Fábio Pereira Ribeiro, Exame
Os nazistas preferiam queimar livros do que ler os mesmos. Muita verdade poderia destruir a mentira criada por eles.
Vivemos em um louco ambiente de desinformação, e é mais do que notório que a verdade incomoda. A atual política brasileira insiste em buscar as sombras, em buscar o “fetiche de um Estado ditatorial”, ou como diria um político coronel do passado, “é u puder“. Mas enquanto isso, a Nação brasileira se perde no jogo nefasto da política brasileira.
O ex-Secretário Nacional de Justiça e Delegado de Polícia aposentado, Romeu Tuma Júnior, sabe muito bem destas conseqüências nefastas. Profissional com grande experiência policial em todas as esferas, estadual, federal e até mesmo internacional através da Interpol, nos últimos dias sofreu do ambiente de medo instalado quando a verdade incomoda. O mesmo foi detido por causa de seu livro “Assassinato de Reputações – um crime de Estado”. Parece que o Estado insiste em destruir sua reputação. Até Joseph Goebbels deu risada no inferno, suas práticas continuam em pleno século XXI. E enquanto isso, alguns problemas em nossa democracia insistem criar raízes… alguns decretos…
O Blog EXAME Brasil no Mundo conversou com Romeu Tuma Júnior para entender todo o ocorrido, e principalmente, entender por quê a verdade tanto incomoda.
Brasil no Mundo: Esta semana foi agitada para o senhor, novamente tentaram criar “terror” sobre a sua pessoa. Por que a Polícia Federal usou a coerção contra o senhor sem um procedimento formal estabelecido? Tudo por causa de um livro? Conte-nos um pouco sobre a ocorrência.
Romeu Tuma Júnior: Se queriam me ouvir tinham que levar intimação, não intimidação. Usam desses métodos porque a PF deixou de ser uma polícia de Estado e passou a ser um instrumento de um governo totalitário.
Uma instituição que outrora era venerada por todos nós, perdeu sua identidade legalista e republicana. Definitivamente, nos últimos anos, a PF perdeu seu padrão de excelência, graças a instrumentalização e aparelhamento a que foi submetida e obviamente, graças a conivência de boa parte de seu efetivo que aceita infringir a lei a serviço do compadrio.
Brasil no Mundo: O seu livro “Assassinato de Reputações – um crime de Estado” apresenta uma série de provas e verdades sobre fatos recentes de nossa história política, e também policial. Como o senhor mesmo afirma, o “livro é uma peça de defesa”, por quê pessoas e instituições estão com medo?
Romeu Tuma Júnior: Simplesmente porque não estão acostumadas a luz da transparência e principalmente tem pavor de órgãos de controle e investigação.
Além disso, muita gente criminosa tem dívida para acertar com a Justiça e com a sociedade, e obviamente, o livro acaba revelando parte dessa conta.
(...)
Brasil no Mundo: É notório que estamos vivendo um momento político conturbado no Brasil. Vivemos em um ambiente de ampla desinformação e usos de dossiês. Como o senhor analisa e avalia este ambiente? E qual será o cenário futuro com este jogo nefasto?
Romeu Tuma Júnior: Um jogo perigoso e nefasto, próprio de um governo inseguro, incompetente, autoritário e cercado de Poderes tíbios e lenientes.
Se não mudarem as pessoas, nosso futuro é muito sombrio.
(...)
Brasil no Mundo: De todos os eventos apresentados em seu livro, o caso “Celso Daniel” ainda pode mexer com muita gente? Quem matou “Celso Daniel”?
Romeu Tuma Júnior: A resposta de quem matou está no livro. Mas não tenho dúvida de que isso ainda vai mexer com muita gente, porque a grande investigação policial ninguém quis fazer e quem quis foi afastado, pois a pergunta principal que não é essa.
A pergunta principal é a que cito no livro e é essa que merece uma investigação: Por quê mataram Celso Daniel?
Brasil no Mundo: “Estado Policial”, desinformação, Política Nacional de Inteligência na “geladeira”, violência crescente no Brasil, por que tudo isso? A quem interessa tudo isso? Projeto de Poder ou Projeto de Partido?
Romeu Tuma Júnior: É a velha máxima do “quanto pior melhor” para aqueles que necessitam conquistar apoio pelo faz de conta e/ou pela força da pobreza. Na verdade é um projeto de poder de um “grupelho” travestido de partido político, que foi concebido tal qual o PCC, na cadeia, digo no DOPS.
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