sábado, 31 de janeiro de 2015
A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR
A ruína do projeto político do PT – e o governo Dilma é sua mais eloquente síntese e tradução - dá-se em meio ao silêncio de entidades da sociedade civil, que, ao longo da história contemporânea, tiveram amplo protagonismo na cena pública.
Onde estão a OAB, a ABI, a UNE e a CNBB, entre outras siglas que se associaram à história da reação popular aos maus governantes? – eis a pergunta que não quer calar.
No momento em que a corrupção sistematizada, comandada de dentro do Estado, apresenta sua conta – Mensalão, quebra da Petrobras, violação da Lei de Responsabilidade Fiscal, falência da economia -, é no mínimo ensurdecedor o silêncio de quem sempre soube falar tão alto em momentos de crise e de má governança.
O final do governo militar deveu-se a uma conjunção de fatores, que se resumem na falência de seu modelo econômico e na falta de representatividade de seu modelo político.
Foram essas entidades que romperam a mordaça da repressão, articularam a sociedade e levaram às ruas o “basta” da população. Exerceram, naquela oportunidade, uma vigilância cívica decisiva para que o país se reencontrasse com a democracia.
Mas essa vigilância, que prosseguiu nos primeiros governos civis – os de Sarney, Collor, Itamar e FHC -, começou a minguar até desaparecer por completo desde a posse de Lula, festejada por elas como se o país, enfim, tivesse chegado ao Paraíso.
O que se constata é que, a exemplo do que aconteceu com o próprio Estado brasileiro, essas entidades foram mutiladas na sua essência. Transformaram-se em células partidárias, corresponsáveis pelo projeto político em curso, de índole revolucionária.
A lógica revolucionária, como se sabe, é a da ruptura, que começa por dividir a sociedade e a colocá-la em conflito. Promove o caos e depois acena com a ordem totalitária para consertar o que ela mesmo quebrou. O país está em meio a esse processo.
O projeto do PT postula uma “sociedade hegemônica”, que é o avesso de uma sociedade democrática, em que o poder se alterna entre os diversos partidos que se organizam para exercê-lo. Numa sociedade de pensamento único, não cabe a liberdade de imprensa, o que explica a obsessão petista por controlar a mídia.
Esse projeto de poder, gestado no Foro de São Paulo – entidade criada por Lula e Fidel Castro em 1990, para reunir as esquerdas do continente em torno de um projeto único de poder, a Grande Pátria -, já está em estágio mais avançado em países vizinhos, menos complexos que o Brasil.
Temos então a oportunidade de contemplar etapas pelas quais ainda não passamos, mas que, mantidas as ações em curso, fatalmente passaremos. E isso explica as dimensões estratosféricas da rapina petista ao Estado brasileiro.
Não foi o PT que inventou a corrupção, mas nada nem ninguém a elevou ao patamar em que se encontra. E o que temos corresponde apenas a um início de devassa numa única estatal. Como disse Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, o que lá se fez também se fez nas demais estatais, ainda não investigadas.
Antigamente, a rapina ao patrimônio público era ação de indivíduos, solitária ou em pequenas quadrilhas. Hoje, é sistêmica e se dá na casa dos bilhões. Para onde foi esse dinheiro, que se tem por irrecuperável? Se só um gerente, Pedro Barusco, braço direito do Renato Duque, operador do PT na estatal (e que está solto), se dispôs a devolver 100 milhões de dólares, quanto está em jogo?
Não apenas: se o rombo já constatado – e, repito, estamos falando de apenas uma estatal – chega quase a 90 bilhões de reais, pergunta-se para onde foi essa montanha de dinheiro. Ninguém acredita que o dinheiro que Barusco vai devolver era só dele.
A lógica indica que ele era um laranja. O dinheiro, guardado em conta no exterior, serve à causa, assim como os demais 88,6 bilhões que a própria Graça Foster admite não ser o total. O dinheiro é do Foro e serve aos interesses da Grande Pátria, de que falava Hugo Chávez, o projeto de unificação socialista do continente. É dinheiro demais até para um partido com a voracidade do PT. É destinado a um projeto geopolítico – afinal, revolução é verba -, cujos adeptos dominam hoje as principais entidades da sociedade civil.
Daí o silêncio cúmplice com que acompanham os maiores desmandos já registrados na História não apenas do país e do continente, mas do próprio mundo moderno, como registrou o The New York Times. Em que medida esse ideário psicótico afetou as instituições, sobretudo o Judiciário, teremos a oportunidade de ver, nos desdobramentos da Operação Lava-Jato.
Aguarda-se para depois do carnaval a denúncia do procurador geral da República, Rodrigo Janot, e o posicionamento do relator do processo no STF, ministro Teori Zavascki. Eles dirão em que estágio de subserviência e deterioração estão as instituições desta Sereníssima República.
ESCÂNDALO MAIOR QUE MENSALÃO E PETROLÃO
BNDES TEM 10 DIAS PARA PROVAR CUMPRIMENTO DE ORDEM JUDICIAL
O banco deve disponibilizar em seu site informações detalhadas sobre todos os empréstimos concedidos nos últimos dez anos
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem dez dias para informar ao Ministério Público Federal (MPF) se está cumprindo a sentença que determinou a publicação de informações referentes a todos os empréstimos concedidos pela instituição. O ofício, com o pedido de explicação, chegou ao BNDES nesta sexta-feira (30), dia e é decorrente de um inquérito civil instaurado para acompanhar o cumprimento da ordem judicial. Desde agosto do ano passado, está em vigor a decisão que acatou uma solicitação apresentada pelo MPF, com base na Lei da Transparência.
De acordo com a sentença da 20 ª Vara Federal de Brasília, o banco deve disponibilizar em seu site informações detalhadas sobre todos os empréstimos concedidos nos últimos dez anos, além de adotar o mesmo procedimento em relação aos novos financiamentos. A regra vale para os empréstimos concedidos a entes públicos e privados, desde que envolvam recursos públicos. A sentença também determina a publicação das informações nos casos em que o contrato é firmado por pessoas jurídicas criadas pelo BNDES e não apenas quando a liberação é feita diretamente pela instituição bancária.
No ofício, endereçado ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o MPF lembra ainda que, em dezembro de 2014, a Justiça Federal acatou o pedido de tutela antecipada para garantir o cumprimento imediato da decisão, ainda que houvesse recurso por parte do banco. “Dessa forma, a sentença deve ser cumprida de imediato e totalmente, sob pena de a autoridade responsável pelo descumprimento responder civil e penalmente, perante a Justiça Federal”, alerta em um dos trechos do documento que aguarda resposta.
Relembre o caso
Em dezembro de 2012, o MPF propôs uma ação civil pública, depois de o BNDES ter se recusado a enviar informações solicitadas por procuradores da República no Ministério Público em Brasília. Na época, a intenção era estudar a forma como o banco prestava apoio financeiro em casos de fusões e reorganizações societárias envolvendo grandes grupos econômicos. No entanto, os responsáveis pelo banco alegaram que os atos de sua gestão bancária, salvo os expressamente previsto em lei, deveriam ser mantidos privados.
O argumento não convenceu a juíza federal Adverci Mendes de Abreu que acatou o pedido do MPF e determinou a publicação dos dados. “O banco está sujeito à Lei de Acesso a Informações Públicas e os contratos da instituição, por envolverem recursos públicos, não são protegidos pelo sigilo fiscal ou bancário”, escreveu a magistrada na decisão.
LAVA-JATO LAVA A ALMA DO BRASILEIRO
No mais cruel dos dias para quem tem culpa no cartório, o Brasil soube que Lula e Dilma ficarão mais próximo do olho do furacão
Augusto Nunes
A edição de VEJA que começou a chegar aos assinantes e às bancas reitera que, no Brasil, sábado é mesmo o mais cruel dos dias para gente com culpa no cartório. E confirma que a Operação Lava Jato tem tudo para lavar a alma do Brasil decente. Como informa a reportagem de capa, o pântano do Petrolão está cada vez mais perto de Lula e Dilma. O padrinho e a afilhada podem ser deslocados na próxima semana para o olho do furacão.
