Maria Helena RR de Sousa
"O Sarney tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum."
Mais uma definição do gênio da raça, o atual ex-presidente em exercício Luiz Inácio da Silva, o Lula. E se levarmos em conta que o fenômeno estava em Astana, no Cazaquistão, antes de encerrar outra de suas animadas excursões pela Europa e Ásia Central, quando proferiu essa definição, mais valor daremos ainda a essa estupenda opinião. Era junho de 2009, verão naquelas bandas e parece que o calor de lá, se não racha, derrete os miolos.
Lula conhece muito bem o Sarney. Sua avaliação não é a de um mero conhecido, é a de um parceiro, aluno, companheiro, conselheiro, amigo de longa data. Sócios da mesma empresa, Brasil & Cia. Ltda.
Para começar, nada abala Sarney. Não é pouco o que tem acontecido em seu feudo, que está sob as rédeas de sua filha única. Pessoas que lidam com crimes hediondos há muitos anos sentiram-se mal ao ler os relatórios e ver as fotos da selvageria brutal que vem acontecendo no Maranhão. Qualquer outro idoso teria ao menos uma crise de hipertensão. Sarney, o incomum, não.
Foto: Ricardo Stuckert
O governo do Maranhão – e, por favor, não me digam que ali quem governa é a filha, que o pai não tem nada a ver com isso... – através de seu Secretário de Segurança publicou uma nota onde diz:
"Divulgar esse tipo de gravação é repudiante, pois só corrobora com uma ação no mínimo criminosa, com apelo sensacionalista e que fere todos os preceitos dos direitos humanos e as leis de proteção ao cidadão e à família [dos detentos mortos], que se vê novamente diante de uma exposição brutal".
Se a Imprensa ficasse caladinha, como parece ser o sonho e o desejo-mor das autoridades que nós elegemos – é bom não esquecer esse detalhe, eles não são ETs, nós os pusemos lá! – a ação criminosa teria sido talvez ligeiramente estúpida, nada de especial. Decapitações, fogueiras, estupros, quando não noticiados, são crimes totalmente aceitáveis...
Mas nossa Imprensa não está a fim de se calar.
Nunca pensei em um dia vir a ser a favor da pena de morte, por ser sentença irrecorrível. Mas ao saber que os dois desgraçados que jogaram gasolina em Ana Clara Santos Sousa, de seis anos, fizeram isso como reação à mãe da menina que só pediu que não lhe machucassem a filha, passo a ser favorável.
O senador incomum deve isso ao seu estado e à memória de Ana Clara. Propor a adoção da pena de morte para animais como esses monstros que queimaram a menina. Acompanhar e usar sua força - insólita - para que essa Lei Sarney seja aprovada.
A morte por condenação não precisa ser por decapitação ou fogo. Um tiro na nuca basta.
Sempre levando em conta que ofende os bons quem poupa os maus.
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