O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se manifestou após artigo de Elio Gaspari na Folha de São Paulo que faz insinuações sobre supostos casos de corrupção citados recorrentemente por Dilma nos últimos debates.
Em resposta, FHC enviou uma carta ao jornal, com o intuito de esclarecer alguns pontos.
Mas nunca é demais repetir, repetir e repetir. Se preciso, desenhar.
No vídeo acima, FHC critica a decisão de Dilma de correr para o passado, enquanto o voto em Aécio Neves significa um grande salto para a frente.
Realmente, está na hora de enterrar os fantasmas do passado, fechar o caixão e livrar o país dos moribundos morais da política que atormentam os brasileiros com suas assombrações.
Hora de renovar, corrigir os erros do presente e viver de olho no futuro.
CARTA DE FHC A ELIO GASPARI (FOLHA DE SP)
Fernando Henrique dá a sua versão para os episódios citados pelo jornalista. A saber, trata-se do "Caso Sivam", "Pasta Rosa", "Compra de votos para a reeleição", "Mensalão Mineiro" e "Cartel do PSDB em São Paulo".
Leia abaixo a íntegra da carta assinada por Fernando Henrique Cardoso:
A propósito do esclarecedor artigo de Elio Gaspari "Todos soltos, todos soltos até hoje", que começa a desfazer o slogan de escândalos do PSDB, desejo esclarecer:
a) Quanto ao caso Sivam, não só que a contratação da Raytheon se deu no governo Itamar, como que ao governo nunca foi atribuído haver participado de malfeitos. A "prensa" para que o processo andasse se referia à aprovação do mesmo pelo Senado, posto que o relator do caso demorava em se pronunciar. Houve inquérito, o servidor mostrou inocência (havia sido afastado das funções por mim) e, posteriormente, foi muito justamente nomeado embaixador na Colômbia pelo presidente Lula.
b) A "pasta rosa", como dito no artigo, se refere a supostos recursos de campanha destinados, antes de meu governo, a candidatos parlamentares de vários partidos; o inquérito, no caso, competia à Justiça Eleitoral e a legislação nas eleições até 1994 era diferente da atual, não sendo fácil, de serem verdadeiras as suposições, tipificar os atos como crimes eleitorais.
c) Quanto à alegada compra de votos para a reeleição, além dos acusados não serem do PSDB e terem sido objeto de inquérito no Congresso que os levou à renúncia, quanto à insinuação vaga de que teria havido envolvimento de um ministro no processo de suborno, o ministro aludido foi espontaneamente à Comissão de Justiça da Câmara e rechaçou as aleivosias. Nunca houve acusação formal ao ministro, que eu saiba.
d) No que se refere ao chamado "mensalão mineiro", ainda "sub judice", minha opinião, independentemente de endossar as acusações, foi, desde o início, de que deveria haver apuração e julgamento. Diga-se que, quando surgiu o caso, eu não era mais presidente.
e) Por fim, não existe um "cartel do PSDB" de São Paulo na compra de trens ou do metrô. Segundo o relatório técnico do Cade, há acusação a empresas que formaram cartel para operar tanto em obras federais como estaduais. Provavelmente houve suborno de funcionários desses dois níveis de governo, mas não há acusação a partidos.
Ficarei grato se esta carta for publicada para assim complementar as informações do jornalista Elio Gaspari.
Cordialmente,
Fernando Henrique Cardoso
Hora de renovar, corrigir os erros do presente e viver de olho no futuro.
Fernando Henrique dá a sua versão para os episódios citados pelo jornalista. A saber, trata-se do "Caso Sivam", "Pasta Rosa", "Compra de votos para a reeleição", "Mensalão Mineiro" e "Cartel do PSDB em São Paulo".
Leia abaixo a íntegra da carta assinada por Fernando Henrique Cardoso:
A propósito do esclarecedor artigo de Elio Gaspari "Todos soltos, todos soltos até hoje", que começa a desfazer o slogan de escândalos do PSDB, desejo esclarecer:
a) Quanto ao caso Sivam, não só que a contratação da Raytheon se deu no governo Itamar, como que ao governo nunca foi atribuído haver participado de malfeitos. A "prensa" para que o processo andasse se referia à aprovação do mesmo pelo Senado, posto que o relator do caso demorava em se pronunciar. Houve inquérito, o servidor mostrou inocência (havia sido afastado das funções por mim) e, posteriormente, foi muito justamente nomeado embaixador na Colômbia pelo presidente Lula.
b) A "pasta rosa", como dito no artigo, se refere a supostos recursos de campanha destinados, antes de meu governo, a candidatos parlamentares de vários partidos; o inquérito, no caso, competia à Justiça Eleitoral e a legislação nas eleições até 1994 era diferente da atual, não sendo fácil, de serem verdadeiras as suposições, tipificar os atos como crimes eleitorais.
c) Quanto à alegada compra de votos para a reeleição, além dos acusados não serem do PSDB e terem sido objeto de inquérito no Congresso que os levou à renúncia, quanto à insinuação vaga de que teria havido envolvimento de um ministro no processo de suborno, o ministro aludido foi espontaneamente à Comissão de Justiça da Câmara e rechaçou as aleivosias. Nunca houve acusação formal ao ministro, que eu saiba.
d) No que se refere ao chamado "mensalão mineiro", ainda "sub judice", minha opinião, independentemente de endossar as acusações, foi, desde o início, de que deveria haver apuração e julgamento. Diga-se que, quando surgiu o caso, eu não era mais presidente.
e) Por fim, não existe um "cartel do PSDB" de São Paulo na compra de trens ou do metrô. Segundo o relatório técnico do Cade, há acusação a empresas que formaram cartel para operar tanto em obras federais como estaduais. Provavelmente houve suborno de funcionários desses dois níveis de governo, mas não há acusação a partidos.
Ficarei grato se esta carta for publicada para assim complementar as informações do jornalista Elio Gaspari.
Cordialmente,
Fernando Henrique Cardoso
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