nas cordas, em vez de levá-lo a nocaute, como o PT faria se estivesse do outro lado, o que o PSDB fez, por meio de seu principal líder, foi deixar Lula sangrando nas cordas, acreditando que o nocautearia facilmente nas eleições de 2006. A oposição teve medo, e esse medo é que deu combustível para que o PT virasse o jogo, estabelecesse uma aliança sólida com o PMDB e partidos satélites e criasse o novo Lula, no último ano do primeiro governo. Esse novo Lula é produto de uma leitura de conjuntura equivocada e danosa para o futuro do país. E essa leitura foi feita por Fernando Henrique e pelo PSDB.

A IGREJA CATÓLICA CONTINUA CATÓLICA

É inútil tentar ver revolução nas palavras de Francisco. 

Por Sandro Vaia

O papa Francisco aqueceu tenros e ingênuos corações socialistas com a divulgação da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho), que alguns jornais definiram como “a base para a maior reforma” da Igreja em 30 anos.

Claro que os jornalistas adoram escarafunchar todas as palavras ditas pelo papa, todos os documentos que assina, e estão sempre prontos a ver em qualquer movimento da Igreja as bases de uma “grande revolução”.

Ainda mais quando é um papa recém eleito, é latino-americano, torce para o San Lorenzo de Almagro e deu sinais exteriores de humildade explícita com relação à histórica pompa vaticana.

Difícil convencer os afoitos que uma instituição secular como a Igreja Católica é secular exatamente pela conservação do seu patrimônio de valores éticos, que só oscilam na sua abordagem formal e nunca em sua essência.

A Exortação Apostólica de Francisco é um documento menos importante que uma encíclica, que é o meio tradicionalmente usado para tratar de questões doutrinárias, e defende conceitos de abertura missionária da Igreja, que é uma tradição jesuítica.

“Precisamos de igreja com as portas abertas para evitar que aqueles que estão em busca de Deus encontrem a frieza da porta fechada”.

Sobre questões de princípio, nada mais claro do que esta condenação do aborto: “Não se deve esperar que a Igreja mude de posição sobre essa questão. Não é progressista fingir resolver os problemas eliminando uma vida”.

Quando Francisco diz que “o atual sistema econômico é injusto pela raiz”, houve quem o saudasse como se um teólogo da libertação em pessoa estivesse se revelando. Pura ignorância histórica.

A Igreja Católica sempre condenou o capitalismo tout court e isso está explícito nos seus documentos históricos, como aRerum Novarum, do papa Leão XIII, em maio de 1891, ou na encíclica Menti Nostrae, de 1950, escrita por Pio XII, um papa tido historicamente como reacionário.

A Doutrina Social da Igreja defende explicitamente o direito à propriedade, desde que se reconheça a “função social de qualquer posse privada”, condena claramente a ganância e, como Francisco, acha que “dinheiro deve servir, não dominar”.

Assim é ocioso que tanto liberais quanto socialistas condenem a Igreja Católica por ser o que todos sabem que ela é. Alguns não querem que a Igreja dê palpites sobre o que não é sua especialidade — o ordenamento econômico — e outros insistem em que ela trate secularmente dogmas de fé como a oposição ao aborto.

A Igreja Católica é, sim, e sempre foi contra o capitalismo e contra o que ela entende que sejam seus males, mas defende a liberdade econômica sob certas condicionantes, e a liberdade dos indivíduos. A teologia da libertação não tem chance de prosperar com Francisco. A Instrução Libertatis Conscientia, de 1986, continua em vigor:

“Muito frequentemente, porém, a justa reivindicação do movimento operário conduziu a novas servidões, por inspirar-se em concepções que, ignorando a vocação transcendente da pessoa humana, atribuíam ao homem um fim meramente terrestre. Algumas vezes, ela voltou-se para projetos coletivistas, que gerariam injustiças tão graves quanto às que pretendiam pôr um fim”.

Se há alguma coisa que se pode deduzir da “exortação apostólica” de Francisco é que a Igreja Católica, goste-se ou não dela, continua sendo o que é.

"DILMA NO CENTRO DA FARSA"

Análise do ITV


Até ontem, a presidente da República vinha sendo apenas conivente com a farsa que gente aloprada de seu governo e de seu partido vem promovendo para distorcer uma necessária e desejável investigação sobre a formação de cartéis por parte de empresas para lesar cofres públicos. Ontem, Dilma Rousseff se tornou cúmplice das falcatruas.

Dois jornais registram a participação direta da presidente na contraofensiva que o PT e integrantes do governo federal lançam para tentar se desviar da constatação de que aloprados petistas forjaram documentos incluídos na investigação tocada pelo Cade, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.

Segundo O Estado de S.Paulo, Dilma “coordenou pessoalmente o contra-ataque ao PSDB” que resultou numa entrevista coletiva – a segunda em três dias – em que José Eduardo Cardozo ameaçou processar quem desnudou a adulteração dos papéis. Já o Valor Econômico informa que a presidente deu aval à atitude do ministro da Justiça, numa “estratégia traçada ontem pela manhã em uma reunião no Palácio da Alvorada”.

A constatação é clara: os petistas se ressentem de que sua tentativa de enxovalhar a oposição tenha encontrado reação à altura dos supostos envolvidos em recebimento de propina. Apenas poucos dias após virem a público, depois de passar pelas mãos do ministro Cardozo, os papeluchos que deram origem às acusações começaram a esfarelar, desnudando mais uma farsa da fábrica petista de dossiês fajutos.

A evidência mais forte da atuação aloprada é a adulteração de documento, enviado em junho de 2008 à direção da Siemens na Alemanha, em que as práticas do cartel são descritas. A versão em inglês ganhou tradução mequetrefe e criminosa em que são incluídas menções a “políticos (na sua maioria) do PSDB”, que nem de longe constavam do original. 

(Aqui estão o documento original em inglês e a tradução adulterada em português.)

Desde a semana passada, quando o Estadão publicou as mais graves denúncias, dois dos principais envolvidos nas acusações também já as desmentiram enfaticamente. Ainda na sexta-feira passada, Everton Rheinheimer, ex-diretor da Siemens, negou ser o autor das denúncias e afirmou que os documentos vazados foram “distorcidos e não condizem com a realidade”.

