Pais que matam filhos; pais sendo mortos pelos próprios filhos. Espancamento até a morte por conta de um retrato falado publicado e mal interpretado na internet. Jovens que perdem a vida atropelados por bêbados ao volante. Moradores dispostos a linchar o vizinho supostamente agressor de uma mulher.
São essas manchetes de jornais que, nos últimos meses, marcam o cotidiano urbano onde a violência, o ódio, a insanidade ganham força Diante delas, é preciso mostrar nossa mais profunda indignação quanto à completa banalização da vida, que parece já mais nada valer, como mostram os recentes episódios do menino Bernardo e da dona de casa Fabiana de Jesus.
Esses dois casos de extrema violência evidenciam que estamos passando por um momento de perda de valores morais. Aqueles mesmo valores que aprendemos em casa com nossos pais e avós e na nossa formação escolar, quando ainda éramos crianças e adolescentes.
Em família, os mais velhos nos ensinaram que matar ou roubar é crime com graves consequências; que destruir e humilhar o outro moralmente é jogo baixo. No banco escolar, ouvimos de nossos professores lições que iam muito além do livro didático: o respeito aos colegas de classe; a importância de sermos sinceros e não mentir.
Nossos pais nos orientaram a seguir e a não abrir mão de princípios morais em nossas escolhas afetivas e profissionais. Se cursamos uma faculdade, juramos, ao recebermos nosso diploma, agir com ética no exercício da profissão escolhida.
Se de fato passamos por todo esse aprendizado, não há como, individualmente, mas, sobretudo, coletivamente, deixarmos de lado nossa mais profunda indignação diante do retrocesso moral que parece levar a sociedade a viver nos tempos das atrocidades da Idade Média ou das primitivas sociedades tribais.
Na Índia, o estupro coletivo de uma estudante em Nova Deli, desencadeou forte campanha de conscientização pelo país. Como consequência, o Parlamento aprovou leis mais severas para coibir esse tipo de crime. O exemplo indiano mostra o quanto vale a pena nos indignarmos diante das barbáries do nosso tempo.
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