DIÁRIO DO PODER
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na tarde desta quarta-feira, que o ritmo em que a equipe econômica anuncia medidas não é o mesmo da política. “Nosso ritmo não é o ritmo político”, disse, após ser questionado sobre o motivo pelo qual o anúncio de medidas que são estudadas há tempos ocorreu hoje, no fim do governo Dilma Rousseff e perto do período eleitoral. “Temos aqui um fluxo de medidas que são feitas à medida que amadurecem e estão prontas para entrar em vigor. Discutimos muito cada medida antes que ela seja realizada. É um fluxo permanente de medidas”, disse.
Mantega afirmou que uma parte da medida anunciada pelo Banco Central vai se traduzir em aumento de crédito, “porque se o banco não utilizar o compulsório ele vai perder”. “Se não emprestarem, a remuneração será zero”, disse. “Agora, a parte do requerimento de capital é decisão das instituições financeiras”, completou.
Em relação à alienação fiduciária, o ministro afirmou que as instituições estavam se queixando da falta de segurança jurídica. “Agora, com mais segurança jurídica, estarão propensas a aumentar o crédito. Então certamente o crédito vai aumentar”, concluiu.
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Repercussão
As medidas voltadas à aquisição de imóveis têm impacto limitado para as construtoras, diz, em análise preliminar, o estrategista da XP Investimentos Celson Plácido. O motivo é que o problema atual no que se refere ao crédito imobiliário não está na oferta, e sim na demanda, devido ao patamar de endividamento das famílias. “As mudanças visam a estimular o financiamento imobiliário, mas não sei até que ponto produzirão resultados, pois não alteram de fato a realidade do endividamento das famílias e do custo do crédito”, opina o estrategista.
“O custo da dívida está caro, a população está mais endividada e os bancos privados estão seletivos na concessão do crédito, com o objetivo de controlar a inadimplência”, acrescenta. O diretor de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, avaliou que as medidas anunciadas para diminuir a burocracia na aquisição de imóvel financiado representam, sobretudo, uma ação política.
Sem entrar muito nos detalhes da proposta, ele afirmou que as medidas não devem ter impacto em 2014. “Para transformar isso em atividade econômica de mais imóveis construídos leva tempo. Isso não vai acontecer em 2014″, avaliou, lembrando que o mesmo aconteceu quando o governo lançou programas na área de infraestrutura. (Agência Estado)
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