Ou quem vocês acham que vai pagar a conta pelos estragos desses vândalos?
MPL dá passe livre aos black blocs
Movimento Passe Livre nega responsabilidade sobre o rastro de destruição deixado após os protestos que organiza. Mas não emite uma linha para condenar com clareza os marginais mascarados de sempre
Silvio Navarro e João Marcello Erthal, VEJA
Depois do protesto que mais uma vez deixou um rastro de destruição na maior cidade do país, o chamado Movimento Passe Livre (MPL), que se autocongratula embrionário das passeatas de junho de 2013, postou em sua página do Facebook a seguinte mensagem: "O ato #NãoVaiTerTarifa seguia da Marginal Pinheiros para se dispersar no Largo da Batata quando a Polícia Mlitar atacou os manifestantes". O movimento não redigiu uma linha para condenar com clareza os vândalos mascarados que depredaram o patrimônio público e privado – o equivalente a tacitamente endossar o que eles fazem. E resolveu culpar a PM pela baderna. Nesta quinta-feira, a marcha convocada pelo MPL pretendia lembrar um ano da revogação do reajuste das tarifas de transporte público. Ao comunicar as autoridades que promoveria o ato, o movimento também fez um perigoso pedido em ofício enviado à Secretaria de Segurança Pública: queria a Polícia Militar distante porque "os movimentos sociais devem ter autonomia para promover sua própria segurança”. Mas nem de longe foi o que se viu. Minutos depois da marcha degenerar no quebra-quebra de sempre, com vândalos destruindo o que estava no caminho, os líderes do MPL rasgaram o que escreveram: "Não escolhemos quem participa dos nossos atos. Não foi o MPL que começou e não conseguimos sequer terminar o nosso ato, pois quando chegamos perto do Largo da Batata fomos atingidos por bombas da polícia", disse Lucas Monteiro, porta-voz do movimento, ao jornal Folha de S. Paulo. "A depredação não aconteceu durante o protesto, então não cabe ao MPL explicar o motivo", completou. Uma resposta bastante incoerente para quem reivindicava autonomia para assegurar a segurança do ato.
A passeata desta quinta-feira foi convocada pelo MPL no dia 6 de junho em sua página no Facebook – a ideia de realizá-la já era debatida desde o dia 31 de maio. Nas redes sociais, os vândalos mascarados manifestaram apoio. Ao contrário do que diz o MPL, não era difícil, portanto, prever que o Black Bloc participaria – como ocorreu em todos os atos agendados pelo movimento, independentemente do tamanho do prejuízo causado pelos vândalos.
A PM informou que destacou 500 homens para monitorar a manifestação e posicionou a Tropa de Choque e a Cavalaria para proteger o terminal de ônibus e a estação de metrô Pinheiros, considerados os principais alvos dos baderneiros – e onde o prejuízo ao patrimônio público poderia ser maior.
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