quarta-feira, 12 de março de 2014

BRASIL, REFÉM DO CRIME

Cracolândia, Rocinha, Alemão: O estímulo à desordem começa a render frutos. E vai piorar!

Homens da Guarda Civil Metropolitana prenderam duas mulheres nesta terça, acusadas de tráfico. Foram cercados pelos frequentadores do local e agredidos. Tiveram de recorrer a bombas de gás lacrimogêneo. As viaturas foram depredadas. Leio na Folha a “explicação” dada por Sidnei Calixto, que participou da agressão: “Eles [os guardas] partiram pra para cima sem a gente fazer nada. Passaram o meio da multidão com o carro e depois prenderam uma usuária. O povo ficou revoltado e começou a jogar pedra neles”.
Entendi. A “agressão” inicial dos guardas metropolitanos foi deter uma “usuária” — e o usuário, como se sabe, pode tudo hoje em dia — e “passar com o carro no meio da multidão”. Não pode! Afinal, o prefeito Fernando Haddad decidiu que aquela é uma área livre para o consumo de droga, certo? Mais do que isso: ele passou a financiar, na prática, o vício de uma parte dos frequentadores da Cracolândia; ele os estatizou. Como é a que a Guarda Civil Metropolitana ousa fazer o seu serviço?
Em janeiro, uma equipe do Denarc prendeu um traficante na Cracolândia. Os policiais foram atacados pelos frequentadores. Houve confronto. Fernando Haddad e o secretário municipal de Segurança Pública, Roberto Porto, que é chefe da GCM, tiveram a cara de pau de criticar a polícia. Mais: o Ministério Público Estadual decidiu investigar a operação. Ao reagir daquele modo, a Prefeitura decretava que a Cracolândia é intocável e que ali a polícia só entra com ordem daquilo que o tal Calixto chama “povo”.
Alemão
Moradores do Complexo do Alemão, no Rio, interditaram ontem um dos acessos ao local, meteram fogo em lixeiras e entulhos e ameaçaram explodir um caminhão de combustíveis. Era um protesto da “comunidade” — é assim que se fala em carioquês politicamente correto — contra a prisão de dois moradores, de um grupo de seis pessoas, suspeitas de participar da execução de policiais ligados às UPPs.
Vejam bem: leio na Folha que a confusão começou quando um dos “manifestantes” atirou para o alto. Entendo. Quando ele não aguenta mais de vontade de se manifestar — assim como quem tem a urgência de expelir um borborigmo —,  saca a pistola e atira. O sujeito fugiu, com o auxílio da… comunidade!!!
Rocinha
No JN, vi imagens de policiais da UPP da Rocinha sendo humilhados e intimidados por “moradores”. Ninguém escondia a cara, não, entenderam? Um deles meteu o porrete no vidro da viatura, estilhaçando-o… É a comunidade!
Por alguma razão que escapa a qualquer entendimento racional, lógico e historicamente informado sobre, como posso chamar?, o progresso das sociedades e o processo de civilização, os nossos “pensadores” veem em manifestações dessa natureza uma espécie de grito dos oprimidos em busca da libertação.
Isso é só degradação da ordem. Não conduz à libertação dos oprimidos coisa nenhuma! Ao contrário: coisas assim oprimem os que, sendo moradores do Centro de São Paulo, se tornam reféns de traficantes e consumidores de crack e, sendo moradores da Rocinha e do Alemão, viram prisioneiros da bandidagem.
É impressionante o mal que essas novas esquerdas — que têm de ativas o que têm de ignorantes — fazem aos oprimidos em nome dos quais supostamente falam. E, sim, a imprensa é parte desse problema.
O crime conseguiu ganhar no Brasil o estatuto de revolta popular. Na origem, essa leitura, sem dúvida, tem uma marca: o PT, que representou a primeira grande degradação teórica do pensamento de esquerda no Brasil (ignoro a fase terrorista). Agora, a bandeira está sendo tomada pelo PSOL, que é o esquerdismo na fase do hospício.
Por Reinaldo Azevedo

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