O embuste virtual faz de conta que a água do São Francisco já fez o sertão virar marAugusto Nunes
“A água do São Francisco é distribuída pelas bacias dos rios Jaguaribe, Apodi, Piranhas-Açu, Paraíba, Brígida e Moxotó, beneficiando uma ampla região do ser tão onde vivem 12 milhões de brasileiros”, informa a locutora com voz de aeroporto no fim do vídeo de 1:44 que festeja o colosso fluvial produzido por Lula e Dilma. Os verbos sempre no presente ─ “o canal segue por…”, “a água passa pelo…” ─ avisam que a Transposição do São Francisco já está pronta. Mas só no Brasil Maravilha.
Os habitantes do país real ainda não conseguem enxergar a olho nu um único e escasso canal semelhante ao que aparece no vídeo provando que o sertão já virou mar. (Um mar de primeira, permanentemente irrigado por águas cristalinas que serpenteiam por desertos de faroeste americano e percorrem túneis mais modernos que o trem-bala). O monumento à criatividade lulopetista deveria ser concluído em 2010. Ficou para 2012, depois para 2014 e agora não tem prazo para sair do mundo da ficção.
Na reunião com 15 ministros, Dilma cobrou pressa e agilidade da turma. Decidida a mostrar serviço, quer exibir aos eleitores coisas palpáveis. O ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, por exemplo, foi intimado a entregar em poucas semanas alguma coisa que ateste o avanço das obras no São Francisco. Já deve ter encomendado um vídeo mais extenso ─ e mais mentiroso.
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