Em sua edição de ontem, o Estadão publicou entrevista com o engenheiro Arthur Gomes Teixeira, sócio da Procint Projetos e Consultoria, na qual ele afirma que jamais pagou propina a políticos tucanos nem de outros partidos: “Isso é uma mentira, algo sem qualquer fundamento”.

Pelo que veio a público até agora, sem que as investigações tenham chegado aonde precisam chegar, pode-se constatar que está havendo uma espúria utilização política do caso por parte do PT. E exatamente no mesmo momento em que foram levados para trás das grades, no presídio da Papuda, os petistas que lideravam o partido na sua ascensão ao poder. Por que será?

A atitude do Cade – hoje presidido por um ex-funcionário da liderança petista na Assembleia paulista, experiência que ele omitiu ao ser conduzido ao cargo – também colabora para indicar a instrumentação política do caso por parte dos petistas. O órgão federal, que investiga a denúncia a partir de um acordo de delação premiada firmado com a Siemens, tinha até a última sexta-feira para pedir abertura de processo contra os envolvidos. Mas resolveu ampliar, e bastante, o período para investigações.

Revela a Folha de S.Paulo hoje que o prazo já foi estendido por mais 60 dias, entrando pelo ano de 2014. O Estadão vai mais longe e diz que eventuais processos contra os envolvidos nas práticas delituosas só serão abertos no segundo semestre de 2014, “o que deve coincidir com a campanha eleitoral”. Será mera coincidência ou é a tentativa desesperada do PT de dar o troco e igualar todos por baixo, na lama, onde o partido dos mensaleiros já se afundou?

Diante destas constatações, a atitude que se esperava da presidente Dilma era de equilíbrio e, sobretudo, de respeito e preservação das instituições de Estado. Mas ela enveredou pelo caminho oposto, tomando diretamente parte na condenável trama. É lamentável e reprovável. Nem no partido dos mensaleiros seria possível imaginar que o nível de alopração pudesse chegar tão longe e tão alto na hierarquia do poder.

AH, QUE INVEJA DA ALEMANHA!

Que inveja! Uma coligação de governo sem maracutaia!Ricardo Setti

Angela Merkel e seus aliados, Sigmar Gabriel, presidente do SPD (esq), e Horst Seehofer, presidente da CSU (dir.) (Foto: Michael Sohn / AP)Merkel com seus aliados, o presidente do SPD, Sigmar Gabriel (esq.), e o presidente da CSU, Horst Seehofer: coligação de governo séria, em um pais sério onde, segundo a revista “The Economist”, “a palavra sério quer dizer exatamente isto” (Foto: Michael Sohn / AP)

Esta semana a chanceler da Alemanha, Angela Merkel — a governante mais poderosa da Europa e uma das líderes mais influentes do mundo — fechou um acordo para que seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU) e seu partido irmão União Social-Cristã (CSU), do Estado da Baviera, governasse em coligação com os tradicionais adversários do Partido Social-Democrata (SPD).
Merkel terá uma maioria esmagadora: num Parlamento de 631 deputados, como o Bundestag alemão, terá uma bancada de 503.
E sabem como se procedeu a aliança com os social-democratas?
Merkel NÃO aparelhou o governo com os sindicalistas aliados do SPD para agradar os novos aliados.
Merkel NÃO loteou cargos de confiança no governo entre os partidos da coligação.
Merkel NÃO prometeu destinar “emendas parlamentares” para que os deputados da coligação distribuam verbas em fontes luminosas e ginásios de esportes em suas regiões de origem.
Merkel NÃO decidiu rechear as seríssimas e rigorosas agências reguladoras do governo alemão — em áreas como telecomunicações, transportes terrestres, aviação e energia — com cupinchas dos aliados, nomeados (como ocorre no Brasil) por sua ideologia ou militância, e não por sua competência.
Merkel NÃO resolveu aumentar os atuais 14 Ministérios existentes para abrigar políticos.
Merkel, é claro, NÃO acertou qualquer mensalão para atrair deputados para a base de apoio de seu governo.
Merkel, em suma NÃO FEZ NADA do que se costuma fazer no Brasil do lulopetismo, em nome desse monstro invisível chamado “governabilidade”, que justifica todo tipo de atropelo ao bom senso, à meritocracia e à moralidade pública.
O que fez a firme chanceler alemã, há oito anos e três eleições no poder, para fechar uma coligação que vai permitir que governo tranquilamente por todo seu mandato de quatro anos?
Merkel fez o que se faz nos governos decentes de países sérios — e, como escreveu há algum tempo a revista britânica The Economist, a chanceler vem conduzindo “um governo sério, num país sério onde a palavra sério quer dizer exatamente isto”: discutiu, durante um mês, em que medidas para o bem da Alemanha democratas-cristão e social-democratas — que divergem em inúmeros pontos — concordam.
O Bundestag, o parlamento alemão: entre 631 deputados, Merkel terá o apoio de 503 -- sem mensalão, sem aparelhamento do Estado, sem aumentar o número de ministérios... (Foto: bundesfinanzministerium.de)O Bundestag, o parlamento alemão: entre 631 deputados, Merkel terá o apoio de 503 — sem mensalão, sem aparelhamento do Estado, sem aumentar o número de ministérios… (Foto: bundesfinanzministerium.de)

Os pontos sobre os quais ambos concordam foram a ponte para o acerto político. Mas, em se tratando de um pais sério, esses pontos foram esmiuçados em um sólido documento de 170 páginas contendo o programa que o governo de coalizão entre dois grupos adversários executará.
As 170 páginas prevêem, com detalhes, como se darão as melhoras no sistema de previdência social, em quais projetos serão aplicados os investimentos adicionais na área de educação e pesquisa científica, o que deve ser feito para aperfeiçoar e ampliar os sistemas de transportes (rodovias, as já fabulosas autobahns, e ferrovias), o estabelecimento por lei, a partir de 2015, de  um salário mínimo (8,5 euros — 27 reais — por hora, o que significa algo como 4.320 reais mensais) — não existe salário mínimo legal na Alemanha, só os valores estabelecidos em acordos entre sindicatos de patrões e de trabalhadores — e até os requisitos exigidos para que aos cidadãos alemães seja possibilitado algo até agora inexistente, a dupla cidadania.
Detalhe importante: o documento inclui o compromisso férreo de não se aumentar impostos durante os próximos 4 anos.
Enquanto isso, num grande país do Hemisfério Sul, que tem 39 ministros e 20 mil cargos de confiança loteados entre cupinchas dos partidos do governo…

CRIME DO CHEFÃO - Parecer do MPF pede que Lula seja julgado por improbidade administrativa



Folha de S.Paulo

O Ministério Público Federal fez um pedido para que uma ação de improbidade administrativa contra o ex-presidente Lula seja julgada pela primeira instância da Justiça Federal. Também é réu no caso o ex-ministro da Previdência Amir Lando. A ação pede a devolução de R$ 9,5 milhões para os cofres públicos.