Confira dois trechos do texto que se estende por oito páginas:
1. Os diretores das empreiteiras sabem que novas delações só serão admitidas se revelarem fatos novos ou o envolvimento de personagens importantes que ainda se mantêm longe das investigações. Por isso, o alvo é o topo da cadeia de comando, onde, segundo afirmam reservadamente e insinuam abertamente, estão Lula e Dilma Rousseff.
2. Numa conversa recente, Lula queixou-se da atitude da sucessora: “A Dilma está deixando as coisas correrem. Isso é um grande erro. Se nada for feito, o problema chegará até ela, porque ela era a presidente do Conselho de Administração da Petrobras”.
São apenas uma amostra das revelações que, somadas, avisam: Lula e Dilma não terão motivos para sentir saudade da primeira semana de fevereiro de 2015.
PETROLÃO - REAÇÃO EM CADEIA
Empreiteiras querem levar Lula e Dilma à roda da Justiça
Com os processos da Operação Lava-Jato a caminho das sentenças, as empreiteiras querem Lula e Dilma junto com elas na roda da Justiça
VEJA desta semana revela que os réus por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa querem trazer para a cena do crime o topo da cadeia de comando do petrolão
Há quinze dias, os quatro executivos da construtora OAS, presos durante a Operação Lava-Jato, tiveram uma conversa capital na carceragem da polícia em Curitiba. Sentados frente a frente, numa sala destinada a reuniões reservadas com advogados, o presidente da OAS, Léo Pinheiro, e os executivos Mateus Coutinho, Agenor Medeiros e José Ricardo Breghirolli discutiam o futuro com raro desapego. Os pedidos de liberdade rejeitados pela Justiça, as fracassadas tentativas de desqualificar as investigações, o Natal, o réveillon e a perspectiva real de passar o resto da vida no cárcere levaram-nos a um diagnóstico fatalista. Réus por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa, era chegada a hora de jogar a última cartada, e, segundo eles, isso significa trazer para a cena do crime, com nomes e sobrenomes, o topo da cadeia de comando do petrolão. Com 66 anos de idade, Agenor Medeiros, diretor internacional da empresa, era o mais exaltado: “Se tiver de morrer aqui dentro, não morro sozinho”.
A estratégia dos executivos da OAS, discutida também pelas demais empresas envolvidas no escândalo da Petrobras, é considerada a última tentativa de salvação. E por uma razão elementar: as empreiteiras podem identificar e apresentar provas contra os verdadeiros comandantes do esquema, os grandes beneficiados, os mentores da engrenagem que funcionava com o objetivo de desviar dinheiro da Petrobras para os bolsos de políticos aliados do governo e campanhas eleitorais dos candidatos ligados ao governo. É um poderoso trunfo que, em um eventual acordo de delação com a Justiça, pode poupar muitos anos de cadeia aos envolvidos. “Vocês acham que eu ia atrás desses caras (os políticos) para oferecer grana a eles?”, disparou, ressentido, o presidente da OAS, Léo Pinheiro. Amigo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos tempos de bonança, ele descobriu na cadeia que as amizades nascidas do poder valem pouco atrás das grades.
Na conversa com os colegas presos e os advogados da empreiteira, ele reclamou, em particular, da indiferença de Lula, de quem esperava um esforço maior para neutralizar os riscos da condenação e salvar os contratos de sua empresa. Léo Pinheiro reclama que Lula lhe virou as costas. E foi dessa mágoa que surgiu a primeira decisão concreta do grupo: se houver acordo com a Justiça, o delator será Ricardo Breghirolli, encarregado de fazer os pagamentos de propina a partidos e políticos corruptos. As empreiteiras sabem que novas delações só serão admitidas se revelarem fatos novos ou o envolvimento de personagens importantes que ainda se mantêm longe das investigações. Por isso, o alvo é o topo da cadeia de comando, em que, segundo afirmam reservadamente e insinuam abertamente, se encontram o ex-presidente Lula e Dilma Rousseff.
(...)
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
DESGOVERNO ESTÁ DECIDIDO A ENTERRAR O BRASIL E A PETROBRAS
Dilma só tem uma saída honrada e honrosa: anunciar a privatização da Petrobras depois da desratização. Mas não fará isso, é claro! Enterrará a estatal e o país
Por Reinaldo Azevedo
Dilma Rousseff poderia fazer um bem imenso ao Brasil e à Petrobras. Mas ela não vai. Já chego lá.
A estatal é um retrato do Brasil sob a era petista: gigante, depauperada, sucateada, com futuro incerto. Imaginem o que aconteceria se, nas campanhas eleitorais de 2006, 2010 e até 2014, um candidato do PSDB dissesse isto: “A Petrobras precisa redefinir o seu tamanho”. João Santana, aquele marqueteiro que só fala a verdade, iria para a TV acusar os tucanos de tentar privatizar a empresa. Pois foi o que falou nesta quinta, em teleconferência com analistas, a presidente da estatal, Graça Foster. Foi além: a gigante cambaleante terá de reduzir seus investimentos em exploração e refino ao mínimo necessário. Trata-se de uma medida preventiva para assegurar o caixa da empresa.
Como é que essa decisão se casa com a obrigação que tem a Petrobras de ser parceira da exploração do pré-sal? Ora, não se casa. Lembram-se daquela cascata da dupla Lula-Dilma em 2010 segundo a qual o óleo lá das profundezas era um bilhete premiado? Isso ficou para trás. O mais impressionante é que, no discurso proferido antes da reunião ministerial de terça-feira, a soberana mandou brasa: “Temos de apostar num modelo de partilha para o pré-sal, temos de dar continuidade à vitoriosa política de conteúdo local”. Nesta quinta, na prática, Graça estava dizendo que a fala da sua chefe é pura cascata.
Graça foi além. A Petrobras, que já estuda não pagar dividendos a seus acionistas, resolveu congelar as obras de Abreu e Lima, em Pernambuco, e da Comperj, no Rio — ambas com suspeitas de superfaturamento e no epicentro da roubalheira perpetrada pela quadrilha que comandou os destinos da empresa por mais de dez anos.
A Petrobras está no chão. Em dois dias, suas ações caíram praticamente 15%, consequência da patuscada protagonizada pela empresa, que divulgou um balanço de mentira. Na quarta-feira, a companhia destacou em seu balanço empreendimentos superavaliados em R$ 88,6 bilhões. Diante do número, Dilma fez aquilo que mais sabe fazer: ficou furiosa. Ela não suporta a conspiração dos fatos.
Então ficamos assim: aquela que já foi a maior empresa brasileira tem ativos superestimados em R$ 88,6 bilhões; já calcula em R$ 4 bilhões só o montante da roubalheira; pensa em não pagar dividendos; divulga um balanço não auditado; congela obras em andamento; reduz à sua expressão mínima a exploração e o refino de petróleo, suas principais áreas de atuação, e sua presidente diz que a apuração das falcatruas pode durar muitos anos.
E Dilma? Ah, Dilma Rousseff poderia fazer com que a empresa, que hoje deve valer pouco mais de R$ 100 bilhões na Bolsa, volte a valer quase R$ 400 bilhões. Bastaria ir à televisão e anunciar: “Assim que sanarmos as contas, vamos privatizar a Petrobras”. As ações subiriam de modo vertiginoso e contínuo. É certo que alguns vagabundos e larápios tentariam organizar alguns protestos… A população, cansada de ser roubada e de pagar a gasolina mais cara do mundo, certamente aplaudiria. Antes que as antas se levantem: todas as riquezas do subsolo brasileiro pertencem à União, pouco importa quem as explore.
Mas Dilma não vai fazer isso. O PT está decidido a enterrar o Brasil e a Petrobras, dois gigantes cambaleantes.
TERROR DE DILMA, EDUARDO DEFENDE SUA CANDIDATURA "C'UNHAS" E DENTES
MEDO FAZ O PLANALTO HESITAR SE ‘ATROPELA’ CUNHA
Candidato a presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) agora conta com o temor de quem mais o despreza: Dilma já não sabe se é pior a vitória dele ou vê-lo como líder do PMDB ressentido com o rolo compressor que o governo eventualmente acione para derrotá-lo. Tido no governo como “gênio do mal”, Cunha consegue aos poucos consolidar no próprio Planalto a sensação do “já ganhou”.
Quem tem trabalhado na campanha de Eduardo Cunha é sua filha, a publicitária Danielle Cunha. Ela cuida das redes e do PMDB Jovem.
