Empreiteiras pagam viagens de Lula ao exterior
Deve-se a revelação aos repórteres Fernando Mello e Flávia Foreque. A dupla conta que, nas vezes em que deslocou-se a soldo, Lula esteve em países da África e da América Latina. Ouvido, instituto que leva o nome do ex-presidente confirmou os patrocínios. As empresas também. Mas todo mundo disse a coisa não é o que parece ser.
O morubixaba petista viaja para consolidar “a imagem e os interesses da nação brasileira”, informa, por exemplo, o Instituto Lula. Presidente da entidade, o companheiro Paulo Okamotto esclarece: “na esfera internacional, o Instituto Lula tem como principais objetivos cooperar para o desenvolvimento da África e apoiar a integração latino-americana.''
Considerando-se o teor de mensagens diplomáticas apalpadas pela reportagem, os “interesses da nação” estão sendo, por assim dizer, privatizados. “Ao associar seu prestígio às empresas que aqui operam, o ex-presidente Lula desenvolveu, aos olhos moçambicanos, compromisso com os resultados da atividade empresarial brasileira'', escreveu de Moçambique a embaixadora Lígia Scherer.
Lula aterrissou na Bolívia, “com sua comitiva, em avião privado da OAS”, reportou o embaixador Marcel Biato em telegram remetido de La Paz. Na época da viagem, a OAS arrostava em solo boliviano protestos que a impediam de tocar uma obra rodoviária de US$ 415 milhões. O presidente Evo Morales, com quem Lula se reuniu, cancelou o contrato. Mas a construtora não saiu de mãos abanando. Recebeuu uma compensação de U$ 9,8 milhões.
Embora confirme as viagens, o Instituto Lula se nega a informar quanto as empreiteiras retiraram de suas caixas registradoras para bancar os deslocamentos, a estadia e a alimentação do seu patrono. São dados “de caráter comercial e privado, não cabe divulgar valores.'' Hummmm!
Enquanto Lula vendia a própria garganta em palestras de R$ 300 mil, o negócio era esquisito, mas ainda podia ser visto como comércio privado de lero-lero. Lula gosta de jogar palavras ao vento. Se encontra quem o remunere, não está senão mimetizando a turma da Casa Branca e o antecessor FHC. Porém…
Quando um ex-presidente vai a um jantar da Odebrecht no Panamá e se levanta da mesa com três pedidos e o compromisso de levá-los a Dilma Rousseff, pode fazer qualquer coisa, menos consolidar “a imagem e os interesses da nação brasileira.”
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