O parecer faz parte de uma apelação do MPF contra uma decisão de um juiz de primeira instância. O caso começou em 2011, quando o Ministério entrou com a ação contra Lula e Lando.

Eles eram acusados de uso da máquina pública para realizar promoção pessoal e favorecer o banco BMG, envolvido no esquema do mensalão, pelo envio de 10,6 milhões de cartas a segurados do INSS de outubro a dezembro de 2004.

Segundo a Procuradoria, as cartas assinadas por Lula e Lando informavam sobre empréstimos consignados com taxas de juros reduzidas. À época, o BMG era o único banco privado que oferecia esse empréstimo, segundo a acusação.

Em novembro de 2012, O juiz Paulo Cesar Lopes, da 13ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, extinguiu a ação por um erro técnico, sem julgar o mérito. Segundo o magistrado, o Ministério Público somente poderia ter processado Lula durante o mandato --e por meio de outra ação, a de crime de responsabilidade.

Por isso, o MPF recorreu ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília. O novo parecer, enviado na quarta-feira (27), é assinado pelo promotor Marcelo Antônio Ceará Serra Azul. Ele não entra no mérito da questão -- se Lula e Lando são ou não culpados-- mas defende que a ação proposta está correta e pede que o tribunal obrigue a primeira instância a aceitá-la.

O caso agora está com o desembargador I'Talo Fioravanti Sabo Mendes. Ainda não há data para uma decisão.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Pede pra sair, Cardozo!

Ministro da Justiça manteve encontros com empresário que PF chama de “lobista”; petista omitiu relação pregressa com investigado. Pede pra sair, Cardozo!

Por Reinaldo Azevedo

É claro que num país normal, que honra a tradição democrática e a transparência, José Eduardo Cardozo já não seria mais ministro a partir de amanhã. Agora está claro por que ela anda tão nervoso.
Há sinais de que pode ter havido irregularidades na relação entre a Siemens — e, quem sabe?, outras empresas — e o Metrô e a CPTM. À diferença da prática corriqueira no petismo, ninguém, no PSDB, classifica a apuração em si de uma conspiração contra patriotas. O que não é aceitável é que a investigação obedeça a critérios que são de natureza político-partidária. E isso, lamento, está mais do que evidenciado pela sequência dos fatos e pelas decisões e falas de autoridades envolvidas na investigação. O manda-chuva do Cade é o petista Vinicius de Carvalho; o chefe de Carvalho é José Eduardo Cardozo. Pois é…
Um dos principais investigados no caso é o empresário Arthur Teixeira, que a Polícia Federal chama de “lobista”. Eduardo Carnelós, seu advogado, rechaça a classificação e apresenta evidências de que ele é um consultor da área e que faz um trabalho legal. Pois é… Em defesa de seu cliente, Carnelós poderia evocar nada menos, parece-me, do que o testemunho justamente do ministro. Por quê? Porque Cardozo conhece Arthur. Mais do que isso: Cardozo esteve ao menos duas vezes com Arthur. Mais do que isso: Cardozo quis discutir com Arthur temas relativos justamente à área de transportes. O ministro sabe que os encontros aconteceram. Cardozo, um homem preocupado, queria debater o fortalecimento da indústria nacional no setor.
E olhem que Arthur foi procurado por emissários do petista. Os encontros aconteceram há coisa de dez aos, talvez um pouco mais. Isso nos remete a 2002, ano em que Lula foi eleito presidente pela primeira vez, e Cardozo, deputado federal. O emissário do companheiro entrou em contato, na verdade, com Sérgio Meira Teixeira, que morreu em 2011, então sócio de Arthur.
Indagado a respeito, Carnelós admite que os encontros, de fato, aconteceram. E afirma que Sérgio e Arthur não tiveram qualquer conversa com o petista que implicasse práticas ilegais. E emenda o advogado: “Nem com o agora ministro nem com as demais autoridades e políticos com os quais meu ciente se encontrou em razão de suas atividades profissionais regulares e legais”.
Cardozo, pede pra sair!
Não dá! A Polícia Federal que o senhor Cardozo chefia chama Arthur de lobista. Ele próprio e seu advogado exibem elementos demonstrando que é um consultor da área. O agora ministro tem de dizer se seus encontros foram mantidos com um lobista ou com um consultor. Arthur não mudou de ramo. O petista deve saber por que considerava os dois empresários referências na área.
Teixeira, justa ou injustamente, está no centro da, como chamarei?, “operação Cade-Polícia Federal”. Cardozo é o chefe dos dois órgãos. Sua relação pregressa com um investigado dessa importância — e é impossível o ministro não se lembrar das conversas — não poderia ter sido omitida. Suponho que nem a presidente Dilma soubesse.
“Ah, o encontro aconteceu há dez anos…” Certas coisas não morrem nem envelhecem, não é mesmo? A memória, por exemplo. E Cardozo é um homem de boa memória. “Encontrar-se com alguém é crime?” Claro que não! Quando, no entanto, esse encontro aconteceu entre o agora ministro da Justiça, a quem estão subordinados Cade e Polícia Federal, e um empresário que é considerado por esses órgãos um elemento essencial da investigação, aí as coisas se complicam muito. E se complicam ainda mais quando se examina o papel de Cardozo em todo esse episódio.
Já havia elementos de sobra para o ministro pegar o boné. Apareceu mais um.

