domingo, 20 de julho de 2014

O BRASIL REJEITA A POLÍTICA DO ÓDIO

O PT e o futuro — Parece que a população está cansada do ódio como exercício da política e da política como exercício do ódio! Fala, Marilena Chaui!!!

Ai, ai… Vocês se lembram deste vídeo, não é mesmo?
Por Reinaldo Azevedo
Então… A petista com fama de filósofa protagonizou esse espetáculo grotesco no dia 14 de maio do ano passado. Em menos de um mês, teriam início as tais jornadas de junho. Em março, o Datafolha havia publicado uma pesquisa segundo a qual 65% achavam o governo ótimo ou bom. Para 27%, era regular. E apenas 7% o consideravam ruim ou péssimo. O petismo vivia, então, o auge do delírio de poder. E já fazia planos para, como dizer?, eliminar de vez a oposição no país. Nas redes sociais, a patrulha fascistoide assumia violência retórica inédita.
Deu-se, então, esse evento no Centro Cultural São Paulo. O que se comemorava lá? Relembro trecho de um texto que publiquei no dia 17 de maio de 2013 (em azul). Volto em seguida:
O sociólogo Emir Sader, emérito torturador da língua portuguesa, é organizador de um livro de artigos intitulado “10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma”. Não li os textos, de vários autores (dados alguns nomes, presumo o que vai lá). O título é coisa de beócios. Para que pudesse haver esse “depois”, forçoso seria que tivesse havido o “antes”. Como jamais houve liberalismo propriamente dito no país — o “neoliberalismo” é apenas uma tolice teórica, que nunca teve existência real —, a, digamos assim, “obra” já nasce de uma empulhação intelectual. Pode até ser que haja no miolo, o que duvido, um artigo ou outro que juntem lé com lé, cré com cré, o que não altera a natureza do trabalho. Quem foi neoliberal? Fernando Henrique? Porque privatizou meia dúzia de estatais? A privatização de aeroportos e estradas promovida por Dilma Rousseff — e ela o fez mal e tardiamente — é o quê? Expressão do socialismo? Do “neonacional-desenvolvimentismo”? Sader se orienta no mundo das ideias com a mesma elegância com que se ocupa da sintaxe, da ortografia e do estilo.
Na terça-feira passada, um evento no Centro Cultural São Paulo marcou o lançamento do livro. Luiz Inácio Lula da Silva (quando Sader está no mesmo texto, eu me nego a chamar Lula de “apedeuta”!) e Marilena Chaui estavam lá para debater a obra. Foi nesse encontro que a professora de filosofia da USP mergulhou, sem medo de ser e de parecer ridícula, na vigarice intelectual, na empulhação e na pilantragem teórica. Se eu não achasse que estamos diante de um caráter típico, seria tentado a tipificar uma patologia.
Retomo
O ex-presidente Lula, como vocês viram, aplaudiu. Este fim de semana trouxe uma série de pesquisas devastadoras para o PT. O governo é considerado ruim ou péssimo por 29% dos brasileiros, tecnicamente empatados com os apenas 32% que o veem como ótimo ou bom. Para 38%, é apenas regular. No segundo turno, Dilma já está em empate técnico com o tucano Aécio Neves. É também a candidata mais rejeitada: 35%.  A gestão de Fernando Haddad é reprovada por 47% dos paulistanos, e o candidato do partido ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, aparece com 4% dos votos. O tucano Geraldo Alckmin se reelegeria com 54% dos votos, e sua gestão é vista como ótima ou boa por 46% dos paulistas — só 14% a reprovam. Para a vaga no Senado, José Serra está na liderança.
Em desespero, Lula distribui broncas.
É isso aí. Que fique, mais uma vez, o registro da fala daquela senhora, aplaudida pelo chefão petista:“É porque eu odeio a classe média. A classe média é um atraso de vida. A classe média é a estupidez. É o que tem de reacionário, conservador, ignorante, petulante, arrogante, terrorista. É uma coisa fora do comum a classe média (…) A classe média é a uma abominação política porque ela é fascista. Ela é uma abominação ética porque ela é violenta. E ela é uma abominação cognitiva porque ela é ignorante”.
Parece ser crescente o número de pessoas que rejeitam o ódio como exercício da política e a política como exercício do ódio.

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