Segundo o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) Adriano Pires, especialista em energia, o apagão ocorrido na tarde desta segunda-feira (19), que atingiu as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte do país, pode ser classificada como racionamento forçado por geração insuficiente ou estrutura de transmissão insuficiente para atender a demanda.
“O governo gosta de chamar de apaguinho porque não demora muito tempo. O fato concreto é que isso que aconteceu hoje é racionamento de energia. Não estamos tendo energia suficiente para atender [a demanda]. Não está chovendo, está muito calor. Daí não tem outro jeito”, afirma Pires. A CBIE é uma empresa de consultoria e informação especializada no mercado de energia.
O especialista informou que um corte de energia por determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) só costuma ocorrer em situações de problema na geração ou na transmissão. Mas que é preciso esperar para saber o real problema da falta de energia nesta segunda. Segundo as empresas, o corte foi orientado pelo ONS, que até o momento não se pronunciou sobre a falta de energia.
“O sistema de transporte de energia elétrica não aguentou trazer a carga suficiente para atender esse horário de pico”, avalia Pires. Ele lembra que o horário de pico de consumo mudou nos últimos anos e passou a ser o período da tarde, entre 15h e 16h, em razão do uso mais intenso do ar-condicionado.
Adriano Pires alertou que os apagões intencionais devem continuar. ”Infelizmente, se continuar sem chuva e muito calor, não vamos conseguir aumentar a oferta de energia, e vamos continuar tendo esses tipos de eventos muitas vezes”, opina o diretor.
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