Para oposição, petistas têm “fábrica de dossiês

Por Eduardo Bresciani e Ricardo Britto, no Estadão:
As bancadas do PSDB no Congresso Nacional reagiram nessa quinta-feira, 28, às declarações do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O vice-líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), afirmou que o partido não teme os processos que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse querer abrir contra integrantes da legenda que questionaram a atuação dele ao receber denúncias de cartel no setor metroferroviário de São Paulo. ”Os processos que o ministro Cardozo ameaça impetrar vão possibilitar a busca da verdade. É bom mesmo que processe. Não há no PSDB ninguém com medo de processo”, afirmou Alvaro Dias, em entrevista concedida em seu gabinete. A reação do ministro, que deu a segunda entrevista sobre o episódio na semana, é uma resposta às críticas de lideranças tucanas. Integrantes do PSDB, incluindo o presidente da sigla, Aécio Neves, pediram esta semana a demissão de Cardozo. Para Dias, houve “fraude e uma falsificação visíveis” nos documentos que fazem parte da investigação da Polícia Federal sobre o metrô paulista. Segundo ele, a missão da oposição agora é tentar desmontar “a fábrica de dossiês” e permitir que a Polícia Federal faça as apurações não apenas dos contratos de trens de São Paulo, mas em Salvador e Porto Alegre.
O vice-líder tucano disse que os processos prometidos por Cardozo serão uma oportunidade para ajudar a esclarecer a “usina de dossiês que funciona nos porões da clandestinidade e acionada a cada eleição”. 
Na Câmara, o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), ex-líder da bancada, também atacou o ministro da Justiça. “Qualquer um pode entrar com uma representação. Mas cabe à Justiça e ao Ministério Público acolher ou não. É preciso ter provas e elementos. Não apenas ameaças.” O tucano também declarou que “o ministro está usando a estrutura do Estado para perseguir e intimidar adversários”. “Ele está muito enrolado e ficou comprovado que não tem condições de perseguir no cargo. Até agora não explicou porque investigou parlamentares sem pedir autorização ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria-Geral da República.”
(…)

PT TEM CÉLULA DE ARAPONGAGEM CENTRALIZADA EM SP

JORGE OLIVEIRA

A discussão agora não é se os tucanos que governam São Paulo nesses vinte anos têm culpa ou não no cartório no recebimento de propinas de empresas fornecedoras de materiais para o metrô de São Paulo. O que se debate no momento é a falsificação vergonhosa do dossiê enviado para o Ministro da Justiça pelo deputado petista (licenciado) Simão Pedro, Secretário de Serviço do Município de São Paulo, envolvendo também outros partidos de oposição no escândalo.
Falsos dossiês, perseguições, dinheiro na cueca e em quarto de hotel, mensalão e corrupção generalizada nos órgãos públicos viraram rotina no governo desastrado de Dilma. 
No caso do Metrô de São Paulo, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, aparece na televisão para dizer que enviou os documentos falsificados, que recebeu de um companheiro em casa, para a Polícia Federal sem ao menos verificar se eram verdadeiras ou não as informações.  Meu Deus, quanta cara de pau! Como um Ministro da Justiça não se envergonha de anunciar a nação que não conhecia o conteúdo do documento traduzido do inglês para o português com falsificação tão grosseira? É, no mínimo, cúmplice da bandalheira.
A cúpula tucana, tendo à frente o presidente do PSDB, Aécio Neves, denunciou a falsificação dos documentos, adulterados às vésperas dos mensaleiros irem para a cadeia como forma de anular a repercussão da notícia da prisão dos corruptos. É assim que vem agindo os petistas. A exemplo dos regimes fascistas e nazistas quando os opositores tinham suas vidas devassadas por truculentos governos, o Partido dos Trabalhadores é hoje uma ameaça efetiva à democracia, à liberdade de expressão e ao direito do cidadão à vida.
Não à toa, os ideólogos e os intelectuais fundadores do PT desapareceram do partido quando perceberam que os ideais contidos no seu programa partidário foram jogados no lixo. No poder, em pouco tempo, o rebotalho que sobrou da república sindical se envolveu em uma série de maracutaias que começou já dentro do Palácio do Planalto quando Waldomiro Diniz apareceu numa gravação tentando achacar Carlinhos Cachoeira, contraventor goiano condenado a mais de 30 anos de prisão.
De lá para cá, os petistas criaram células de arapongagem em vários estados do país, com um comando centralizado em São Paulo, onde vasculham a vida de seus adversários com o propósito de influenciar nas eleições em todos os níveis. Enfurnam-se entre quatro paredes, como acontecia nos regimes de força, vigiando a vida de quem se atreve a apontar seus erros.  Acionam frequentemente seus blogueiros chapa-brancas para detratar os que divergem da sua conduta política arbitrária de espionagem. Os brasileiros precisam reagir a essa coação e a restrição a individualidade, pois o que está em jogo é o desrespeito elementar aos direitos humanos.
Sujos de lama, os petistas querem levar para a mesma pocilga as pessoas que se atrevem a divergir da sua prática nociva de fazer política. O Brasil precisa urgentemente se libertar desse mal que ameaça corroer a democracia conquistada com o sacrifício de todos os brasileiros.

Empresário que ofereceu salário de R$ 20 mil a José Dirceu vai ganhar rede de TV

EM


O empresário Paulo de Abreu, que contratou o ex-ministro José Dirceu para gerenciar o Saint Peter Hotel, de Brasília, por um salário de R$ 20 mil, reuniu-se com o ministro das Comunicações, o petista Paulo Bernardo, na manhã de 23 de setembro, para tentar agilizar o processo de reativação da TV Excelsior.

A reabertura do canal, cassado em setembro de 1970 durante o regime militar, é um velho desejo do empresário. O processo está em análise no Ministério das Comunicações há dois anos. Paulo de Abreu sabe que, para realizar o sonho antigo, mesmo após a aprovação, é necessário um decreto presidencial de anistia a favor do antigo canal de televisão.

A reunião consta na agenda oficial do ministro. O advogado e ex-deputado Sigmaringa Seixas, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e bastante ligado à presidente Dilma Rousseff, acompanhou o empresário durante o encontro com Paulo Bernardo.
(...)

