Ex-presidente diz que OAB não vela pelo estado democrático de direito
Neste artigo em "O Globo" deste domingo, intitulado "Por onde anda a OAB?", seu ex-presidente, Reginaldo Castro, acusa o atual presidente por omissão deliberada diante dos ataques feitos pelos governos do PT ao estado democrático do direito. Ele vai até mais longe, ao avisar que a OAB trai por interesse próprio, já que seu atual presidente está na lista dos que poderão ser nomeados para o STF. Leia tudo:
Diante de sinais claros de retrocesso, sente-se a falta da palavra e da orientação da Ordem. Poucas vezes na história republicana do Brasil tantos e tão graves acontecimentos puseram em risco o Estado Democrático de Direito. São questões que, no passado, provocariam a intervenção da única tribuna pública não estatal em defesa da cidadania: a Ordem dos Advogados do Brasil, cujo Estatuto a compromete com a defesa da Constituição, da democracia e dos direitos humanos. A OAB surgiu no bojo de uma crise institucional de grandes proporções: a Revolução de 1930. São 84 anos. Desde então, teve papel decisivo em todos os conflitos da vida brasileira, sempre mantendo distância crítica dos protagonistas do processo político, ocupando, com isenção e destemor, a tribuna da sociedade civil. Hoje, diante de sinais claros de retrocesso, sente-se a falta da palavra e da orientação da OAB. Falo como seu ex-presidente e alguém que preza sua história e papel social. Distingo a instituição dos que circunstancialmente estão no seu comando.
Estamos diante de uma agenda política assustadora. Teme-se pela independência do Judiciário e do Legislativo. O aparelhamento do Estado, síntese desses temores, culmina com a edição do decreto 8.243, que o entrega ao arbítrio dos “movimentos sociais”, sem que se defina o que são, já que podem ser institucionais ou não, segundo o decreto. Antes, tivemos o mensalão, pontuado de agressões por parte dos réus ao STF e ameaças de morte a seu presidente, Joaquim Barbosa. E ainda: a tentativa de regulamentar (eufemismo de censurar) a mídia; a inconstitucionalidade do programa Mais Médicos; a desobediência do presidente do Senado ao STF quanto à instalação da CPI da Petrobras; a violência dos black blocs nas manifestações de rua; as ações criminosas de milícias armadas do MST e do MTST, entre numerosas outras ilegalidades que reclamam uma palavra firme de condenação por parte da advocacia brasileira. E o que se ouviu da OAB? Nada.
Preocupo-me com essa omissão, que, como é óbvio, não é gratuita: tem substância política, expressa na inclusão do nome de seu atual presidente, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, na lista de postulantes ao STF. A presidente Dilma Rousseff faria um grande favor à advocacia brasileira nomeando-o, em justa paga aos inestimáveis serviços prestados a seu governo.
A OAB é grande, mas sua atual direção trai a sua história e, com isso, infunde desamparo à nossa frágil democracia. É preciso resgatá-la e devolvê-la a seu glorioso lugar de porta-voz da cidadania brasileira.
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Reginaldo de Castro é advogado e foi presidente nacional da OAB
Se tem Advogados de boa índole, onde estão? Não tem forças para inverter a situação ? Onde está a lucidez e o bem? só cobram do Papa e da igreja a santidade? O Brasil virou um País onde todas as áreas só tem corruptíveis e vendíveis? Contágio petista? Não temos ícones para o que é justo e correto? Quando aparece um Joaquim Barbosa , ele é linchado? Infelizmente não vejo perspectivas , pois a Pátria só aparece com a camisa de uma equipe de futebol e some do cérebro e desvia o dedo no momento de apertar uma tecla na "Urna" eletrônica????
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