Há 12 anos o PT conta com a imprensa para ajudar a desmoralizar o PMDB, seu principal aliado
Há 12 anos o PT governa com o PMDB. A parceria pode chegar a 16. Pois bem: há 12 anos os petistas pautam a imprensa contra os peemedebistas. E também há 12 anos o jornalismo acaba sendo inocente útil do partido oficial. Vamos rasgar o verbo, não é? Noventa por cento das fontes que jogam peemedebistas na fogueira são, obviamente, petistas. Sim, sim! Se eu souber de alguma safadeza comprovada cometida por alguém do PMDB, noticio, ainda que ela me tenha sido soprada por petistas. E qualquer jornalista tem de fazer o mesmo. Mas isso não pode nos impedir de denunciar a natureza do jogo. Adiante.
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) certamente já se preparou para a chuva de canivetes. E também deve saber quem responde pelo adensamento das nuvens. Vem coisa feia pro lado dele. Ousou desafiar a máquina. Que se noticie tudo o que for procedente, é claro!
Mas cabe uma pergunta: é em nome da moral, dos bons costumes e da alta política que os petistas tentam evitar a todo custo que Cunha se torne presidente da Câmara? Ora, não me façam gargalhar! Quem mesmo os petistas indicaram para vice-presidente da Câmara na legislatura em curso? Lembro: André Vargas, o patriota que atuava como um dos braços do doleiro Alberto Youssef. Era figura em ascensão no PT. Foi seu secretário nacional de Comunicação.
Era dado como certo, vejam que coisa!, para a presidência da Casa no biênio 2015-2016. Não fosse aquela viagenzinha de avião financiada pelo doleiro — e a operação desencadeada pela Polícia Federal —, talvez não se falasse agora de Eduardo Cunha, e o país tivesse como terceiro homem na hierarquia da nação um tipo como André Vargas, que continua a ser protegido pelo PT.
Então vamos chamar as coisas pelo seu devido nome e dizer com clareza a natureza delas. Os petistas não querem Cunha por quê? É em nome da moral e dos bons costumes? Ou será que o deputado atrapalha suas pretensões hegemônicas?
Olhem aqui: uma coisa é o jornalismo noticiar o que sabe. É um dever. Outra, diferente, é servir de esbirro do projeto petista.
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