DELÚBIO É A PRÓPRIA PIADA

Delúbio quer trabalhar na CUT para ir protestar na frente do STF? Cara de pau!

No Coturno



Há dois dias, a CUT fez um ofensivo protesto diante do STF, pedindo liberdade para os bandidos mensaleiros do PT. Hoje o braço financeiro da quadrilha do Mensalão, Delúbio Soares, enviou à Justiça um pedido de autorização para trabalho externo. Ele foi convidado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) para atuar no setor de formação sindical. Só se for formação de quadrilha. O pedido foi protocolado na VEP (Vara de Execuções Penais) de Brasília e deve ser analisado pelo juiz Bruno Ribeiro. Delúbio diz que tem a experiência necessária para o trabalho. 

Acima, um exemplo do trabalho da CUT.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A DIFERENÇA ENTRE APURAÇÃO POLICIAL E ESTADO POLICIAL

O Cade, a investigação e a valentia de Cardozo

Por Reinaldo Azevedo
Leio em reportagem no Globo Online que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, diz não se intimidar com o que chama de “pressão” do PSDB. Ora, por que ele se intimidaria se está no comando da festa? Vamos botar um pouco de ordem na bagunça que Cardozo, o PT e Vinicius Carvalho, o petista que chefia o Cade, estão fazendo. Há duas questões essenciais de saída:
a: a investigação – houve ou não formação de cartel na compra de trens para o metrô e a CPTM? Que se investigue. Tendo havido, que os responsáveis sejam punidos, seja lá em que esfera for.
b: a operação política – o que deveria ser uma investigação séria, imparcial, transformou-se numa operação própria de um estado policial, coisa que o Brasil, por enquanto, não é.
Então vamos lá. Há três “documentos” (ou que nome tenham) nesse imbróglio, todos sem assinatura.
1) uma carta de 2008, em inglês, endereçada por alguém — e se sabe que o autor é Everton Rheinheimer, ex-diretor da empresa — ao ombudsman da Siemens denunciando que a empresa participava de acertos em licitações;
2) uma versão em português dessa carta, que circulou em 2009, mas com acréscimos, que acusava políticos do PSDB.
3) um terceiro relatório — e se tem como certo que seja Rheinheimer— que reitera as denúncias e acusa outras figuras do PSDB.
O busílis da questão
Acompanhem:
- data do terceiro documento: 17/4/2013;
- data do acordo de leniência com o Cade: 22/5/2013 (em absoluto sigilo, então);
- data do ofício do delegado federal Bráulio Galloni, encaminhando o documento ao Superintendente da PF em SP: 11/6/2013;
- data das buscas realizadas pelo Cade, quando ficou conhecida a existência do acordo de leniência: 4/7/2013.
Por que isso é importante? Já vamos saber.
José Eduardo Cardozo decidiu assumir, conforme foi publicado pela VEJA.com, que foi ele quem remeteu o papelório todo à Polícia Federal para que fosse anexado ao inquérito. Como escrevi aqui, isso pode ser verdade e mentira ao mesmo tempo. Sim, leitor, em matéria de petismo, é plenamente possível. Ou por outra: que ele tenha acompanhado cada passo dessa operação, não tenho a menor dúvida. Que o Cade não tenha nada com isso, aí é outra história.
O terceiro documento, o de 17 de abril, é aquele em que Everton Rheinheimer admite que, “com a ajuda de Simão Pedro, encontrou-se duas vezes com o presidente do Cade, Vinícius Carvalho, para orientá-lo sobre aspectos importantes do acordo de leniência a ser assinado entre o órgão e a Siemens”. Nesse mesmo documento, o sujeito diz contar com a proteção do PT (que ele chama “o partido”, com intimidade) e ainda expressa a esperança de arrumar um emprego na Vale. A empresa tem gestão privada, mas o governo é um dos sócios, como se sabe, além dos fundos de pensão, ligados ao PT. De todo modo, note-se: o emprego não foi dado.
Atenção! Esse terceiro documento, também sem assinatura, deixa claro que o Cade ORGANIZOU a denúncia, que houve uma combinação prévia. É absolutamente ilegal uma condução dessa natureza. Esse documento, diga-se, deveria servir para abrir uma investigação sobre a forma como se deu o acordo de leniência — que, conforme resta claro, passou a ser outra coisa. Esse terceiro documento evidencia, em suma, que se trata de uma ação PARTIDÁRIA.
Os termos do acordo de leniência são desconhecidos. De toda sorte, sabe-se que a “apuração” do Cade se limita a São Paulo e ao Distrito Federal, quando governado pelo DEM. A Siemens tem contratos Brasil afora, na esfera dos estados e, sobretudo, é uma grande fornecedora de estatais federais. Com que então, nesses outros casos, tudo transcorria com a seriedade dos conventos?… Tenham paciência! Que tipo de acordo o tal executivo negociou com Carvalho?
De volta às datas
Se, em 11 de junho, o delegado Bráulio encaminha o documento (aquele que tem até pedido de emprego) à Superintendência da PF e diz tê-lo recebido do Cade, é difícil de acreditar que tenha havido aí um engano, como agora se alega. Afinal, o procedimento de busca e apreensão é de 4 de julho — como era sigiloso e nem tinha acontecido, o delegado não tinha como adivinhá-lo, não é mesmo?
Notem: que o documento saiu do Cade para a Superintendência da PF, isso parece óbvio. Que Carvalho e Cardozo soubessem de tudo, também parece óbvio. Assim, é ao menos parcialmente verdadeira a confissão do ministro. Ocorre que a minha hipótese é que o ministro esteja lavando a traficância. Por quê? Caso fique caracterizado que o Cade, ALÉM DE COMBINAR PREVIAMENTE OS TERMOS DO ACORDO DE LENIÊNCIA, ainda encaminhou o papelório à PF, aí fica caracterizado que um órgão do estado está mesmo sendo usado como instrumento de luta política.
Cardozo resolve matar a bola no peito e admitir a responsabilidade justamente para falar o que está falando agora: teria apenas cumprido a sua função ao encaminhar a denúncia à PF. Assim, aquilo que tem todo jeito de tramoia político-partidária acaba parecendo muito natural.
Desde o começo
Eu não sei se houve cartel ou não, se autoridades estavam envolvidas ou não. O que sei é que uma investigação não pode ser conduzida como se fosse uma conspiração. E é o que se tem. Desde quando essa história veio a público, o Cade funcionou como uma central de vazamentos de informações contra o governo de São Paulo, que ficava sabendo deste ou daquele aspectos da investigação por intermédio da imprensa.
Nas democracias, investiga-se o que tem de ser investigado, doa a quem doer. Os tucanos não podem reivindicar a condição de quem está acima de qualquer apuração — e, diga-se, não estão fazendo isso. Mas seria estúpido se calar quando é claro que um órgão de estado — o Cade — está sendo instrumentalizado em favor da luta político-partidária. O PARTIDO, DIGA-SE, DEMOROU A REAGIR. É UM DOS SEUS DEFEITOS.
O terceiro documento, reitero, em que há a confissão de que o Cade foi mais do que um simples órgão do estado empenhado na apuração das denúncias, deveria bastar para pôr na rua o senhor Vinícius Carvalho, sem contar as suas óbvias ligações com Simão Pedro, que está na raiz da denúncia e volta à cena para dizer que foi ele quem entregou o papelório a Cardozo.
Há larápios? Cana neles! O que é inaceitável é que Cade e ministro da Justiça apareçam como protagonistas do que vai assumindo as características de dossiê — mais um dos dossiês a que se dedicam os petistas em períodos pré-eleitorais. Isso corresponde a usar o estado contra adversários políticos, o que viola as regras da democracia.
A investigação de irregularidades e a persecução penal de culpados têm de se dar nos marcos da democracia e do estado de direito; não podem servir para encobrir a ação de lobos disfarçados de cordeiros.

