O governo não quis ver as manifestações contra a Copa do Mundo no Brasil e em vários países do mundo. Preferiu subestimar a capacidade do povo de se organizar para cobrar mais saúde e educação em vez do pão e circo que vem oferecendo aos brasileiros nos últimos doze anos. Mas, na verdade, o governo pensa diferente do povo, por isso não consegue enxergar as manifestações que pipocam por todos os cantos do país por cobrança de promessas feitas pelo PT e nunca concretizadas. As obras de infraestrutura estão paralisadas, as creches prometidas não saíram do papel, a violência pública se alastra com o crack, a droga que ela prometeu combater nos seus primeiros programas de campanha. E o país está parado com Mantega, o mágico da economia, fazendo malabarismo para impressionar o mundo de que a economia vai bem, obrigado.
As manifestações, os saques, a violência que se espalham por todos os cantos do Brasil não sensibilizam a presidente Dilma, que parece habitar outro planeta. Como Brasília é uma cidade mística quem sabe se esse pessoal que ocupa o Palácio do Planalto não é extraterrestre de outra galáxia? A saúde está um caos, a corrupção e os saques nas estatais são tão vorazes que empresas como a Petrobrás e a Eletrobrás, antes símbolos de orgulho dos brasileiros, estão praticamente falidas com a queda de mais de 50% de suas ações no mercado.
Se os petistas pensavam em se perpetuar no poder, trazendo para o Brasil a Copa do Mundo e as Olímpiadas em 2016, quebraram a cara. Descobre-se agora que essas organizações esportivas são mais corruptas do que pareciam quando agiam à distância para selecionar os países sedes dos jogos. A FIFA, que organiza as copas, vive enrascada com acusações de corrupção. João Havelange, ex-presidente de honra da entidade, e seu ex-genro Ricardo Teixeira deixaram o futebol pela porta dos fundos depois das denúncias de que receberam propinas milionárias quando estavam à frente das entidades – FIFA e CBF. O Comitê Olímpico vire e mexe aparece na mídia por desvio de conduta. Não faz muito tempo seus dirigentes no Brasil tiveram que prestar esclarecimentos no Congresso Nacional sobre desvio de dinheiro.
Essa mistura da corrupção esportiva com a governamental chegou em boa hora no Brasil para concluir o projeto do propinoduto petista. A pretexto de construir a infraestrutura para a Copa e Olímpiadas, o governo decidiu que as obras não seriam licitadas pelo caráter emergencial, incentivando assim os contratos superfaturados da construção dos estádios e das obras urbanas. Sem licitação e sem auditoria para fiscalizar o dinheiro público, as próprias empreiteiras estipularam os valores dos negócios.
Enquanto tudo isso ocorre aos olhos dos mais desavisados brasileiros, a presidente Dilma continua mostrando-se uma estadista, principalmente quando faz discurso de improviso para entusiasmar a plateia, esta mesma que está nas ruas se rebelando contra o desgoverno. Veja aqui mais um pronunciamento da presidente, uma pérola digna de passar para a história como um discurso de impacto para futuras gerações: “O legado da Copa é nosso porque ninguém que vem aqui assistir a Copa leva consigo, na sua mala, aeroporto, porto, não leva obras de mobilidade urbana, nem tampouco estádios. O que eles podem levar na mala? É a garantia e a certeza de que este é um país alegre e hospitaleiro. Pode levar isso na mala. Agora, os aeroportos ficam para nós, as obras de mobilidade ficam para nós, os estádios ficam para nós”.
Da série Coisas do Brasil.
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