Nos protestos de 2013 a popularidade da presidente Dilma Rousseff caiu de confortáveis 65%, em março, para alarmantes 30% em junho. Oito meses e muita propaganda depois houve certa recuperação. A popularidade da presidente foi para 44%, em fevereiro.
Em maio, também segundo o Datafolha, turbinada por escândalos de corrupção e barbeiragens na condução da economia, Dilma voltou a cair para 37% e está em viés de baixa. Os índices de intenção de voto dos candidatos de oposição começam a subir lenta, mas firmemente. A soma de seus adversários, hoje, dá 38%. Segundo turno assegurado.
O estoque de mágicas populistas – coelhos da cartola e PACs que não desempacam do governo – está visivelmente esgotado. Já os escândalos do PT envolvendo roubalheira do patrimônio público não param de brotar como se fossem cogumelos depois da chuva. Não só o segundo turno está garantido, como o resultado da eleição é incerto. O espectro da derrota ronda o PT.
Se a eleição fosse hoje, segundo o Datafolha, no cenário mais provável, a petista teria 37% dos votos. Seus adversários, somados, teriam 38%. Aécio, Neves (PSDB): 20%; Eduardo Campos (PSB): 11%; Pastor Everardo (PSC): 3%; Outros nomes: 4%.
O mais alarmante para o petismo não são os índices de seus adversários hoje (eles tendem a crescer na medida em que se tornem mais conhecidos com a campanha no rádio e televisão), mas os indicadores de saturação do eleitor com o PT e seus infindáveis trambiques.
O Datafolha revela que 74% dos brasileiros querem mudança. Poucos acreditam que Dilma Rousseff, conhecida pelo voluntarismo e a teimosia, tem o perfil adequado para conduzir essa mudança necessária.
Em fevereiro, 19% dos entrevistados do Datafolha disseram que Dilma era a pessoa mais preparada para fazer as mudanças necessárias. Há um mês, a taxa caiu para 16%. Agora, oscilou para 15%. Os rivais da presidente fazem o caminho inverso.
Para vencer a eleição, Dilma precisaria convencer o eleitorado que é capaz de mudar. Mas a presidente não dá sinal que está disposta a mudar alguma coisa. Ao contrário. Depois de 3 anos de crescimento baixo e inflação alta, Dilma recusa admitir que exista algo profundamente errado na condução da economia.
Convencida de que a sequencia de fracassos, malogros e escândalos que vem oferecendo ao país são apenas sucessos mal compreendidos, Dilma promete mais do mesmo. É o caminho garantido para o desastre.
Os números do Datafolha parecem parte de uma crônica de uma derrota anunciada para o PT. Dilma perdeu 4 pontos percentuais entre os eleitores de renda mais baixa (47 para 43%). Aécio subiu de 10% para 16%. Em dois meses, subiu de 10% para 19% a taxa de eleitores que enxergam Aécio como o mais preparado para executar as mudanças. Nesse quesito, Campos saltou de 5% para 10%.
Mesmo com as constantes viagens de Dilma ao Sul, inclusive a Curitiba (aonde veio para anunciar pela terceira vez a mesma obra), a petista tem a menor intenção de voto na região em relação às outras quatro regiões do país.
O desempenho de Dilma no Sudeste e no Centro-Oeste, também não é bom. A petista faz 30% das intenções de voto em cada uma das duas regiões. Já Aécio, faz 13% no Norte e 12% no Nordeste. E Campos, 11% no Norte e 7% no Sudeste.
Todos esses indicadores negativos sugerem que o mais prudente para o PT seria encostar Dilma e trazer Lula, o boquirroto, como candidato. Mas isso é viável? Existe alguma certeza de que o candidato Lula se elegeria? E, se eleito faria um governo bem sucedido, ou seria vítima das lambanças que iniciou e que foram aprofundadas pela “super-gerente” que instalou no Palácio do Planalto?
A resposta do PT aos fracassos da gestão Dilma é o mesmo que deu para os escândalos da Petrobras – mais propaganda. Agora a propaganda petista tem um nítido viés terrorista. Como essa, intitulada: “fantasmas do passado”. A nova linha publicitária do PT mereceu um comentário fulminante do blogueiro da Folha de S. Paulo, Josias de Souza:
- “Noutros tempos, o PT se defendia da tática do susto com slogans como ‘a esperança vencerá o medo’ ou ‘sem medo de ser feliz’. Hoje, o partido reage à desesperança disseminando pânico. Faz isso sem medo de ser ridículo”.
Talvez a melhor definição do cenário político no Brasil, depois de 12 anos de petismo, tenha sido dada por Carlos Augusto Montenegro, do Ibope, em entrevista a Sônia Racy, no jornal O Estado de S. Paulo. É a melhor síntese sobre os sentimentos que o PT desperta hoje nos brasileiros:
- “Estou aqui há 42 anos e acho que esta é a eleição mais difícil da história do Ibope. Sinto que as pessoas estão nauseadas, enfadadas, não sei nem o termo, estão enojadas”.
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