Se continua jurando que só soube agora das maracutaias na Petrobras, por que Dilma demitiu Paulinho de Lula em 2012?
Durante o debate na TV Record, Dilma Rousseff colocou os adversários na cara do gol duas vezes, ambas decorrentes de jogadas inspiradas na Petrobras. A primeira pisada na bola foi acusar o PSDB de tramar a privatização da estatal. Aécio Neves mandou no ângulo: avisou que pretende reestatizar a empresa privatizada pelo PT e impiedosamente saqueada por bandidos de estimação.
Sabe-se lá por quê, a oposição ignorou a segunda derrapagem de Dilma, ocorrida ao exercer o direito de resposta: “Uma coisa precisa ficar clara: quem demitiu o Paulo Roberto Costa fui eu”, gabou-se a presidente, referindo-se ao ex-diretor que, depois de preso pela Polícia Federal, rendeu-se às vantagens da delação premiada e começou a contar o muito que sabe.
Dilma escapou por pouco de descobrir como se sentiu a defesa do time de Felipão durante o pesadelo no Mineirão. Bastaria que Aécio Neves enfiasse a bola entre as pernas da oponente com a dedução óbvia: como quem demite também nomeia, a presidente acabara de confessar que a diretoria é escalada não pelo presidente da empresa, mas pelo presidente da República. Pode-se concluir, assim, que tanto Nestor Cerveró (nomeado diretor da Área Internacional em 2003) quanto Paulo Roberto Costa (diretor de Abastecimento entre 2004 e 2012) chegaram à sala do cofre graças ao chefe supremo. Foi Lula o parteiro da quadrilha. Gol da Alemanha.
A sequência de golaços prosseguiria com a pergunta que Marina Silva ficou devendo: quais foram os motivos da demissão? Se afirmasse que a ação de despejo resultou das maracutaias colecionadas por Paulo Roberto Costa, Dilma bateria de frente com duas interrogações incontornáveis: 1) Por que continua jurando que só soube agora da ladroagem na Petrobras? 2) Por que escondeu durante dois anos a roubalheira que justificara a demissão?
Pena que os candidatos da oposição tenham desperdiçado a chance do ataque em pinça. A última oportunidade virá com o debate na Globo. Tomara que não lhes falte agilidade. E coragem.
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