Tanto Eduardo Cunha quanto Arlindo Chinaglia espalharam cartazes e faixas ao longo da Esplanada dos Ministérios.
Para “tranquilizar” Dilma, Eduardo Cunha mandou dizer a ela que é “fofoca” a ameaça de colocar seu impeachment em votação. Leia na Coluna Cláudio Humberto.
BANDEIRA VERMELHA NÃO MOBILIZA A POPULAÇÃO
Com black blocs e sem adesão popular, protestos do MPL se esvaziam
Manifestações estão longe de reunir dezenas de milhares de pessoas, como em 2013. Enquanto vândalos afastam cidadão comum, pauta da 'tarifa zero' já não provoca mobilização
Uma cena emblemática marcou o quarto protesto do ano organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL), na sexta-feira passada: irritado com o bloqueio do trânsito, um passageiro colocou o corpo para fora da janela do ônibus e começou a esbravejar contra os manifestantes – queria chegar logo em casa, gritava. O desabafo acabou em discussão acalorada com os integrantes do protesto, e a Polícia Militar teve de intervir para evitar agressões. O episódio não influiu nos rumos da marcha, mas dá um claro indicativo do que tem ocorrido com os protestos do MPL em 2015. O grupo não consegue mais reunir apoio em massa da população, por quem diz lutar, e os atos tornam-se mais vazios a cada semana. Some-se a isso a umbilical relação entre o Passe Live e os black blocs e o cenário que se desenha é o seguinte: ignorados pelos paulistanos, os protestos têm se reduzido apenas a palco de ação dos baderneiros.
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Embora as confirmações de presença nos protestos convocados pelo MPL no Facebook não sejam um parâmetro para o que se verá na rua, até mesmo na página do grupo na rede social é possível perceber o esvaziamento dos atos: no primeiro deles, havia 49.000 pessoas confirmadas; no segundo, 25.000; no terceiro, 10.000; no quarto, 9.000; no quinto, 8.000; no sexto, 5.500. Pelas estimativas da PM, a linha decrescente se mantém. Entre o primeiro e o sexto protestos deste ano, o número de manifestantes caiu de 7.000 para 1.000. Sempre muito mais otimistas do que os números da PM, os do MPL também indicam queda na adesão aos protestos: de 30.000 no primeiro para 10.000 no mais recente.
O que se nota é um fenômeno oposto ao ocorrido em junho de 2013, quando os protestos foram reunindo cada vez mais gente. Naquele ano, à medida que cresciam, as manifestações se desvinculavam do MPL e de sua principal reivindicação – a tarifa zero –, aglutinando grupos de diferentes vertentes e pleitos diversos. Como diziam os manifestantes, “não era só pelos 20 centavos”. As pautas reuniam então de pedidos por melhoria dos serviços públicos à redução da maioridade penal. Na maior manifestação desde o movimento dos caras-pintadas, em 17 de junho de 2013, os protestos chegaram a reuniram 65.000 pessoas em São Paulo e 100.000 no Rio de Janeiro. O gigante havia acordado, chegou-se a acreditar. Com o passar do tempo, contudo, os vândalos do Black Bloc apropriaram-se de tal forma dos atos que o cidadão comum passou a se afastar dos protestos.
Para Denise Paiero, professora de comunicação e semiótica do Mackenzie, que elaborou sua tese de doutorado sobre as manifestações de junho, dificilmente os protestos deste ano ganharão a mesma força dos daquele período. “Em 2013, as pessoas começaram a sair na rua não por causa do MPL, mas para mostrar que podiam protestar”, afirma. “Surgiram então várias demandas, e o preço das passagens era apenas uma delas. Quando prefeitura e governo recuam, aquilo que unia os manifestantes se perde. Agora, vai ser difícil aglutinar todas aquelas pessoas em torno de uma mesma demanda, porque já houve a ruptura lá atrás”, explica.
Apesar do MPL alardear que o ato contra a tarifa é nacional, o movimento está longe de alcançar outros Estados, como ocorreu em 2013. Protestos organizados no Rio, Belo Horizonte, Florianópolis não chegaram a reunir mais de 1.000 pessoas neste mês.
Além dos militantes do MPL, quem comparece aos atos hoje são, na maioria, estudantes da Universidade de São Paulo (USP), grupos ligados a partidos de extrema esquerda, como o Psol, PSTU, PCO e PCB, além de punks e anarquistas. Sem que o Passe Livre jamais tenha condenado agressões e atos de vandalismo promovidos pelos black blocs, os mascarados também são presença garantida nos protestos. A pauta continua a mesma: passe livre – apesar da pressão de grupos de esquerda em direcionar os protestos para a crise hídrica. Em seus discursos e panfletos, o próprio MPL reconhece que é impossível fornecer serviço grátis sem mexer no bolso do contribuinte, e defende a estatização e o aumento de impostos para subsidiar o transporte público.
Para o militante do MPL Heudes Oliveira, os atos estão menores devido às “ações de desmobilização” engendradas pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB), como o anúncio do reajuste no período de férias e da tarifa zero para estudantes de baixa renda. “Já existe passe livre [para alunos da rede pública] em um monte de cidades, como no Rio de Janeiro. E o prefeito, que já foi professor, não sabe que nós aprendemos muito mais fora da escola?”, questiona. “As manifestações podem estar diminuindo no centro, mas estamos organizando muitos atos na periferia”, completa.
Ante a fraca adesão popular, os governantes também têm lidado de forma diferente com as manifestações deste ano. Tanto Alckmin como Haddad, por ora, deram pouca atenção ao movimento e têm se preocupado muito mais com outros problemas de São Paulo, como a crise hídrica. Durante as coletivas de imprensa das quais as autoridades participaram neste mês, poucas vezes foi levantada a questão da tarifa zero.
O professor de sociologia da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), Emerson Girardi, avalia que outros temas têm ofuscado a questão do aumento nas passagens – e que, pelo fato de a Copa do Mundo e as eleições já terem passado, o “poder de barganha” dos manifestantes diminuiu. “Outras questões estão tomando um espaço maior do noticiário, como os escândalos de corrupção e a crise da água”, avaliou.
Mais longe da população, os protestos ficam cada vez mais perto dos vândalos. Dos seus atos convocados neste ano, quatro terminaram em confronto entre manifestantes e a polícia, e os outros dois registraram tumultos. Como em 2013, o MPL foi conivente com a quebradeira em todos os casos, argumentando que ela aconteceu por causa da “repressão policial”. Já a PM tem buscado mais diálogo com os manifestantes, e usado a estratégia do envelopamento nas passeatas, cercando o grupo para antecipar-se à ação dos baderneiros. Embora a truculência muitas vezes não seja, de fato, uma característica exclusiva dos manifestantes, os agentes da PM já não protagonizam as verdadeiras cenas de guerra que se via nos protestos de 2013: o recrudescimento da ação policial também contribuiu para que as manifestações aumentassem de tamanho naquele ano.
Se em 2013, prefeito e governador se viram obrigados a recuar do ajuste, não há qualquer sinal de que isso venha a ocorrer neste ano. O MPL, contudo, pretende seguir bloqueando as principais avenidas de São Paulo ao menos duas vezes por semana – e o cidadão comum, ao que parece, seguirá apenas chegando mais tarde em casa.
CAIU NA REDE DO PT, É CANA
Advogado de Youssef diz que seu cliente serviu a um projeto de poder liderado pelo PT e não era chefe de nada. Querem saber? Ele está falando a verdade! Ou: Faz sentido Kátia Rabello estar presa, e José Dirceu, no conforto do lar?
Por Reinaldo Azevedo
Temos de estar preparados para a possibilidade de pessoas que cometeram crimes, como os empreiteiros ou o doleiro Alberto Youssef, dizerem a verdade. E isso não os torna inocentes. Apenas põe as coisas nos seus devidos termos. Se qualquer um dos presos da Operação Lava-Jato afirmar que a lei da gravidade existe, serei obrigado a concordar. Nem precisarão insistir que o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos porque, ora vejam!, é mesmo. É algo que se pode verificar empiricamente. Nem é preciso recorrer à abstração do gato de Schrödinger, que explica — ou complica — a mecânica quântica. Não entendeu esse papo de gato? Pesquise lá. É fascinante. O que estou dizendo é que pessoas pelas quais não nutrimos grande admiração moral podem falar a verdade.
