sábado, 9 de agosto de 2014

"LADRÕES DE INSTITUIÇÕES"

Por Reinaldo Azevedo
Para lembrar uma imagem empregada certa feita por Diogo Mainardi –que tem sofrido tentativas descaradas e infrutíferas de clonagem na crônica tupinambá–, parte da imprensa está se comportando, no caso da fraude da CPI da Petrobras, como a Fada Sininho do PT, batendo as asinhas para ver se a bomba dos piratas estoura longe do Palácio do Planalto. É uma missão suicida, mas vale sacrificar a honra em nome de mais quatro anos na Terra do Nunca! Há um esforço danado para provar que os petistas, os assessores palacianos e o comando da estatal não fizeram nada demais ao transformar uma CPI numa pantomima ridícula.
Não que se esperasse, dadas as personagens, grande coisa dessa comissão. Mas, vá lá, admita-se que a folgada maioria que detêm os governistas em sua composição é regimental: deriva do desequilíbrio de forças no Senado, que traduz, no entanto, a vontade do eleitor. Nada a fazer a respeito. É legítimo, sim, lastimar certos aspectos da democracia. Só não é permitido solapá-la.
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Os que me acompanham nesta Folha, no blog que mantenho na Veja.com ou na rádio Jovem Pan sabem que atribuo à roubalheira o peso que a coisa tem: comprovadas as culpas, cana para os larápios! Mas eu me ocupo mais dos ladrões de instituições do que dos ladrões de dinheiro público.
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Um ladrão de dinheiro público é um caso de polícia; um ladrão de instituições é um caso de política. Um ladrão de dinheiro público faz um rombo no caixa; um ladrão de instituições faz um rombo numa cultura; um ladrão de dinheiro público morrerá um dia; um ladrão de instituições procria. Um ladrão de dinheiro público inviabiliza um projeto; um ladrão de instituições inviabiliza um país. Apelando agora a Padre Vieira: um ladrão de dinheiro público pode até ser enforcado; um ladrão de instituições manda enforcar.
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Leia a íntegra aqui

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