Merval Pereira, O Globo
O depoimento da presidente da Petrobras, Graça Foster, serviu para reforçar a necessidade da CPI pedida pela oposição, em vez de desanuviar o ambiente político, como pretendia o Palácio do Planalto. Ela confirmou que um mau negócio foi autorizado pelo conselho da empresa sem que seus membros tivessem os dados completos para analisar.
Ao admitir que o prejuízo da compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, foi de US$ 500 milhões, Graça só complementou com números o sincericídio da presidente Dilma, que havia admitido semanas antes que desconhecia duas cláusulas contratuais que considerou danosas aos interesses da Petrobras: a que obrigava uma das partes a comprar os demais 50% da companhia em caso de litígio, e a que garantia à vendedora um rendimento fixo ao ano próximo a 7%, independentemente dos resultados.
Graça Foster, presidente da Petrobras. Foto: Pedro França / Futura Press
Não foi à toa que as ações da Petrobras começaram a cair na Bolsa de SP durante o depoimento no Senado. É preciso saber por que um mau negócio foi feito com documentos falhos, e a quem interessou no momento levar o conselho da Petrobras a tomar decisão errada.
É preciso esclarecer também por que diretores nomeados por pressões políticas foram responsáveis por decisões tão delicadas. O governo Dilma tenta se livrar de culpa, mas leva à suspeição de que pelo menos em gestões anteriores, no governo Lula, a política dominou as ações dentro da Petrobras.
Leia a íntegra em CPI necessária
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