Antonio Augusto Figueiredo Basto, advogado de Youssef, apresentou nesta quarta à Justiça Federal a defesa do doleiro. Lá está escrito, com todas as letras, que “agentes políticos das mais variadas cataduras racionalizaram os delitos para permanecer no poder, pois sabiam que, enquanto triunfassem, podiam permitir e realizar qualquer ilicitude, na certeza que a opinião pública os absolveria nas urnas”. Em suma: Youssef foi um serviçal de um projeto de poder. Não era o líder de nada. O texto prossegue: “Não é preciso grandes malabarismos intelectuais para reconhecer que o domínio da organização criminosa estava nas mãos de agentes políticos que não se contentavam em obter riqueza material, ambicionavam poder ilimitado com total desprezo pela ordem legal e democrática, ao ponto de o dinheiro subtraído dos cofres da Petrobras ter sido usado para financiar campanhas políticas no Legislativo e Executivo”.
Querem saber, o advogado de Youssef fala a verdade. Ou alguém acredita que o doleiro chegou metendo os pés da porta do Palácio do Planalto ou do Palácio do Congresso para impor a sua vontade? Ou alguém acredita que, sem a liderança dos políticos, Youssef teria conseguido vender os seus serviços? O petrolão não pode terminar como o mensalão, com os agentes políticos já na rua, e a banqueira e o publicitário presos. Afinal, a quem serviam e para quem trabalhavam?
Conversei com Basto ontem à noite. Ele não está afirmando que seu cliente é inocente como as flores. Se achasse que não cometeu crime nenhum, acordo de delação premiada para quê? Ele busca justamente minimizar a pena desde que o acusado ou réu ajude a iluminar os meandros do crime — logo, crime houve. Mas alguém é tolo o bastante para supor que Youssef era chefe de alguma coisa?
Conheço as leis e sei como e por que, no fim das contas, a banqueira Kátia Rabello está presa, em regime fechado, condenada a 16 anos e 8 meses de cadeia, e José Dirceu, já em prisão domiciliar e se organizando para disputar postos de poder no PT. Ora que mimo! Ele acabou condenado por um crime: corrupção ativa; ela, por quatro: gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha. Digamos que a pena dela tenha sido justa… E a dele?
Os advogados não se assanhem a me explicar como funciona a tipificação dos crimes e a dosimetria. Conheço isso tudo direitinho. Mas só se chega a essa perversidade técnica — então a banqueira conseguiu fazer uma quadrilha para servir ao esquema gerenciado por Delúbio, mas ele não é quadrilheiro? — porque a leitura inicial do mensalão estava errada. E só se revelou com clareza nos votos de alguns ministros, muito especialmente Gilmar Mendes, Ayres Britto e Celso de Mello.
O mensalão foi uma das ações empreendidas pelo PT para tomar o estado de assalto. Foi obra, como definiu Celso de Mello no julgamento, de “marginais do poder”.
Qualquer pessoa que leia direito o que vai aqui percebe que não estou pedindo para aliviar a barra de ninguém, não. Até porque, parece-me, os bens que Youssef aceitou entregar à União deixam claro que já não sairá incólume. Mas é preciso não perder de vista o que está em curso.
Entendo que o agente público que pratica delinquência mereceria uma pena ainda mais severa do que a do agente privado: além de macular os interesses da coletividade, como qualquer bandido, ele também trai a confiança que nele foi depositada pela sociedade, por intermédio do ente estatal. Usa de uma posição de poder para delinquir com menos risco.
Youssef certamente não agia por ideologia, partidarismo, convicção ou o que seja. A população brasileira não depositou nele sua boa-fé e suas esperanças. Mas o que dizer daqueles para os quais trabalhou, com quem negociou, para os quais operou?
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
PETROLÃO - A BELA ENFRENTA AS FERAS
Lava Jato: juiz vai ouvir Venina na próxima terça
Ex-gerente da Petrobras que alertou sobre esquemas de desvios de recursos da estatal já foi ouvida e apresentou documentos ao Ministério Público
A ex-gerente da Diretoria de Refino e Abastecimento da Petrobras, Venina Velosa da Fonseca, que disse ter alertado a cúpula da Petrobras sobre irregularidades e desvios na estatal, vai prestar depoimento à Justiça Federal do Paraná na próxima terça-feira. O juiz Sergio Moro, que é responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, aceitou nesta quinta que o Ministério Público substituísse o depoimento do executivo João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado, apontado como laranja de Alberto Youssef e responsável por gerenciar as contas do doleiro na Suíça, pela oitiva de Venina.
Em dezembro, a ex-gerente já havia prestado os primeiros esclarecimentos ao Ministério Público e confirmado que os altos diretores da companhia, incluindo a presidente da Petrobras, Graça Foster, foram avisados previamente por ela e sabiam pelo menos desde 2009 de irregularidades na estatal. Venina prestou esclarecimentos na condição de testemunha de acusação e, sob juramento, apresentou às autoridades notas fiscais, cópias de e-mails, atas de auditoria, relatórios internos da petroleira e deixou com o Ministério Público até seu próprio computador pessoal, com detalhes de como foram celebrados contratos na companhia.
De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, Venina começou a suspeitar de problemas quando percebeu que os gastos com pequenos contratos de prestação de serviços avançaram de 39 milhões de reais para 133 milhões de reais em 2008, sem razão clara. Em sua apuração interna, a gerente detectou que a estatal estava pagando por serviços de comunicação que sequer estavam sendo prestados. Sua primeira atitude foi informar Paulo Roberto Costa, seu superior direto, e pedir mais rigor na fiscalização dos contratos. Paulo Roberto Costa, segundo Venina, apontou para o retrato de Lula em sua sala e perguntou: "Você quer derrubar todo mundo?". A gerente então encaminhou as denúncias ao presidente Gabrielli que, após auditoria interna, acabou demitindo o diretor de Comunicação, Geovanne de Morais.
Conforme o jornal, a diretoria atual da Petrobras não impediu um esquema de desvio de milhões de reais no exterior, causado pelo pagamento de comissões extras a negociadores de óleo combustível, os traders. A informação tem como base documentos internos e mensagens encaminhadas por Venina. Segundo a publicação, os negociadores da Petrobras vendiam petróleo a um valor mais baixo, recebendo, por fora, comissões dos compradores — o que prejudicava os resultados da empresa.
Os traders beneficiados atuavam em Cingapura, onde Venina trabalhou, e também em outros escritórios da petroleira no exterior. Apesar das denúncias, esses negociadores não foram descredenciados pela estatal, mas receberam suspensões temporárias e voltaram a trabalhar. Já Venina teve seu salário cortado em aproximadamente 40% e foi afastada do cargo.
MAQUIAGEM NA PETROBRAS A PEDIDO DE DILMA
MANTEGA E DILMA FIZERAM A PETROBRAS EXCLUIR O ROUBO DO BALANÇO
Ministros, ex-ministros e a própria presidente Dilma Rousseff estão por trás da decisão de expurgar do balanço financeiro da Petrobras as perdas decorrentes do assalto à estatal, no maior caso de corrupção da História do Brasil e um dos maiores de todos os tempos, no mundo, desmantelado pela Operação Lava, da Justiça Federal. Dilma inclusive participou pessoalmente as tratativas.
Os ex-ministros Guido Mantega (Fazenda) e Miriam Belchior (Planejamento) estiveram à frente dos entendimentos e cuidaram da “maquiagem” do balanço financeiro, a pedido de Dilma, segundo fontes do Planalto.
Na concepção dessas pessoas, incluir o prejuízo no balanço colocaria em risco a empresa, que poderia ter suas contas rejeitadas por CVM e SEC (órgãos de controle das bolsas de valores no Brasil e nos Estados Unidos, respectivamente), com sérias consequências para a diretoria e conselheiros. Mantega presidiu e Belchior integrou o conselho de administração da Petrobras, no período do assalto à empresa. Graças a essa decisão, já no primeiro dia após a divulgação do balanço as ações “derreteram” e a estatal passou a valer R$ 13,9 bilhões a menos.
