MUITAS PESSOAS QUE CONHEÇO estão expondo-se, por mero senso de dever cívico, ao denunciar o que significaria uma vitória do PT nestas eleições. Serão perseguidas de diferentes maneiras em caso de vitória da estrela vermelha, tenham a mais rotunda certeza. Outras pessoas, entre as quais se encontram muitos católicos de boa-fé, agora lavam as mãos olimpicamente — com o argumento de que, no plano espiritual, PT e PSDB não diferem em gênero, mas apenas em espécie e em grau (o que, a propósito, não é novidade para nenhuma pessoa razoavelmente formada, ou seja, com certo conhecimento a respeito da história das idéias políticas e de sua materialização no decorrer dos séculos).
O problema é simples: a água está na altura do pescoço, subindo, e é preciso manter a cabeça fora dela antes que o Foro de São Paulo "cubanize" e "venezuelize" o Brasil de vez — e, então, estes novos Pilatos perderão o ar olímpico de superioridade e verão a porca torcer o rabo, pois sem um mínimo de liberdade política não há chance de vida espiritual.
Como aliás sabia muito bem Santo Tomás de Aquino.
Os cristãos das catacumbas nunca desistiram de conseguir alforria política; ademais, não esperemos que a sociedade se espiritualize sozinha, muito menos por ação da atual hierarquia da Igreja Católica — que é PODRE, sob os mais variados aspectos.
Seja como for, se porventura Aécio Neves vencer estas eleições (coisa na qual acredito apenas na hipótese de se conterem as fraudes), estes que hoje se omitem acabarão por se beneficiar do respiro necessário para a sobrevida do país, cujas instituições serão em grande parte DESAPARELHADAS.
Meus caros, o ótimo é inimigo do bom, como ensina a sabedoria popular, sobretudo quando a excelência é circunstancialmente impossível. Ademais, encastelar-se numa posição "doutrinal" quando o pau está quebrando é como querer discutir metafísica com o traficante Fernandinho Beira-Mar, ou explicar os elevados princípios da teologia tomista ao ex-presidente Lula — analfabeto funcional por obstinação culpável.
Da água que lava as vossas mãos eu não quero beber, nem posso cerrar fileiras ao lado de quem abandona totalmente um dos gládios (o material), a pretexto de defender o plano espiritual, quando ainda é possível agir com estratégia para a sobrevivência.
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