PERNA CURTA

José Aníbal

O ministro José Eduardo Cardozo é um desses políticos que, ao recontar uma estória de trás para frente, vai incluindo detalhes inéditos na trama para tapar os buracos da versão original. Quanto mais curta vai ficando a perna da estória, mais informação nova ele vai acrescentando à narrativa.

O ministro Cardozo deixou que o CADE, órgão do Ministério da Justiça, fosse apontado e enxovalhado pela oposição por quase 48 horas como a fonte da mais nova alopragem petista: o documento falso que aponta líderes oposicionistas supostamente pegos no pulo.

Dois dias depois, Cardozo veio a público para dizer que foi ele, e não o CADE, o responsável por levar a coisa à Polícia Federal. Desmentido por documentos, que registravam na PF a chegada do material, via CADE, em 11 de junho, o ministro arranjou outro esclarecimento súbito: erro infeliz dos delegados.

Everton Rheinhemer, o delator que teria pedido uma diretoria executiva na Vale e proteção do PT em troca da denúncia, disse em nota que o documento a ele atribuído era, na verdade, anônimo, e que jamais o encaminhou ao CADE ou à PF.

José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça. Foto: Fernando Maia Agência / O Globo

Ora, se o documento não é dele, se não é originário da investigação em andamento, mas sim foi anexado pela PF ao inquérito em junho, a pedido do ministro Cardozo, de onde veio a alopragem? Do deputado petista Simão Pedro, que o teria entregado ao ministro em junho (na primeira versão de Cardozo) ou em maio (na segunda).

O deputado Simão Pedro, ex-chefe do presidente do CADE e colega de partido de Cardozo, é último elo conhecido do tal documento. Por que ele não vem a público esclarecer a origem da lista? Afinal, o material não estaria cheio de provas? Cada vez mais, a paternidade da coisa aponta para ele e o ministro Cardozo, um como autor, o outro como coautor. O crime é de ambos.

Leia a íntegra em Perna curta

APRENDIZ DE MERCADANTE, O ALOPRADO CARDOZO ENFIM DESMASCARADO

Cartel: tucanos dizem que adulteração de carta tem 'digitais' do Cade e de deputado petista

Secretários de Alckmin afirmam que deputado petista cometeu crime. Senador do PSDB cobra explicações do ministro José Eduardo Cardozo

Felipe Frazão e Gabriel Castro - VEJA

Edson Aparecido, chefe da Casa Civil de Alckmin: 'PT aparelhou o Cade'. (Divulgação/Governo do Estado de SP)

Os secretários estaduais de São Paulo Edson Aparecido (Casa Civil) e José Aníbal (Energia) afirmaram nesta quinta-feira que a adulteração de uma carta que integra as investigações sobre o cartel do metrô paulista "tem as digitais" do deputado estadual licenciado Simão Pedro (PT) e do presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinícius Marques de Carvalho. O PSDB acusa os petistas de alterarem o documento para atingir integrantes do partido: a versão em português cita pagamentos de propina a "políticos do PSDB" e ao "pessoal do PSDB", mas o texto em inglês não. A carta é atribuída ao ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer.

“As pessoas que estão envolvidas nesse processo desde o início são o deputado Simão Pedro e o presidente do Cade, Vinícius Marques de Carvalho. É evidente que tem as digitais dessas duas pessoas no processo”, afirmou Aparecido ao site de VEJA. “E infelizmente agora as do ministro [José Eduardo Cardozo, da Justiça], pelo procedimento que teve.”

Leia também: Deputado petista diz que não adulterou carta sobre cartel
Cartel do metrô: Consultor nega pagamento de propina

Filiado ao PT por treze anos, o presidente do Cade foi chefe de gabinete de Simão Pedro, atualmente licenciado para comandar a Secretaria de Serviços da prefeitura paulistana, na Assembleia Legislativa. Simão Pedro nega ter modificado o documento, mas disse que a bancada petista na Assembleia tinha as versões do texto nos dois idiomas em 2010. Ele afirmou ter levado à denúncia ao ministro da Justiça, mas recorreu a um caminho nada protocolar: em vez de marcar uma audiência oficial em Brasília, foi à casa do ministro, em São Paulo, em um sábado levar os papéis.

O PSDB divulgou duas versões de uma correspondência encaminhada, em 2008, ao então ombudsman da Siemens na Alemanha, Hans-Otto Jordan. Ambas trazem o carimbo da PF com a indicação das páginas do inquérito em que foram inseridas. São denúncias de práticas ilegais envolvendo contratos da Linha 5 do Metrô de São Paulo, CPTM e Metrô do Distrito Federal. Na versão em português, foi incluído um parágrafo com menções explícitas a "políticos do PSDB", que não constam da carta em inglês.