E A PETROBRAS VIROU UM BRASIL
Descobrir os mandantes políticos dos desmandos na Petrobras? Para quê? Ou você acha que se José Dirceu tivesse disputado uma vaga ao Senado no ano passado não teria sido eleito? Ora bolas. E se Lula for o “capo”? Ou ele e mais Dilma? Alguém acha que vai acontecer alguma coisa? Sinceramente, depois que todos os bandidos do grupo dos agentes públicos forem escancarados, vai me dizer que você acha que, num país comandado pelo PT de Lula, num país onde uma Graça Foster ainda está no comando da Petrobras e num país onde ilustres ministros do STF, como Carmem, Rosa, Teori, Tóffoli e Lewandowsky acharam que no Mensalão jamais houve formação de quadrilha, alguma coisa relevante pode acontecer?
Quer saber o que é ainda pior? Só o que eu ouço e leio é que a Petrobras é a empresa mais endividada do mundo, que perdeu várias vezes seu valor de mercado, que está sendo processada mundo afora por acionistas que vão tomar centenas de milhões de dólares dos cofres da companhia, que seu balanço não tem credibilidade, que obras estão sendo canceladas e outros horrores. Uma pessoa normal num país normal diria: “Que terrível! Com isto tudo, os preços da gasolina vão disparar.” No Brasil da Petrobras e do PT, convivemos com aumentos de preços que, se antes eram estancados para tentar melhorar os indicadores econômicos do governo, agora, contrariando o preço que cai no mercado internacional, nos são impostos para melhorar os…indicadores econômicos do governo, desta vez com sinal trocado.
Que coisa. Eis um êxito do PT. Queria que o Brasil fosse que nem a Petrobras e chegou lá.
A maior de todas as alquimias, aconteceu. O PT confundiu Midas com “Mi dás” e fez na Petrobras o que fez com o restante do Brasil. Resultado: o Brasil acabou virando uma estonteada Petrobras. Há os analistas e jornalistas que ainda insistem em falar em “prejuízo da Petrobras”. O que há é prejuízo do Brasil, do povo brasileiro. As pessoas deste país, que pagam impostos, terão de pagar mais esta impostura. Eis por que Graça Foster não é ejetada. O prejuízo não é dela e sim meu, seu e de outros milhões de brasileiros, acionistas ou não. Nem precisa ter carro ou moto. Vamos todos pagar pelos erros do PT, do Conselho da empresa e dos inúmeros dirigentes ladrões da Petrobras e de dirigentes de empreiteiras e fornecedores.
O país sofre tanto, mas tanto com essa gente, que continua votando neles. É uma síndrome de Estocolmo logarítmica. E quanto mais sofre, mais comete erros que são tão inacreditáveis que as urnas eletrônicas é que estão pagando a desconfiança. As urnas eletrônicas são os Irmãos Naves do Brasil do PT.
Pois a Petrobras, gigantesca, rica e poderosa, foi violentada e ficou igual ao Brasil. Ficou podre, corrompida, abusada, que nem o Brasil. A gente sabe o que deve fazer, mas não faz. Não acreditamos mais no Brasil, nem em nós mesmos e por isto votamos nestes restolhos humanos que roubam sem limites éticos, morais ou até mesmo judiciais. Não temos quem os prenda, não temos quem os mantenham presos, não temos nenhum Kakay, nenhum Barroso por nós.
Pois o Brasil virou uma Petrobras. Caiu na real, viu que não estava com aquela bola toda. E todos ficamos mais pobres, mais tristes, com menos esperanças no futuro. O Brasil descobriu que era tudo mentira, que continua a pátria mãe sendo subtraída em tenebrosas transações.
Assim como na Petrobras.
Assim como no Brasil.
INSTRUMENTO DE UMA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Corrupção na Petrobrás é pior que mensalão, diz defesa de doleiro
A defesa do doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato, comparou o esquema de corrupção e propinas na Petrobrás ao mensalão, escândalo que abalou o primeiro governo Lula e culminou com a condenação do ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu. Em defesa prévia entregue à Justiça Federal do Paraná, base da Lava Jato, os advogados de Youssef refutaram a acusação de que ele foi o líder da organização criminosa que se instalou na estatal petrolífera e afirmaram que “o domínio da organização criminosa estava nas mãos de agentes políticos”.
“Sua participação foi subsidiária às ordens de agentes políticos e públicos os maiores responsáveis pelo esquema que desviou fabulosas quantias dos cofres da Petrobrás visando a manutenção de um projeto de poder bem definido, a vontade de submeter partidos, corromper ideias e subverter a ordem constitucional”, afirma o criminalista Antonio Figueiredo Basto, que coordena o núcleo de defesa do doleiro.
“Embora esse projeto de poder não seja novo, haja vista já ter sido implementado antes em outros órgãos públicos conforme restou provado no julgamento da Ação Penal 470/MG, conhecido como ‘mensalão’, no caso vertente foi superlativo quer pelo requinte dos malfeitos quer pela audácia e desmedida ganância dos agentes políticos, que incrustados no poder fizeram movimentar a máquina pública para atender suas exigências desviando valores vultosos da maior empresa do País a Petrobrás”, sustenta Basto.
O criminalista assegura que Youssef “não tinha poder para determinar o favorecimento de qualquer empresa ou pessoa junto à Petrobrás, somente atuava quando os acertos entre políticos, agentes públicos e empresas já haviam sido premeditados e executados”. “Sua função era fazer o dinheiro chegar aos corruptos e irrigar contas de partidos políticos, conforme ele mesmo informou em seu interrogatório”, destaca a defesa. “Podemos afirmar sem qualquer margem de erro que as propinas somente existiram por vontade dos agentes políticos.”
Basto invoca a delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa. “A questão esta cifrada na gestão da Petrobrás. Conforme dito por Paulo Roberto Costa, “réu colaborador”, ele foi “colocado” na Diretoria de Abastecimento com as funções de atender aos pleitos dos partidos da base aliada do governo, PT, PP e PMDB, sendo certo que esses partidos dividiam os valores arrecadados pelo esquema de corrupção na base de 1% a 3%.”
O advogado do doleiro vai além. “Não é preciso grandes malabarismos intelectuais para reconhecer que o domínio da organização criminosa estava nas mãos de agentes políticos que não se contentavam em obter riqueza material, ambicionavam poder ilimitado com total desprezo pela ordem legal e democrática, ao ponto do dinheiro subtraído dos cofres da Petrobrás ter sido usado para financiar campanhas políticas no legislativo e executivo. Agentes políticos das mais variadas cataduras racionalizaram os delitos para permanecer no poder, pois sabiam que enquanto triunfassem podiam permitir e realizar qualquer ilicitude, na certeza que a opinião pública os absolveria nas urnas.”
Ao final do documento de 86 páginas anexado aos autos da Lava Jato , a defesa do doleiro pede ainda a unificação de todas as ações penais e a nulidade das escutas telefônicas realizadas pela Polícia Federal.
“Sua participação foi subsidiária às ordens de agentes políticos e públicos os maiores responsáveis pelo esquema que desviou fabulosas quantias dos cofres da Petrobrás visando a manutenção de um projeto de poder bem definido, a vontade de submeter partidos, corromper ideias e subverter a ordem constitucional”, afirma o criminalista Antonio Figueiredo Basto, que coordena o núcleo de defesa do doleiro.
“Embora esse projeto de poder não seja novo, haja vista já ter sido implementado antes em outros órgãos públicos conforme restou provado no julgamento da Ação Penal 470/MG, conhecido como ‘mensalão’, no caso vertente foi superlativo quer pelo requinte dos malfeitos quer pela audácia e desmedida ganância dos agentes políticos, que incrustados no poder fizeram movimentar a máquina pública para atender suas exigências desviando valores vultosos da maior empresa do País a Petrobrás”, sustenta Basto.
O criminalista assegura que Youssef “não tinha poder para determinar o favorecimento de qualquer empresa ou pessoa junto à Petrobrás, somente atuava quando os acertos entre políticos, agentes públicos e empresas já haviam sido premeditados e executados”. “Sua função era fazer o dinheiro chegar aos corruptos e irrigar contas de partidos políticos, conforme ele mesmo informou em seu interrogatório”, destaca a defesa. “Podemos afirmar sem qualquer margem de erro que as propinas somente existiram por vontade dos agentes políticos.”
