Josias de Souza
No depoimento que prestou à Justiça Federal do Paraná na quarta-feira (8), o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa expôs uma cronologia reveladora. Segundo o delator, o balcão de negócios instalado na maior estatal brasileira passou a operar mais intensamente a partir de 2006. Pouco depois, portanto, do fechamento dos guichês do mensalão, em 2005.
Paulo Roberto assumira a diretoria de Abastecimento da Petrobras em 2004, sob Lula. O delator explicou que, no alvorecer de sua gestão, as oportunidades de negócios eram escassas: “Em 2004 e 2005, nós tivemos pouquíssimas obras, porque o orçamento era muito restrito e também não tinha projeto”, disse Paulo Roberto.
“Então, as obras na área de Abastecimento praticamente começam no ano de 2006”, ele acrescentou. No ano anterior, 2005, outro delator, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), jogara o mensalão no ventilador. Sem vincular um escândalo ao outro, Paulo Roberto deixou transparecer que a Petrobras converteu-se numa rendosa fonte alternativa de trambiques.
Foi nessa época, segundo o delator, que ganharam impulso as obras da refinaria Abreu e Lima, hoje célebre por seus superfaturamentos. “Vai ficar pronta em novembro deste ano”, previu Paulo Roberto. “A parte de terraplanagem começou em 2007.” Antes, segundo suas palavras, “teve um período de pouquíssima realização financeira.”
A corrupção aumentou na proporção direta da elevação da “realização financeira”. De acordo com o delator, os contratos celebrados na Petrobras rendiam um pedágio político de 3%, que descia às arcas de pelo menos três legendas: PT, PMDB e PP. A campanha eleitoral de 2002 fora irrigada com as verbas sujas do mensalão. A de 2010, informou Paulo Roberto, foi besuntada com verbas do petrolão, como vem sendo chamado o novo escândalo.
Um dos pontos áureos do depoimento de Paulo Roberto Costa foi o instante em que, autorizada pelo juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato, a defesa do doleiro Alberto Youssef formulou um lote de perguntas ao depoente. O inquisidor fez os questionamentos sabendo quais seriam as respostas do delator. Interessava-lhe deixar assentado nos autos que Youssef era um mero operador, não o mentor da petro-roubalheira.
Leia AQUI.
“Então, as obras na área de Abastecimento praticamente começam no ano de 2006”, ele acrescentou. No ano anterior, 2005, outro delator, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), jogara o mensalão no ventilador. Sem vincular um escândalo ao outro, Paulo Roberto deixou transparecer que a Petrobras converteu-se numa rendosa fonte alternativa de trambiques.
Foi nessa época, segundo o delator, que ganharam impulso as obras da refinaria Abreu e Lima, hoje célebre por seus superfaturamentos. “Vai ficar pronta em novembro deste ano”, previu Paulo Roberto. “A parte de terraplanagem começou em 2007.” Antes, segundo suas palavras, “teve um período de pouquíssima realização financeira.”
A corrupção aumentou na proporção direta da elevação da “realização financeira”. De acordo com o delator, os contratos celebrados na Petrobras rendiam um pedágio político de 3%, que descia às arcas de pelo menos três legendas: PT, PMDB e PP. A campanha eleitoral de 2002 fora irrigada com as verbas sujas do mensalão. A de 2010, informou Paulo Roberto, foi besuntada com verbas do petrolão, como vem sendo chamado o novo escândalo.
Um dos pontos áureos do depoimento de Paulo Roberto Costa foi o instante em que, autorizada pelo juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato, a defesa do doleiro Alberto Youssef formulou um lote de perguntas ao depoente. O inquisidor fez os questionamentos sabendo quais seriam as respostas do delator. Interessava-lhe deixar assentado nos autos que Youssef era um mero operador, não o mentor da petro-roubalheira.
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