A fúria dos petralhas com Ronaldo porque ele declarou voto em Aécio
Por Reinaldo Azevedo
Indagada se estava brava com o ex-jorador, a presidente se limitou a um monossílabo: “Não!”. Alguns petistas graúdos expressaram um muxoxo de desagrado, mas a fúria mesmo se espalhou nas redes sociais, sob o comando dos patrulheiros de sempre. Que gente curiosa, não é?
Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, hoje filiado ao PT, futuro candidato a deputado federal pelo partido, foi diretor de Seleções da CBF em 2011 e 2012. Tornou-se a face da inauguração do Itaquerão, um dos principais, vamos dizer, “legados” da Copa do Mundo, ainda que apenas para uma fatia (imensa) dos brasileiros. Na inauguração do estádio, lá estava ele como uma espécie de grande mentor.
Muito bem! É claro que os petistas não veem nada de errado na atuação de seu provável futuro deputado federal. Ao contrário até: devem considerar até muito natural que ele dispute a eleição e que tenha se filiado ao PT com todo o estardalhaço a que teve direito. Então o petista Sanchez pode ter sua posição política — e ser candidato! —, e Ronaldo não? Só porque este é membro do tal Comitê Organizador Local? Não consta que os que integram essa instância estejam proibidos de se manifestar sobre qualquer assunto.
Chega a ser engraçado: alguns cobram enfaticamente que, depois da declaração de apoio a Aécio, Ronaldo abandone o tal “Comitê Organizador Local”. Ora, e por que ele deveria fazê-lo? Não consta que estivesse lá porque petista, mas porque Ronaldo. E pertencer ao tal grupo não exclui os seus direitos de cidadão, que é dar seu voto a quem quiser, proclamando a sua escolha. Ou será que o tal COL deveria exigir teste de fidelidade ao governismo?
Pertença ou não ao tal comitê, Ronaldo tem o direito de emprestar seu apoio a quem bem entender. Ele não deve nada ao governo, ao estado, aos políticos. O que ele tem foi conquistado com o seu trabalho. Só faltava agora virar alvo de patrulheiros malsucedidos e amargos.
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