quinta-feira, 21 de novembro de 2013

‘Sabíamos que Lula estava junto. Só não esperávamos a confissão’

REYNALDO-BH

A sensação é a de estar numa enxurrada, vítima do estouro de algum açude. Os absurdos são tantos e tão diversos que certos fatos – e declarações – são considerados normais. Não são. E requerem a busca dos “porquês” e dos “quandos”.
Quando Joaquim Barbosa irá contar o que sabe? Que dia deixará a Corte Suprema para poder dizer claramente o que insinuou ao apartear Gilmar Mendes? Seremos reféns de algo que poderia provocar uma crise institucional?
Além de fornecer resposta, cumpre a Joaquim Barbosa defender o estado de direito e contar o que sabe, o que houve e o que superamos no escuro. A afirmação lançada no ar, sem continuidade, jogada a um futuro impreciso, faz tão mal ao Brasil quanto a própria manipulação denunciada.
Outras declarações enigmáticas vêm de Lula, que se nega a explicar como usou nosso dinheiro para sustentar a amante e se transformar no Don Juan do poder petista. Entre um silêncio e outro, balbucia um “fui traído!” Por quem? Quando?
Sobre o desmantelamento do mensalão, Lula se une aos três PaTetas condenados e afirma: “Estamos juntos!” Existe algo mais grave que um ex-presidente se solidarizar com bandidos condenados?
Estamos juntos em quê? No crime? No roubo? No mensalão? Na prisão? Certamente em tudo. Mas sabemos que Lula nunca irá explicar essa frase. Não tem coragem. Prefere hipotecar solidariedade, contanto que o deixem de fora. Lula protege Lula. Sempre foi assim.
“Estamos juntos”. Eis o lema do mensalão, oferecido de bandeja pelo próprio chefe supremo do esquema. Sabíamos que Lula estava junto. Só não esperávamos que confessasse.

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