Há dois meses parte do IBGE está em greve. Apenas parte. Convenientemente apenas parte. E o governo não faz nada para resolver o problema. É óbvio que existe manipulação neste movimento. Os números da economia estão sendo escamoteados da população. Só serão conhecidos depois das eleições, em 6 de novembro. É o jeito PT de fazer o diabo para ficar no poder.
A greve no IBGE provocou atraso na divulgação de várias pesquisas que retratam a realidade socioeconômica do país, inclusive na Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), primeiro dado oficial nacional sobre mercado de trabalho formal e informal, divulgada por trimestre.
Com dois meses de paralisação, o IBGE apresentará novos dados sobre o segundo trimestre só em 6 de novembro, após as eleições. A previsão inicial era divulgar os números no próximo dia 28. O emprego é um dos temas mais citados na campanha à Presidência em meio à estagnação do mercado de trabalho, com a baixa geração de postos e a migração de trabalhadores para a inatividade -o que sugere desalento.
Os primeiros dados foram divulgados em janeiro deste ano, retroativos a 2012. Na apresentação de março, a taxa de desemprego no país ficou em 7,1% no primeiro trimestre, acima dos 6,2% dos últimos três meses de 2013. Analistas projetam para o segundo trimestre uma taxa entre 7,5% e 8%, diante da piora do cenário econômico e da previsão de queda do PIB.
Os números da Pnad Contínua mostram uma taxa de desemprego média no país acima da Pesquisa Mensal de Emprego, restrita às seis maiores regiões metropolitanas. O último dado da média dessas áreas é de abril, com taxa de desemprego de 4,9%. A pesquisa de julho divulgada nesta quinta (21) foi a terceira seguida sem dados consolidados devido à greve.
Para Sérgio Vale, da MB Associados, a baixa taxa de desemprego "era a única coisa positiva" na economia que o governo tinha a apresentar. "Poderia confundir o eleitor mostrar uma taxa nacional mais alta do que nas regiões metropolitanas e superior à do primeiro trimestre." O economista ressalta que "não dá para dizer se houve interferência política".
À Folha a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, disse não admitir "nenhuma ilação ou insinuação" de ingerência. O prazo, afirmou, foi definido a partir de informações de técnicos dos Estados -em alguns como Rio Grande do Norte, Paraíba e Amapá nem 40% da coleta foi concluída. "A área técnica que define o prazo. Antes de eu receber um dado, 30 pessoas já conhecem o número. O corpo técnico não admitiria isso. Essas ilações afetam a credibilidade de um instituto no qual o mundo acredita."
(Folha de São Paulo)
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