Para Aníbal, o petista cometeu um crime: “Adulterar um documento na tradução é gravíssimo. A tradução ‘padrão Simão Pedro’ cria um parágrafo novo. Isso é crime, uma esculhambação”.

Em Brasília, PSDB, DEM e PPS, atingidos pelas acusações, conseguiram a convocação do ministro da Justiça em uma comissão da Câmara dos Deputados para explicar o nebuloso percurso das denúncias. A oposição quer saber se as acusações, de fato, chegaram à Polícia Federal pelas mãos de Cardozo, e não através do Cade como antes registrado em ofício pela própria PF. Os tucanos também querem que Cardozo explique as diferentes versões do documento.

“Eu quero o depoimento do ministro Cardozo na Comissão de Constituição e Justiça exatamente para isso”, afirmou o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP). “Se houve sucessão de erros ou se houve manipulação, é um processo que tem de ser esclarecido – até em benefício da própria investigação. Não convém que uma investigação dessa natureza, que envolve fatos graves, seja envolta num clima de suspeição, de intriga política.”

Leia também: Acusação que atinge tucanos foi passada à PF pelo ministro da Justiça
Para proteger presidente do Cade, governo libera ida de Cardozo à Câmara

Eles também cobram que o ministro explique o motivo de não ter enviado o documento ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Ministério Público de São Paulo ou à Procuradoria-Geral da República. Para os tucanos, como a versão em português cita parlamentares com foro privilegiado, um desses três órgãos deveria ser o responsável pelas apurações.

“Ele [Cardozo] diz que encaminhou para a Polícia Federal e dois delegados da PF dizem que receberam esse documento do Cade. Alguém está mentindo. Não acho que seja a PF, porque a palavra dos dois delegados está no papel e a do ministro não”, disse Aparecido.
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AQUI, reportagem que desmonta a farsa.

CASO DO NOVO DOSSIÊ É MUITO MAIS GRAVE DO QUE O DOS ALOPRADOS

José Eduardo Cardozo se enrola ainda mais; caso é muito mais grave do que o dos aloprados porque, desta feita, órgãos do estado podem estar servindo à lambança

Por Reinaldo Azevedo

No sábado, escrevi aqui que José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, tinha de se demitir ou ser demitido. Algumas almas bondosas acharam que eu estava exagerando. Pois é… Eu não estava. Infelizmente para o Brasil, o ministro da Justiça se meteu numa operação escandalosa, própria de um estado policial, não de um regime democrático. Vamos ver.

Vocês já conhecem este jogo: o PT acusa a imprensa de ser tucana, e boa parte dos veículos de comunicação se encarrega, então, de provar que isso não é verdade. Como? Dando destaque máximo a toda e qualquer denúncia que tenha o PSDB como alvo. A prática vale por um “Vejam como somos isentos”
Desde o primeiro momento, as evidências de que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), sob o comando do petista Vinicius Carvalho, estava a serviço da guerra político-partidária eram gritantes. Não vou aqui recuperar detalhes do caso, que vocês já conhecem. Sintetizo: os termos do acordo de leniência assinado pela Siemens e seus diretores eram desconhecidos, e a apuração feita pelo conselho era dita “sigilosa”, mas informações eram cuidadosamente pinçadas e vazadas para comprometer o governo de São Paulo. Nesta segunda, veio à luz o dado escandaloso Atenção! Apontar a tramoia não quer dizer necessariamente que não tenha havido formação de cartel; que se apure tudo. O ponto é outro.
O PSDB demonstrou, nesta segunda, que a tal “carta-denúncia” em que Everton Rheinheimer, ex-diretor da Siemens, aponta a formação de cartel em São Paulo tem duas versões: uma em inglês e outra em português. Informa o Globo:
Um dos trechos do documento, em inglês, diz que autoridades brasileiras estão investigando o envolvimento da Alstom no pagamento de suborno a autoridades governamentais em vários projetos no Brasil, entre eles o da Linha G da CPTM (Metrô de São Paulo). Na versão para o português, segundo o documento divulgado pelo PSDB, aparece que “durante muitos anos a Siemens vem subornando políticos (na sua maioria) do PSDB e diretores da CPTM, Metrô de São Paulo e Metrô de Brasília”. O documento traduzido também cita o nome de lobistas envolvidos no caso do Metrô paulista que não constariam do original.
É o fim da picada! O texto original não faz menção ao PSDB nem cita nomes de políticos. 
Já a versão em português é pródiga em acusações. Mas quem, afinal de contas, entregou as duas à polícia? Não há uma só alma, mesmo a mais pia, que não tenha a certeza de que foi mesmo o Cade, conforme, aliás, havia informado em memorando a própria PF. Ocorre que, no texto, Rheinheimer confessa que manteve encontros prévios com Carvalho, que espera ser protegido pelo partido (PT) e que conta com um emprego na Vale. Mais: ele se dispõe a indicar quem deve ser investigado e onde realizar mandados de busca e apreensão. É claro que isso vai muito além de um acordo de leniência. Já se trata de uma operação de caráter partidário, e o Cade não pode manter esse tipo de relação. Torna ilegal o acordo. Logo, urgia desmentir a PF e criar uma nova versão.
Eis, então que  Cardozo diz ter sido ele próprio a entregar o material para a PF — material esse que lhe teria sido repassado pelo deputado estadual licenciado Simão Pedro (PT-SP), atualmente secretário de Serviços de Fernando Haddad. NOTA: Simão Pedro é ex-chefe de Carvalho e autor da denúncia original de formação de cartel. O que dez entre dez pessoas que conhecem o caso dão como certo é que o ministro criou essa versão para proteger o Cade — transformado, àquela altura, num instrumento de luta partidária.
Nem uma versão nem outra trazem a assinatura do ex-diretor da Siemens,  que tentou desmentir a autoria. Bem, autor da versão em português, tudo indica, ele não é mesmo. Resta concluir que o provável tradutor é… Simão Pedro! Ou, então, ele diga quem é, já que, para todos os efeitos, foi quem repassou o material Cardozo…
O caso é enrolado, como quase tudo em que essa gente se mete, e de uma gravidade estupefaciente. Se foi o Cade que passou adiante a vigarice, péssimo. Se foi o ministro da Justiça, ainda pior. Se foi o Cade, e se Cardozo está se oferecendo apenas para lavar a origem da tramoia, aí é mesmo o fim da picada! Com que então alguém na sua posição recebe uma denúncia em inglês, uma versão ampliada em português, com conteúdo distinto do original, e passa o troço para a PF, sem nem fazer um cotejo entre os textos? É assim que age sempre? 
Houve cartel? Puna-se — depois da devida investigação e do devido processo legal. Só que estamos diante de coisa distinta. Na prática, Cardozo participou de uma máquina de difamação de políticos da oposição. O Garboso insiste que apenas cumpriu a sua obrigação. Não cumpriu, não! Tendo em mãos o original de uma denúncia e sua versão adulterada por interesses escancaradamente eleitorais, deveria ter acionado, sim, a PF, mas para saber quem era o adulterador. Em vez disso, como de hábito, começaram novos vazamentos…
Não exagerei, não! Um ministro da Justiça flagrado numa operação como essa tem de se demitir ou ser demitido. Ou o que se tem é o aceno do governo para um regime policial.
Só para arrematar: os tucanos falaram que o episódio remete ao escândalo dos aloprados. Discordo! É muito pior. Naquele caso, a tramoia existia, sim, mas a quadrilha foi desbaratada pela ação de um policial federal. Desta feita, tudo indica, órgãos do estado exercem o papel contrário. A permanência de Cardozo na Justiça e de Carvalho no Cade, a esta altura, agride o estado democrático e de direito. É simples assim. É complexo assim.

