Os debates entre candidatos continuam a tumultuar a vida dos eleitores indecisos na escolha em quem votar. A cada encontro, fica mais evidente que o brasileiro está cansado das baixarias promovidas pelos que estão em notória desvantagem nas pesquisas eleitorais.
Propostas importantes para o cidadão são substituídas por baboseiras repetidas à exaustão. Dentre as frases usadas nas campanhas de rádio e televisão, a que melhor expressa a verdade é a divulgada por Aécio Neves e que diz, ao final: “Agora teremos 15 segundos para bater no PT", em seguida o locutor fala ao ouvinte que basta que ele leia os jornais, veja televisão e ouça o rádio, e encerra: acabou!
De fato, se os candidatos se limitassem a discutir propostas para a melhorar a vida do povo, com certeza teríamos melhores resultados; no entanto, a campanha do governo está no limite e demonstra que para vencer o opositor é necessário baixar o nível e provocar o eleitor a escolher o que se sair melhor nas respostas sobre assuntos irrelevantes.
O debate de ontem no SBT, além de realizado em horário acessível ao trabalhador e as famílias brasileiras, poderia ter sido melhor se a candidata Dilma estivesse disposta a tratar os interesses nacionais sem a raiva que expressa à frente das câmeras. Dilma, com o seu jeito destrambelhado, não consegue disfarçar desconforto em discutir ações de seu governo.
É como se Aécio fosse um intruso ao interpelá-la sobre sua responsabilidade na corrupção que mina as bases dos governos do PT, desde a posse de Lula. São doze anos de poder, convivendo com oposição democrática e leal. Os oposicionistas se fortaleceram com discurso de combate às intenções bolivarianas de líderes nacionais e repulsa aos ataques ao erário em benefício de aliados pessoais e dirigentes partidários .
A descoberta da não-quadrilha que enfiou as garras nos cofres públicos desbaratou o maior esquema de corrupção da história do país, e, como reafirmou recentemente o delator do “Mensalão”, Roberto Jefferson, o que hoje é denunciado e comprovado pelos atuais delatores é só mais um pouco do muito que ainda está por vir.
Segundo as investigações, quando os administradores das grandes empresas forem levados à frente do juiz federal, Sérgio Moro, e correrem o risco de serem presos, aí sim, o Brasil será passado a limpo, como aguarda há anos. Nesse momento, surgirão as ameaças a que são submetidos os empresários para pagarem propina. Esta é a verdade, os geradores de riquezas, impostos e empregos são obrigados a conviver com marginais e repassar recursos através de meios ilícitos.
No julgamento do “Mensalão”, o Supremo Tribunal Federal absolveu um dos réus que, para receber débitos de campanha, foi envolvido por escroques. Os demais empresários vivem o mesmo dilema; se não pagarem, não fazem obras!
São esses fatos que maculam os debates, pois os governantes não têm argumentos para rebatê-los e partem para ofensas pessoais. Foi assim ontem entre Aécio e Dilma, e Rollemberg e Frejat. O candidato do PSB tentou debater idéias, enquanto Frejat carregou a mão, engrossando o discurso com acusações sem fim e sem fundamentos. O engraçado da noite foi quando Rollemberg disse estranhar que Jofran, no fim da vida, se aliasse ao que de pior existe na política do Distrito Federal. Jofran, irritado, perguntou se Rollemberg queria matá-lo. A platéia, cansada, acordou e caiu na gargalhada.
Quanto a Dilma e Aécio, além da tranquilidade do Tucano a pressionando a responder sobre de quem é a responsabilidade nos casos de corrupção no governo, o melhor foi a cena “chapliniana” de Dilma sendo entrevistada “ao vivo”, e perder o rumo das idéias se enrolando toda. Alegou mal-estar com pico de pressão e desabou em uma cadeira, tal qual nas pesquisas eleitorais. Recomposta, quis continuar a fala, mas a repórter, talvez em nome dos brasileiros e repetindo Aécio, respondeu: Desculpe-me, o seu tempo acabou!
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