O “playboyzinho” contra o “cafajeste”: a oposição despertou
O PT é mestre em nos apresentar figuras pitorescas, daquelas que precisam ser digeridas com o auxílio de um bom remédio estomacal. Mas mesmo em ambiente tão competitivo, é inegável que o ministro Gilberto Carvalho se destaca. Representante dos “movimentos sociais” dentro do governo, homem da confiança de Lula, Carvalho é uma das presenças mais lamentáveis em Brasília. Quando ataca alguém, isso conta como pontos positivos no currículo do alvo.
Foi o caso agora, quando Carvalho disse que “morria de medo” de uma eventual vitória do “playboyzinho”, referindo-se ao senador Aécio Neves, líder da oposição, presidente do PSDB, e alguém que recebeu o voto de 51 milhões de brasileiros. Carvalho é (ainda) ministro de Estado, e fez essa declaração chula, repetindo seu mentor, o ex-presidente Lula, que chamou o tucano da mesma coisa durante a campanha.
Os petistas insistem nessa tentativa de pintar os tucanos como elitistas, usando o termo pejorativo “playboy”, para que possam preservar a velha imagem de “homens do povo”. Só tem um detalhe: todos os petistas da alta cúpula estão podres de rico, são milionários, possuem coberturas triplex para veraneio, acumularam milhões com “consultorias”. São os “magnatas do capital alheio”, bebem os melhores vinhos, vivem a vida como nababos. Tudo isso à custa do povo.
Não há nada mais patético do que “acusar” o adversário de ser um “playboy”, tentando, assim, fugir de qualquer debate sério calcado em argumentos. É a antiga tentativa de monopolizar as virtudes, os fins nobres. Só o PT se preocupa com os mais pobres, é o que pretendem dizer. E Carvalho “morria de medo” da vitória de Aécio pois iria romper essa simbiose entre sociedade (povo) e governo. O ministro ignora que a simbiose atual é entre empreiteiras e corruptos!
Mas dessa vez os petistas têm pela frente um tucano diferente, que não passa recibo e não leva desaforo para casa. Aécio rebateu o ataque de Carvalho, inclusive trazendo à tona o caso Celso Daniel, a eterna sombra que paira sobre o petista:
Os termos que o ministro se referiu a um senador da República e presidente de um partido só confirma sua baixa estatura política. Mesmo depois de 12 anos como ministro, a principal marca da biografia do senhor Gilberto Carvalho será sempre seu envolvimento com as graves denúncias de corrupção em Santo André, que culminaram com o assassinato do prefeito Celso Daniel, ainda não esclarecido.
E ainda aproveitou para alfinetar:
O ministro Gilberto Carvalho tem mesmo razões para ter medo. Temia que seu eu fosse eleito, eu iria acabar com a corrupção, colocar ordem no País e acabar com as boquinhas do seu partido, em especial a dele próprio.
Já o senador Aloysio Nunes, que foi candidato a vice na chapa de Aécio e é o líder do PSDB, subiu mais ainda o tom, irritado:
Trata-se de um cafajeste! O fato de um ministro de estado se referir nesses termos a um senador e presidente de partido reflete bem o baixo nível do governo Dilma. Eu não sei de que ele tinha medo, se Aécio ganhasse. Mas ele sabe onde o rabo dele está preso. Especula-se muito sobre isso.
Outros opositores mais aguerridos também não deixaram barato: “O medo do ministro Gilberto Carvalho é que a presidente Dilma Rousseff faça uma delação premiada”, disse o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy; “É melhor ser chamado de playboyzinho do que de homem do carro preto que fazia a coleta da propina em Santo André”, disse Ronaldo Caiado.
Como fica claro, o “cafajeste” agora precisa enfrentar a reação dos amigos do “playboyzinho”. As pessoas perderam o medo do PT. Nem mesmo a sombra do caso Celso Daniel é capaz de intimidar a oposição que, ao que tudo indica, finalmente despertou de sua sonolência.
Rodrigo Constantino
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