Basto invoca a delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa. “A questão esta cifrada na gestão da Petrobrás. Conforme dito por Paulo Roberto Costa, “réu colaborador”, ele foi “colocado” na Diretoria de Abastecimento com as funções de atender aos pleitos dos partidos da base aliada do governo, PT, PP e PMDB, sendo certo que esses partidos dividiam os valores arrecadados pelo esquema de corrupção na base de 1% a 3%.”
O advogado do doleiro vai além. “Não é preciso grandes malabarismos intelectuais para reconhecer que o domínio da organização criminosa estava nas mãos de agentes políticos que não se contentavam em obter riqueza material, ambicionavam poder ilimitado com total desprezo pela ordem legal e democrática, ao ponto do dinheiro subtraído dos cofres da Petrobrás ter sido usado para financiar campanhas políticas no legislativo e executivo. Agentes políticos das mais variadas cataduras racionalizaram os delitos para permanecer no poder, pois sabiam que enquanto triunfassem podiam permitir e realizar qualquer ilicitude, na certeza que a opinião pública os absolveria nas urnas.”
Ao final do documento de 86 páginas anexado aos autos da Lava Jato , a defesa do doleiro pede ainda a unificação de todas as ações penais e a nulidade das escutas telefônicas realizadas pela Polícia Federal.
A CIFRA (BILIONÁRIA) QUE ABALA A PETROBRAS
R$ 88,6 bilhões é a cifra que os brasileiros devem ter em mente, a partir de agora, para avaliar o tamanho do problema provocado pela gestão da Petrobras nos últimos anos - não apenas por corrupção, mas também por ineficiência, orientação política e risco do próprio negócio
A partir desse número, a diretoria da Petrobras terá de chegar a um entendimento com sua auditora, a PricewaterhouseCoopers, sobre o efetivo ajuste nas demonstrações financeiras - se ele será feito e qual seu montante. Os R$ 88,6 bilhões representam a diferença entre o valor pelos quais os ativos estão registrados no balanço da Petrobras e o preço que um terceiro aceitaria pagar por eles, conceito conhecido como "valor justo".
A divulgação dessa cifra bilionária dominou as discussões da reunião do conselho da Petrobras, presidida pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, na segunda feira, que durou quase dez horas. O Valor apurou que representantes do governo não queriam inicialmente divulgar o número, ainda não definitivo. Os conselheiros independentes ameaçaram denunciar o caso à CVM e renunciar aos cargos caso o dado não fosse divulgado. A decisão de informar prevaleceu, porque a cifra, apurada nas avaliações de duas empresas independentes - Deloitte e BNP - foi considerada, ao final, um "fato relevante". A Petrobras espera publicar seu balanço completo, auditado, no fim de maio.
O Valor também apurou que a presidente da estatal, Graça Foster, deve ser substituída quando ficar claro que ela não teve envolvimento no esquema de corrupção. Na avaliação do Planalto, o afastamento de Graça, neste momento, poderia deixar dúvidas sobre sua participação nas irregularidades.
Investidores se decepcionaram com o fato de a Petrobras não ter realizado a tão aguardada baixa contábil em seu balanço e venderam ações da estatal, que lideraram a lista de baixas de ontem na bolsa de São Paulo - Petrobras PN caiu 11,2% e ON, 10,47%. Em nota, o presidente da gestora americana Aurelius Capital Managment, Mark Brodsky, afirmou que a empresa corre o risco de entrar em default técnico.
A "LEITORA" DE DISCURSO
Visivelmente irritada com o operador de Teleprompter, que passava o conteúdo a ser lido muito lentamente, mostra o nível rasteiro da presidente, comprova que não tem ideias próprias, apenas repete o que o marqueteiro escreve, e escancara a total falta de respeito por quem está a seu serviço.
_Bom, eu vou preferir ler, sabe? - disse Dilma aos 39 minutos do vídeo
Assim como a bronca que a presidente Dilma deu no operador do teleprompter revelou aos mais desavisados que aquela fala coloquial na reunião ministerial nada tinha de espontânea, estava toda escrita por ghost writer com viés de marqueteiro, também a revelação do balanço incompleto da Petrobras demonstrou o que provavelmente a maioria já suspeitava: a situação da maior estatal brasileira é caótica, e ninguém sabe qual é o número verdadeiro do rombo que o petrolão causou.
A própria Graça Foster, presidente da empresa, admitiu por escrito "ser impraticável" a quantificação destes valores "indevidamente reconhecidos" (uma variação do famoso "dinheiro não contabilizado" eternizado pelo tesoureiro do PT Delúbio Soares no mensalão).
Sem uma avaliação de auditores independentes, que se recusaram a endossar os números, o balanço do 3 trimestre fez virar pó toda a propaganda lida por Dilma sobre a Petrobras que, segundo ela, "já vinha passando por um rigoroso processo de aprimoramento de gestão" antes do escândalo, e no entanto não foi capaz de dimensionar o verdadeiro buraco nas contas da empresa.
Há informações de que na reunião do Conselho de Administração que aprovou o balanço divulgado, houve pressão de ministros da antiga administração que se opuseram à adoção de critérios para definir as perdas, por considerarem que nem tudo nos 31 projetos que tiveram redução no valor do ativo estava relacionado com perdas por corrupção, mas havia também outros fatores como ineficiência dos projetos ou até atrasos por causa de problemas climáticos.
Como se vê, está longe o dia em que a Petrobras terá, como prometeu a presidente Dilma em seu discurso na reunião ministerial, "a mais eficiente estrutura de governança e controle que uma empresa estatal, ou privada já teve no Brasil". O que impressiona é que o balanço da Petrobras tenha sido divulgado na mesma noite em que a presidente fez seu discurso na reunião ministerial.
Não apenas por que a divulgação foi à noite, quase às escondidas, mas principalmente por que revela um desencontro inacreditável entre o que a presidente disse e o que a estatal mostrou no seu balanço. Um mínimo de coordenação no governo impediria que a Petrobras desmentisse a presidente tão diretamente.
A presidente Dilma também saiu da realidade quando disse que a Petrobras, "a mais estratégica para o Brasil e a que mais contrata e investe no país", teria que continuar a apostar no modelo de partilha para o pré-sal, e dar continuidade à vitoriosa política de conteúdo local.
O problema é que, horas depois, o balanço da empresa, mesmo feito de maneira incorreta, mostrou que a Petrobras terminou o trimestre com um endividamento líquido de R$ 261,4 bilhões, um aumento de 18% (ou R$ 40 bilhões) em relação ao fechamento de 2013, a maior parte dessa dívida em dólar.
Do investimento total, apenas R$ 62 bilhões foram próprios, o restante veio de investidores externos. Isso demonstra que a aposta no sistema de partilha, que obriga a Petrobras a bancar pelo menos 30% de todos os investimentos no pré-sal, é simplesmente inviável, além do fato de que a política de conteúdo nacional nada tem de vitoriosa.
Ela obriga a estatal a comprar equipamentos muito mais caros, além de bancar a ineficiência de empresas criadas para fabricar equipamentos de conteúdo nacional, como a Sete Brasil criada em 2011 para a contratação de sondas marítimas. A Petrobras indicou o comando executivo da empresa, e Pedro Barusco, o executivo que se comprometeu a devolver U$ 100 milhões na Operação Lava-Jato, foi colocado lá.
Agora, a empresa, uma união da Petrobras com bancos como o Pactual BTG e fundos de pensão, está quebrada e teve que ser socorrida pelo BNDES. O desencontro entre as promessas presidenciais e a realidade está cada vez maior, e isso é preocupante.
_Bom, eu vou preferir ler, sabe? - disse Dilma aos 39 minutos do vídeo
Confiram:
Matéria do jornalisa Merval Pereira, em O Globo, explica o porquê de tanta irritação:
PETROBRAS DESMENTE DILMA
A própria Graça Foster, presidente da empresa, admitiu por escrito "ser impraticável" a quantificação destes valores "indevidamente reconhecidos" (uma variação do famoso "dinheiro não contabilizado" eternizado pelo tesoureiro do PT Delúbio Soares no mensalão).
Sem uma avaliação de auditores independentes, que se recusaram a endossar os números, o balanço do 3 trimestre fez virar pó toda a propaganda lida por Dilma sobre a Petrobras que, segundo ela, "já vinha passando por um rigoroso processo de aprimoramento de gestão" antes do escândalo, e no entanto não foi capaz de dimensionar o verdadeiro buraco nas contas da empresa.