Entidade dos novos “patrões” de Dirceu responde a inquérito por desvio de verba pública

Leiam o que informa Vinicius Sassine, no Globo:

O Centro de Tradições Nordestinas (CTN), entidade sediada em São Paulo, terá de devolver R$ 4,8 milhões aos cofres públicos em razão do mau uso do dinheiro que recebeu do Ministério da Ciência e Tecnologia, em 2006, para desenvolver um projeto no Pará. O CTN é administrado pela família Abreu, uma das donas do Hotel Saint Peter, em Brasília, novo local de trabalho do ex-ministro José Dirceu, caso ele receba a autorização da Justiça. O CTN foi fundado pelo presidente do PTN, José Masci de Abreu, e é presidido pela filha dele, Renata Abreu. A entidade e o partido têm a mesma sede administrativa, em SP. O irmão de José de Abreu, Paulo Masci de Abreu, é filiado ao PTN e aparece na sociedade do Saint Peter.
O próprio ministério concluiu que o CTN não conseguiu comprovar a execução dos serviços e recomendou a devolução do dinheiro. Um inquérito do Ministério Público Federal (MPF) investiga as irregularidades. Em 2006, o CTN recebeu R$ 3 milhões para instalar terminais de um projeto chamado Tele Saudades, que serviria para realizar contatos entre migrantes nordestinos e seus parentes nas cidades de origem. Para o ministério, não foi comprovado o gasto do dinheiro. Uma liminar na Justiça suspendeu a necessidade de devolução. Desde 2008, um inquérito da Procuradoria da República no Tocantins investiga o destino do dinheiro.
Os Abreu têm outros interesses junto ao governo. São proprietários de veículos de comunicação e têm processos de outorga junto ao Ministério das Comunicações. Entre eles, um relacionado à extinta Televisão Excelsior, em nome de Paulo de Abreu. O Ministério da Ciência e Tecnologia diz não saber da vinculação entre CTN e PTN. O CTN sustenta que o presidente do PTN foi um dos fundadores da entidade e “há anos não exerce atividades na instituição”. “Paulo de Abreu é apenas irmão de José de Abreu. Nenhuma de suas empresas tem ligação com o CTN”.

BARBOSA E O STF RECEBEM AMEAÇAS DIÁRIAS DE PESSOAS LIGADAS AO PT

COMO A CUT, PETISTAS FAZEM AMEAÇAS A JOAQUIM




O ministro Joaquim Barbosa e o Supremo Tribunal Federal recebem ameaças diárias de pessoas ligadas ao PT e a meliantes condenados no mensalão, segundo confirmam fontes próximas à presidência da Corte, mas adotaram a regra de ignorá-las. Por essa razão o STF não levará a sério ameaças de sindicalistas da CUT, a Central Única dos Trabalhadores, dia 25, garantindo a Barbosa que “sua vez vai chegar”. 

Em qualquer país democrático, ameaça tão explícita ao chefe do Poder Judiciário faz a polícia identificar e denunciar seus autores.

As ameaças preocupam os amigos e auxiliares de Joaquim Barbosa, mas todos parecem tranquilos quanto ao seu esquema de segurança.

EDUARDO CARDOZO ESTÁ NA MIRA DO PSDB

O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes, protocolou nesta quarta-feira (27) um pedido de abertura de investigação contra o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) na Comissão de Ética do Senado Federal. O partido quer que a Casa aplique sanções ao político e recomenda, inclusive, a sua demissão. Cardozo é acusado pelo partido de não cumprir sua obrigação legal de investigar o suposto uso político do Cade, vinculado ao seu ministério e presidido por um militante petista.
Segundo o PSDB, a omissão do ministro pode estar ligada a uma eventual participação dele no uso dos órgãos do governo contra adversários.
A legenda também entrou com uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR) a fim de exigir outra investigação: pela prática de improbidade administrativa ou de crime de prevaricação por parte do ministro. No documento, assinado pelo líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), o ministro da Justiça pode ter praticado improbidade administrativa ao usar seu cargo para a realização de investigações seletivas com o fim de perseguir adversários políticos, ao mesmo tempo em que deixou de tomar providências que lhe eram exigidas para investigar os ilícitos cometidos pelo presidente do Cade, cuja atuação tem fortes indícios de uso político-partidário do órgão para atingir adversários. “Por esse mesmo motivo, o ministro pode ter praticado crime de prevaricação”, justifica a representação.
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(O partido usa o poder para repetir a fraude desmontada pela Veja)