Diário do Poder
Em ofício ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, o juiz da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba informa sobre o risco de fuga do doleiro Alberto Youssef, principal alvo da Lava Jato, da Polícia Federal e destacou que há suspeita de envolvimento com tráfico internacional de drogas de acusados da Operação Lava Jato, cuja soltura foi ordenada. O ministro também determinou a suspensão da investigação e o envio de todo o inquérito à corte suprema.
O juiz federal pede ao membro do STF que esclareça o “alcance da decisão”, uma vez que “não foram nominados os acusados que devem ser soltos e os processos que devem ser remetidos ao Supremo Tribunal Federal”. Ele explica: “a fim de evitar que os processos, a ordem pública e a aplicação da lei penal sejam expostas a riscos por mera interpretação eventualmente equivocada de minha parte”.
Na interpretação de Teori, que aceitou acusação da defesa do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos alvos do processo, o juiz federal extrapolou sua função ao investigar o deputado André Vargas (sem partido/PR), que, por ser parlamentar, tem foro privilegiado e deveria ser investigado pelo Supremo. Outro parlamentar citado na apuração da PF é o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA).
O juiz relaciona diversos acusados da Lava Jato e informa que “um deles, Sleiman [Nassim El Kobrossy], que não foi preso preventivamente, já está foragido”.
Sergio Moro acrescenta: “Assim, muito respeitosamente, indago à V.Ex.ª o alcance da decisão referida, se este feito de tráfico de drogas e lavagem também deve ser remetido ao Supremo Tribunal Federal e se devem ser colocados soltos os acusados neste feito, entre eles Rene Luiz Pereira, preso por risco à ordem pública pelo indícios de envolvimento em organização criminosa responsável por tráfico de cerca de 750 kg de cocaína.”
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