Há informações de que na reunião do Conselho de Administração que aprovou o balanço divulgado, houve pressão de ministros da antiga administração que se opuseram à adoção de critérios para definir as perdas, por considerarem que nem tudo nos 31 projetos que tiveram redução no valor do ativo estava relacionado com perdas por corrupção, mas havia também outros fatores como ineficiência dos projetos ou até atrasos por causa de problemas climáticos.
Como se vê, está longe o dia em que a Petrobras terá, como prometeu a presidente Dilma em seu discurso na reunião ministerial, "a mais eficiente estrutura de governança e controle que uma empresa estatal, ou privada já teve no Brasil". O que impressiona é que o balanço da Petrobras tenha sido divulgado na mesma noite em que a presidente fez seu discurso na reunião ministerial.
Não apenas por que a divulgação foi à noite, quase às escondidas, mas principalmente por que revela um desencontro inacreditável entre o que a presidente disse e o que a estatal mostrou no seu balanço. Um mínimo de coordenação no governo impediria que a Petrobras desmentisse a presidente tão diretamente.
A presidente Dilma também saiu da realidade quando disse que a Petrobras, "a mais estratégica para o Brasil e a que mais contrata e investe no país", teria que continuar a apostar no modelo de partilha para o pré-sal, e dar continuidade à vitoriosa política de conteúdo local.
O problema é que, horas depois, o balanço da empresa, mesmo feito de maneira incorreta, mostrou que a Petrobras terminou o trimestre com um endividamento líquido de R$ 261,4 bilhões, um aumento de 18% (ou R$ 40 bilhões) em relação ao fechamento de 2013, a maior parte dessa dívida em dólar.
Do investimento total, apenas R$ 62 bilhões foram próprios, o restante veio de investidores externos. Isso demonstra que a aposta no sistema de partilha, que obriga a Petrobras a bancar pelo menos 30% de todos os investimentos no pré-sal, é simplesmente inviável, além do fato de que a política de conteúdo nacional nada tem de vitoriosa.
Ela obriga a estatal a comprar equipamentos muito mais caros, além de bancar a ineficiência de empresas criadas para fabricar equipamentos de conteúdo nacional, como a Sete Brasil criada em 2011 para a contratação de sondas marítimas. A Petrobras indicou o comando executivo da empresa, e Pedro Barusco, o executivo que se comprometeu a devolver U$ 100 milhões na Operação Lava-Jato, foi colocado lá.
Agora, a empresa, uma união da Petrobras com bancos como o Pactual BTG e fundos de pensão, está quebrada e teve que ser socorrida pelo BNDES. O desencontro entre as promessas presidenciais e a realidade está cada vez maior, e isso é preocupante.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
EMPREITEIRAS PAGAM VIAGENS DE LULA
Empreiteiras pagam viagens de Lula ao exterior
Deve-se a revelação aos repórteres Fernando Mello e Flávia Foreque. A dupla conta que, nas vezes em que deslocou-se a soldo, Lula esteve em países da África e da América Latina. Ouvido, instituto que leva o nome do ex-presidente confirmou os patrocínios. As empresas também. Mas todo mundo disse a coisa não é o que parece ser.
O morubixaba petista viaja para consolidar “a imagem e os interesses da nação brasileira”, informa, por exemplo, o Instituto Lula. Presidente da entidade, o companheiro Paulo Okamotto esclarece: “na esfera internacional, o Instituto Lula tem como principais objetivos cooperar para o desenvolvimento da África e apoiar a integração latino-americana.''
Considerando-se o teor de mensagens diplomáticas apalpadas pela reportagem, os “interesses da nação” estão sendo, por assim dizer, privatizados. “Ao associar seu prestígio às empresas que aqui operam, o ex-presidente Lula desenvolveu, aos olhos moçambicanos, compromisso com os resultados da atividade empresarial brasileira'', escreveu de Moçambique a embaixadora Lígia Scherer.
Lula aterrissou na Bolívia, “com sua comitiva, em avião privado da OAS”, reportou o embaixador Marcel Biato em telegram remetido de La Paz. Na época da viagem, a OAS arrostava em solo boliviano protestos que a impediam de tocar uma obra rodoviária de US$ 415 milhões. O presidente Evo Morales, com quem Lula se reuniu, cancelou o contrato. Mas a construtora não saiu de mãos abanando. Recebeuu uma compensação de U$ 9,8 milhões.
Embora confirme as viagens, o Instituto Lula se nega a informar quanto as empreiteiras retiraram de suas caixas registradoras para bancar os deslocamentos, a estadia e a alimentação do seu patrono. São dados “de caráter comercial e privado, não cabe divulgar valores.'' Hummmm!
Enquanto Lula vendia a própria garganta em palestras de R$ 300 mil, o negócio era esquisito, mas ainda podia ser visto como comércio privado de lero-lero. Lula gosta de jogar palavras ao vento. Se encontra quem o remunere, não está senão mimetizando a turma da Casa Branca e o antecessor FHC. Porém…
Quando um ex-presidente vai a um jantar da Odebrecht no Panamá e se levanta da mesa com três pedidos e o compromisso de levá-los a Dilma Rousseff, pode fazer qualquer coisa, menos consolidar “a imagem e os interesses da nação brasileira.”
FANTOCHES (OU CAPACHOS) DE LULA
O que chamam de habilidade política do chefão nada mais é do que a total ausência de escrúpulos quando lança calúnias para destruir adversários, mas também quando usa seus próprios companheiros para se descolar das "más notícias" e dos escandalosos esquemas de corrupção.
Martaxa, por exemplo, tenta ser dona do discurso da oposição, preparando terreno para que o Lula apareça como o "salvador" de um suposto outro lado do PT.
Infeliz de quem cair nessa lorota, fazer papel de trouxa tem limite.
Infeliz de quem cair nessa lorota, fazer papel de trouxa tem limite.
Os bonecos de Lula e os deveres da oposição
Felipe Moura Brasil
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) escreveu na tarde desta terça-feira em sua página no Facebook, referindo-se ao artigo de Marta Suplicy publicado hoje no Estadão, com novas críticas à presidente Dilma Rousseff:
“A estratégia é óbvia. Marta Suplicy se veste com os argumentos da oposição para conquistar seu passe livre para disputar a Prefeitura de São Paulo, ao mesmo tempo que cria uma corrente petista para descolar Lula da imagem catastrófica de Dilma. Mas não adianta. Dilma é cria de Lula com certidão, RG e DNA.”
Caiado faz bem. A oposição tem de desmascarar o ventríloquo Lula e seus bonecos Marta Suplicy e Gilberto Carvalho, usados para imunizar o ex-presidente contra o eventual fracasso do governo Dilma, conforme já dito neste blog. A estratégia é óbvia: Lula se mantém contra, a favor, favoravelmente contra ou ‘contramente’ a favor do governo – e, dependendo de como estiver a opinião pública na época das eleições, usa a narrativa com maior potencial de angariar votos.
Se Dilma estiver bem, ele é seu Criador. Senão, ela não ouviu seus conselhos etc. e tal.
Se o senador Aécio Neves for esperar quatro anos para reagir à campanha eleitoral do PT, será mais uma vez esmagado pelo marqueteiro petista. Os tucanos já erraram na campanha de 2014 ao cair no jogo de combater o PT e seus 12 anos de governo como um todo, e não a incompetência administrativa de Dilma, uma adversária bem mais fraca do que Lula.
Agora que precisa ao menos se prevenir contra a possível candidatura de Lula em 2018, parece exclusivamente focado em apontar as mentiras de Dilma e os problemas de seu governo.
Carvalho, a “vítima”
Em reunião com cerca de 150 militantes do PT na noite desta segunda-feira, Carvalho ainda defendeu o ex-ministro José Dirceu, afirmando, com o vitimismo de sempre, que as acusações contra ele na Operação Lava Jato, assim como as do mensalão, seriam uma tentativa da oposição de criminalizar o partido e impedir a candidatura de Lula daqui a três anos.
Em reunião com cerca de 150 militantes do PT na noite desta segunda-feira, Carvalho ainda defendeu o ex-ministro José Dirceu, afirmando, com o vitimismo de sempre, que as acusações contra ele na Operação Lava Jato, assim como as do mensalão, seriam uma tentativa da oposição de criminalizar o partido e impedir a candidatura de Lula daqui a três anos.
