O Globo (Editorial)
Para evitar que o aumento do custo de geração de energia elétrica seja repassado em sua maior parte para as tarifas cobradas aos consumidores em 2014, o governo optou por uma fórmula que posterga esse ajuste.
A justificativa para o represamento é que a inflação está em patamar muito elevado no momento e que, em breve, outros fatores poderão contribuir para uma queda nos preços da energia no mercado livre, o que, na média, atenuaria os reajustes futuros.
Mas há, é evidente, um componente político nesse processo, pois em outubro serão realizadas eleições gerais, e um aumento mais significativo nas tarifas de eletricidade cobradas dos consumidores, em especial os residenciais, desgastaria ainda mais a imagem do governo Dilma, que em 2013 anunciou em alto e bom som que esses valores sofreriam uma redução da ordem de 20% em decorrência de medidas adotadas — diga-se, de forma vertical, sem maiores discussões.
O Brasil tem uma matriz elétrica que hoje depende, na essência, dos humores do clima. Se, por um lado, ter quase 80% da geração a partir de hidrelétricas é para o país um ganho ambiental considerável (além de ser a fonte mais barata), por outro é inevitável que, nos anos de pouca chuva, os preços de energia subam, pois usinas térmicas, bem mais caras, precisam ser acionadas.
Também por restrições ambientais, o Brasil não constrói mais hidrelétricas conjugadas a grandes reservatórios, de modo que, se não chove em volume suficiente para elevar a vazão das bacias que as alimentam, as novas usinas perdem capacidade de geração.
Leia a íntegra em Governo cria grande confusão no setor elétrico
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário