Confira o áudio: Chico Anysio avisou há muito tempo que o lançamento do foguete brasileiro seria um fiasco estratosférico
Augusto Nunes
O vídeo de 3:58 prova que o Brasil já soube contemplar-se com ironia e rir de si próprio, das virtudes que o livraram de descambar para o terreno do ridículo e virar motivo de galhofa. Gravado nos anos 70, Chico Anysio conta o que aconteceria se algum governo megalomaníaco resolvesse introduzir o país na era espacial com o lançamento de um foguete. As gargalhadas coletivas informam que a plateia concorda com a sequência de trapalhadas narradas pelo grande humorista.
Neste 9 de dezembro, a tentativa de colocar em órbita o satélite CBERS-3 (sigla em inglês para Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) transformou a piada em profecia. O foguete de Chico Anysio não conseguiu subir na hora prevista. Os fogueteiros do governo lulopetista lançaram com três anos de atraso o colosso sideral que se desintegrou meia hora depois da decolagem, pulverizado por uma falha técnica ainda não identificada.
O País do Carnaval torrou R$ 300 milhões no fiasco produzido em parceria pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e pela Academia Chinesa de Tecnologia Espacial. A gastança não inclui as despesas da comitiva liderada por dois ministros: Paulo Bernardo (Comunicações) e Marco Antonio Raupp (Ciência e Tecnologia). A dupla não se manifestou sobre o vexame estratosférico. Uma nota divulgada pelo INPE só deixou claro que não será o último.
“Para assegurar o cumprimento dos objetivos do programa CBERS, Brasil e China concordaram em iniciar imediatamente discussões técnicas visando a antecipação da montagem e lançamento do CBERS-4″. Chico Anysio merecia ter vivido para descobrir que o governo é pior que o foguete que inventou no século passado.
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