Existem coisas que a Justiça brasileira decide que a gente fica com uma pulga atrás da orelha. Essa, por exemplo, de soltar Renato Duque, ex-diretor da Petrobrás, envolvido até o gogó com a corrupção na Petrobrás, é uma decisão, no mínimo, discutível. O cara é comprovadamente o agente do PT na estatal e mantinha com o tesoureiro do partido, o senhor João Vaccari Neto, estreita relação de negócios e de amizade, como já confessou à Justiça e à Polícia Federal. Além disso, foi apontado pelo parceiro de diretoria Paulo Roberto Costa como o homem que viabilizou a campanha da Dilma em 2010 com o dinheiro da corrupção da Petrobrás. É estranho que Renato Duque deixe a prisão quando o próprio juiz do caso, Sergio Moro, acha que existe o risco dele fugir.
Se isso realmente ocorrer, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, assumirá a culpa pelo habeas-corpus concedido. E motivos para o homem desaparecer não faltam, segundo Moro: “Dispondo de fortuna no exterior e mantendo-a oculta, em contas secretas, é evidente que (ele) não pretende se submeter à sanção penal no caso de condenação criminal”. Teori mandou soltar Duque quando o juiz ainda apura onde foram parar os milhões roubados da Petrobrás, depois que um subalterno do diretor, Pedro Barusco, decidiu pela delação premiada prometendo devolver aos cofres públicos 200 milhões de reais. A pergunta é: se um auxiliar quer devolver essa fortuna, quanto dinheiro não foi desviado da diretoria de Renato Duque para alimentar as campanhas do Lula e da Dilma?
Já não existem dúvidas quanto ao dinheiro desviado para os cofres petistas. E quem confessou isso foi o executivo Augusto Mendonça, da empresa Toyo Setal, uma das fornecedoras da Petrobrás. No depoimento (delação premiada) que prestou em outubro na Polícia Federal, ele confessou que parte do pagamento de propina ao ex-diretor de Serviços da Petrobrás, Renato Duque, era direcionada ao PT como doação oficial ao partido. As doações, de quase 60 milhões, foram feitas entre 2008 e 2011 a pedido de Duque. A propina também era feita em dinheiro vivo em contas do PT no exterior. Como se pode ver, Lula e Dilma receberam dinheiro roubado da Petrobrás para suas campanhas.
Quando disse na CPI do mensalão que o PT depositou em contas no exterior 20 milhões de dólares em seu nome, o marqueteiro Duda Mendonça teria dado a pista para a comissão investigar as remessas ilegais do partido lá fora. Mas os tucanos achavam, à época, que o escândalo do mensalão por si só não permitiria a reeleição de Lula. Lula não só voltou ao poder como ainda elegeu e reelegeu a Dilma, também envolvida no mar de lama.
Ah, ia esquecendo. E por que logo agora que as investigações se aprofundavam nas lambanças do PT na Petrobrás, um habeas-corpus solta Renato Duque, o apadrinhado de Zé Dirceu? É o que deixa a gente com a pulga atrás da orelha. Se decidisse pela delação premiada, Duque, a exemplo do amigo Paulo Roberto Costa, prestaria um grande serviço ao país ao apontar os ladrões da Petrobrás. Agora, em liberdade, vai refletir melhor para entregar o esquema da corrupção. Afinal de contas, livre, ele vai preparar melhor sua defesa, coagir testemunhas e até mudar o depoimento para sair impune desses crimes.
E nós, os brasileiros idiotas, conduzidos por uma presidente incompetente, vamos ficar sempre imaginando o que um governo sério faria com tanto dinheiro surrupiado dos cofres públicos e depositado no exterior para que os filhos e os netos desses larápios possam garantir o futuro com tranquilidade. Quando Aécio Neves diz que perdeu a eleição para uma “organização criminosa” não duvide: ele está certo!
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