— Eles querem nos levar para as barras dos tribunais. O envolvimento do Zé (Dirceu) agora de novo é tudo na mesma perspectiva. E a leitura que se impõe diariamente na cabeça do nosso povo é essa de que a corrupção nasce conosco e por isso não temos condição de continuar governando o país — disse, todo coitadinho, o boneco de Lula, como se só quiséssemos levar seus patrões para os tribunais, e não para a cadeia.
Seu afago em Dirceu também pode ser entendido como um afago de Lula, já que o ex-presidente que sabia de tudo do Petrolão, segundo o doleiro Alberto Youssef, morre de medo de que ele o delate também. Depois que Dirceu se mostrou magoado por Lula ter mandado Paulo Okamotto supostamente comprar o seu silêncio em vez de retornar o seu telefonema, algum dos seus bonecos precisava mesmo fazer uma massagem no mensaleiro do Petrolão.
Cadê os demais opositores para denunciar diariamente com firmeza a estratégia lulista e seus movimentos? Até quando vão exercer, também, o papel que o ventríloquo Lula lhes reservou?
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
A VACA ENGASGOU DE TANTO TOSSIR
Venenosa, atira pra todos os lados, mas diz algumas verdades enquanto ainda tenta colar na oposição aquilo que Dilma está fazendo.
Não, dona Marta, as propostas de Aécio Neves para consertar os estragos de doze anos de PT não seriam contra o trabalhador, sua promessa era a de reduzir o número de ministérios e as mordomias dos palácios.
Tenho pensado muito sobre a delicadeza e a importância da transparência nos dias de hoje. Temos vivido crises de todos os tipos: crise econômica, política, moral, ética, hídrica, energética e institucional. Todas elas foram gestadas pela ausência de transparência, de confiança e de credibilidade.
Se tivesse havido transparência na condução da economia no governo Dilma, dificilmente a presidente teria aprofundado os erros que nos trouxeram a esta situação de descalabro. Não estaríamos agora tendo de viver o aumento desmedido das tarifas, a volta do desemprego, a diminuição de direitos trabalhistas, a inflação, o aumento consecutivo dos juros, a falta de investimentos e o aumento de impostos, fazendo a vaca engasgar de tanto tossir.
Assim que a presidenta foi eleita, seu discurso de posse acompanhou o otimismo e reiterou os compromissos da campanha eleitoral: "Nem que a vaca tussa!"
Havia uma grande expectativa a respeito do perfil da equipe econômica que a presidenta Dilma Rousseff escolheria. Sem nenhuma explicação, nomeia-se um ministro da Fazenda que agradaria ao mercado e à oposição. O simpatizante do PT não entende o porquê. Se tudo ia bem, era necessário alguém para implementar ajustes e medidas tão duras e negadas na campanha? Nenhuma explicação.
Imagina-se que a presidenta apoie o ministro da Fazenda e os demais integrantes da equipe econômica. É óbvio que ela sabe o tamanho das maldades que estão sendo implementadas para consertar a situação que, na realidade, não é nada rósea como foi apresentada na eleição. Mas não se tem certeza. Ela logo desautoriza a primeira fala de um membro da equipe. Depois silencia. A situação persiste sem clareza sobre o que pensa a presidenta.
Iniciam-se medidas de um processo doloroso de recuperação de um Brasil em crise. Até onde ela se propõe a ir? Até onde vai o apoio à equipe econômica?
Para desestabilizar mais um pouco a situação, a Fundação Perseu Abramo, do PT, critica as medidas anunciadas, o partido não apoia as decisões do governo e alguns deputados petistas vociferam contra elas. Parte da oposição, por receio de se identificar com a dureza das medidas, perde o rumo criticando o que antes preconizou.
O PT vive situação complexa, pois embarcou no circo de malabarismos econômicos, prometeu, durante a campanha, um futuro sem agruras, omitiu-se na apresentação de um projeto de nação para o país, mas agora está atarantado sob sérias denúncias de corrupção.
Nada foi explicado ao povo brasileiro, que já sente e sofre as consequências e acompanha atônito um estado de total ausência de transparência, absoluta incoerência entre a fala e o fazer, o que leva à falta de credibilidade e confiança.
É o que o mercado tem vivido e, por isso, não investe. O empresariado percebe a situação e começa a desempregar. O povo, que não é bobo, desconfia e gasta menos para ver se entende para onde vai o Brasil e seu futuro.
Acrescentem-se a esse quadro a falta de energia e de água, o trânsito congestionado, os ônibus e metrôs entupidos, as ameaças de desemprego na família, a queda do poder aquisitivo, a violência crescente, o acesso à saúde longe de vista e as obrigações financeiras de começo de ano e o palco está pronto.
A peça se desenrola com enredo atrapalhado e incompreensível. O diretor sumiu.
IMPOSTO DE RENDA - 'CONFISCO DISFARÇADO'
RECEITA FAZ ‘CONFISCO DISFARÇADO’, ACUSA RONALDO CAIADO
Por: Rodrigo Vilela
O deputado federal e senador eleito Ronaldo Caiado (DEM-GO) acusou a Receita Federal de não repassar 1º lote da restituição do Imposto de Renda da Pessoa Física “por conta da dificuldade financeira do governo”.
De acordo com o parlamentar, a atual situação das contas do governo é o verdadeiro motivo por trás da não emissão do 1º lote de restituição, que deveria ter sido entregue no dia 15 de janeiro. Este já é o maior atraso no repasse em 10 anos, conforme revela reportagem do Valor Econômico desta segunda-feira (26).
“Assim como fizeram racionamento de energia disfarçado na semana passada, o governo tenta reter o nosso dinheiro assim, na cara dura. É um confisco disfarçado. Mais um peso para o contribuinte que já foi lesado com o veto ao reajuste na tabela”, protestou Caiado.
O líder se refere ao veto feito pela presidente Dilma Rousseff à emenda que instituía a correção na tabela do Imposto de Renda de acordo com a projeção da inflação de 2014, de 6,5%. Para Caiado, a Receita Federal está sendo usada como mais um instrumento a serviço do “pacote de maldades” da presidente.
“Imaginem o cidadão que está no cheque especial com juros de mais de 100% ao ano esperar por esse dinheiro retido ilegalmente e que só será corrigido pela Selic em 12,25%. O governo deve explicações detalhadas a respeito desse assunto”, afirmou.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
A VACA JÁ TOSSIA ANTES DA ELEIÇÃO
O vice-presidente da República admitiu nesta segunda-feira que Dilma Rousseff já estudava mexer nas leis trabalhistas, como o seguro-desemprego, antes mesmo da eleição. Em entrevista em São Paulo, Temer afirmou que "os ajustamentos começaram a ser examinados no passado". Durante a campanha Dilma repetiu mais de uma vez que não iria alterar as leis trabalhistas "nem que a vaca tussa". O Giro VEJA traz ainda informações sobre inflação, que deve crescer e aparecer, e a bipolaridade de Nestor Cerveró.
PETROLÃO - VEXAME EM DAVOS
FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL - BRASILEIROS PASSARAM VERGONHA COM PERGUNTAS SOBRE ROUBALHEIRA
A comitiva brasileira no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, têm sido questionada sobre o escândalo de corrupção na Petrobras, a mais global das grandes empresas brasileiras. Funcionário do governo alemão até pediu a um diplomata brasileiro para confirmar a informação de que há políticos de partidos governistas que, se não forem presos, poderão até virar ministros do governo Dilma Rousseff.
O curioso funcionário alemão referia-se aos casos de Henrique Alves (PMDB-RN) e Ciro Nogueira (PP-PI) que ainda podem virar ministros.
Além da expressão de espanto, diplomatas brasileiros ainda têm de enfrentar sorrisos dissimulados ridicularizando a corrupção no Brasil.
Joaquim Levy deixou boa impressão em Davos, mas diplomatas acham que a tarefa – insubstituível – de atrair investidores era de Dilma.
…após fazer tudo o que prometeu não fazer “nem que vaca tussa”, faz sentido a primeira aparição pública de Dilma, após a reposse, ter sido na Bolívia.
Leia na Coluna Cláudio Humberto.
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