Já disse aqui recentemente e vou repetir: o economista Luciano Coutinho, presidente do BNDES, deveria ser responsabilizado criminalmente por transformar em lixo quase 10 bilhões de reais em empréstimos às empresas Xis do Eike Batista. Ele vem enrolando nas explicações mas não convence. Na última entrevista em Porto Alegre, Coutinho disse que a situação financeira do grupo EBX “não preocupa a instituição”. Claro, o dinheiro não dele, é do contribuinte. Portanto, deve dormir tranquilo porque ao ser demitido não vai carregar nas costas o ônus da desordem financeira que instalou no banco patrocinando megas empresas que hoje estão à beira da falência. Em outro país, Coutinho já teria saído do banco algemado.
Mas como o governo do PT se transformou num bando de delinquentes, certamente ainda será louvado por ter financiado Eike Batista, o empresário que a Dilma disse ser um exemplo de empreendedor. “O Brasil precisa de ter mais eikes”, comentou ela, na sua costumeira verborreia desconexa.
É fácil escamotear o calote do Eike ao BNDES. Ao mesmo tempo que tenta livrar a cara do empresário, Coutinho admite que dois empréstimos-ponte contratados com o grupo tiveram de ser prorrogados por falta de pagamentos. Ambos somam quase 1 bilhão de reais. Um, de 502 milhões de reais, agora tem prazo de três anos; outro, de 418 milhões, que venceu no dia 15 de outubro, foi estendido para janeiro de 2014. Rolar a dívida da massa falida das Xis com o banco é mascarar o calote. O truque é: alonga-se os prazos dos pagamentos e tira-se algumas empresas da inadimplência imediata.
Mas os petistas ainda insistem em salvar o patrimônio virtual de Eike Batista, generoso na campanha da Dilma a quem doou 1 milhão de reais legalizados como pessoa física. Agora, a presidente determinou que a Caixa Econômica Federal renegocie outra dívida de Eike. Essa é de 400 milhões de reais com a OSX, estaleiro do grupo, que também está na mira do tombamento.
Os conselheiros da CEF discordaram da decisão, mas o presidente do banco, Jorge Hereda, acatou a ordem e pretende beneficiar o empresário malocandoas duplicatas no baú como papeis velhos. Nega-se, inclusive, a executar o Banco Santander fiador do empréstimo à OSX. Como se percebe, os tentáculos de Eike se espalharam por várias bancos estatais que, na verdade, deveriam estar usando recursos para investimentos em infraestrutura e em áreas sociais e não participando de uma irresponsável ciranda financeira.
Essa generosidade dos petistas para salvar o patrimônio do maior aventureiro financeiro do Brasil não se aplica aos mutuários da Caixa Econômica Federal. Iludidos com o programa “Minha Casa Minha Vida”, milhares deles estão endividados e com dificuldades para saldar suas dívidas. Inapelavelmente, para esses “caloteiros”, a Caixa Econômica aplica as leis que regem o sistema financeiro, levando à leilão os imóveis dos inadimplentes.
Nem todo mundo teve a sorte de nascer Eike Batista, o homem que cunhou as frases: “Deus deixou o item saber fazer dinheiro para o meu pote”, ou “Tenho um pacto com a mãe natureza. Eu perfuro e acho coisas”. Além disso, tinha assento marcado na alta corte petista. E o privilégio de fiscalizar as obras no jatinho com um carona privilegiado: o ex-presidente Lula.
Infelizmente, é assim que os petistas estão torrando o dinheiro público. Envolvidos em aventuras e tentando compensar o complexo de “vira-latas” na companhia da grã-finagem e da elite financeira do país, tão condenada pela cúpula desse partido que chegou ao poder para destroçar o Brasil.
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