quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
RENOVANDO A ESPERANÇA, MESMO QUE RESTE APENAS UM SOPRO
Não é novidade, mas como sempre é chocante o papel ridículo de certos jornalistas ao tentarem mostrar uma isenção que não se sustenta diante dos fatos. Os esquemas de corrupção na Petrobras, que deveriam escandalizar e mobilizar o país, continuam sendo relegados a segundo plano por setores influentes da imprensa para colocar em evidência, e fazer valer, a máquina de destruir a reputação dos denunciantes.
É um absurdo a entrevista de Graça Foster, presidente da Petrobras, concedida ao Jornal Nacional, na tentativa de desqualificar as graves denúncias de Venina da Fonseca, publicadas no jornal Valor Econômico e reiteradas ao vivo no Fantástico, no último domingo.
O jornal Estado de São Paulo também traz matéria com as conclusões da CPI chapa branca tentando imputar crimes a Venina. É um desaforo a manobra para distorcer dados e informações. Leia aqui.
O discurso de Dilma Rousseff, para tentar abafar as denúncias de Venina da Fonseca, é exatamente o mesmo de Graça Foster. É sempre o mesmo enredo, quem denuncia é desqualificado ou é obrigado a se dobrar se for lançada a senha, como "assinar um cheque em branco", em troca de blindagem.
Foi assim que o chefão se safou do mensalão, denunciado por Roberto Jefferson, por quem Lula "assinaria um cheque em branco". Assim também se deu o silêncio dos mensaleiros presos e de Erenice 6% que, embora impune, assumiu a responsabilidade pelo propinoduto da Casa Civil. Assim também está em curso o caso Rose Noronha, sempre se minimiza a ação dos protagonistas.
Uma coisa é certa, mais uma vez, alguém está mentindo. Como em outros casos, além dos já citados, tivemos os denunciantes do dossiê, que tinha como alvo Ruth Cardoso, contra o governo do PT, diga-se Lula e Dilma. Lina Vieira contra o governo do PT, particularmente Dilma. E por aí vai.
Quais versões prevaleceram, afinal, se nada de relevante aconteceu com os denunciados? O que tivemos além de vitórias sucessivas nas urnas, o que faz parecer que o crime compensa?
Mas, no momento em que se aproxima um ano novo e a esperança se renova, mais um fato promete dar trabalho ao bando instalado no poder. Se vai funcionar e ter um resultado favorável, ninguém sabe. O que não pode acontecer é a rendição ampla, total e irrestrita sem o devido combate ao mal que está corroendo o país e contaminando a sociedade.
A Folha de São Paulo, em matéria abaixo, informa que Venina está acionando judicialmente a Petrobras.
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A ex-gerente da Petrobras Venina Fonseca ingressou com uma ação na Justiça trabalhista na qual acusa a estatal de assédio moral, pede uma indenização sem definir valores e afirma que a companhia promoveu cortes ilegais em seu salário.
A executiva afirma ter alertado desde 2009 a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, de que havia irregularidades na refinaria Abreu e Lima e em serviços de comunicação. Ela relata que comunicou as supostas irregularidades por e-mail e em conversas pessoais.
Graça nega que tenha sido omissa ou que a executiva tenha falado sobre corrupção nas mensagens. Venina trabalhou como diretora-executiva da Petrobras em Cingapura de julho de 2012 até este mês, quando perdeu o cargo após uma comissão interna apontar problemas de "não conformidade" em contratos da refinaria Abreu e Lima, sobre os quais ela teria sido responsável.
A refinaria é apontada pelos procuradores da Lava Jato como uma das fontes de propina distribuída pelo doleiro Alberto Youssef, a partir de contratos superfaturados. Na ação, os advogados de Venina dizem que é ilegal o corte de salário promovido pela estatal, de R$ 69,1 mil para R$ 24,2 mil brutos. Eles alegam que a estatal não pode cortar benefícios que ela recebe há mais de dez anos, segundo casos já julgados no TST (Tribunal Superior do Trabalho). Ela entrou na Petrobras em 1990 como geóloga e ocupou diversos cargos de gerência, nos quais tinha direito a benefícios.
Graça disse na última segunda (22) à Folha e ao jornal "O Globo" que Venina ganhava mais do que ela quando estava em Cingapura (R$ 167,3 mil mensais, incluindo ajuda de custo para escola e reembolso de aluguel). Em 2013, Graça recebeu uma média mensal de R$ 158,3 mil.
Venina trabalhou como gerente na diretoria de Abastecimento, subordinada a Paulo Roberto Costa, entre 2005 e 2009. Costa foi preso em março pela Operação Lava Jato, sob acusação de comandar um esquema de desvios em obras da estatal e confessou uma série de irregularidades após fechar um acordo de delação premiada para tentar obter uma pena menor.
ASSÉDIO MORAL
No pedido de indenização, os advogados de Venina citam dois casos que caracterizam como assédio moral. A geóloga diz ter sido enviada em 2010 pela primeira vez para Cingapura como uma retaliação às acusações que fez, mas que lá teria sido impedida de trabalhar. Ela diz ter feito um MBA na filial da Universidade de Chicago em Cingapura.
O outro episódio descrito na ação como assédio ocorreu, segundo a ação judicial, entre fevereiro e julho de 2012, quando retornara por um período ao Brasil: Venina diz ter ficado por cinco meses numa sala na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, sem telefone nem computador e sem poder trabalhar.
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