O desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, vai ser investigado em sindicância. A Corregedoria do tribunal analisará sua conduta por ter dito que o Ministério Público "é uma inutilidade" em entrevista ao site da BBC Brasil. Darlan foi responsável por permitir que 23 black blocs acusados de associação criminosa armada na Operação Firewall respondam em liberdade.
"O Ministério Público é uma inutilidade. Ele é muito eficiente quando lhe interessa. Mas há situações em que o Ministério Público se omite. Hoje, estamos com prisões superlotadas porque o Ministério Público é eficiente na repressão do povo pobre, do povo negro", disse Darlan na entrevista.
"O Ministério Público é uma inutilidade. Ele é muito eficiente quando lhe interessa. Mas há situações em que o Ministério Público se omite. Hoje, estamos com prisões superlotadas porque o Ministério Público é eficiente na repressão do povo pobre, do povo negro", disse Darlan na entrevista.
De acordo com o Tribunal de Justiça, o desembargador pode ser punido com advertência ou até demissão pelas declarações.
O direito de os black blocs responderem em liberdade ao processo foi confirmado nesta terça-feira em julgamento da 7ª Câmara Criminal. Os outros dois desembargadores acompanharam o entendimento de Darlan. Mas outras medidas foram determinadas para que permaneçam fora das grades durante o julgamento, como a obrigação de entregar passaportes à Justiça e o impedimento de deixar a cidade.
A ativista Elisa Quadros, a Sininho, foi uma das beneficiadas pela decisão judicial. Drean Moraes, um dos black blocs, alegou que tinha viagem marcada para a Europa, mas foi proibido de embarcar. O grupo de black blocs é acusado de planejar e praticar atos violentos durante manifestações de rua. Dois integrantes continuam presos – Fábio Raposo e Caio Silva –, porque respondem a processo pela morte do cinegrafista Santiago Andrade.
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