(Alvaro Dias) Na sua Carta de Formulação e Mobilização Política, o Instituto Teotônio Vilela comenta a nova pesquisa Datafolha, que mostrou uma queda abrupta da popularidade da presidente Dilma:
"A população parece perceber claramente que a roubalheira coincide com a trajetória política e administrativa da presidente; não há como dissociá-las.
Nestas horas de crise aguda, a resposta petista é sempre a mesma: acusar os críticos de “golpismo”, como fez Dilma na celebração dos 35 anos do PT na sexta-feira, ou tentar igualar a todos na lama, como buscou Lula na mesma ocasião. É a velha tática de quem foi pego na botija", diz o ITV.
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O povo não é bobo (Carta 1078)
Nada melhor que a dura realidade para responder, pronta e adequadamente, as bravatas petistas. Menos de 24 horas depois de o partido do mensalão e do petrolão desfilar teorias conspiratórias na sua festa de 35 anos de fundação, o Datafolha mostrou com cores vívidas a ojeriza que a população cultiva atualmente em relação ao governo do PT.
O dado mais significativo é a monumental queda na popularidade de Dilma Rousseff. Somam 44% os que consideram o governo dela ruim ou péssimo. É a pior avaliação de um presidente da República registrada pelo instituto desde que este século começou. No início de dezembro, eram 24% os que se manifestavam assim.
Ao aumento da desaprovação corresponde, quase milimetricamente, a queda na aprovação da presidente, que baixou de 42% para 23% no período. Há um vaso comunicante ligando diretamente as duas curvas, sem paradas intermediárias – o percentual dos que acham o governo Dilma apenas regular não se alterou (33%).
Neste período de erosão de popularidade, a população deparou-se com uma Dilma muito diferente daquela que o marketing petista exitosamente construíra na campanha eleitoral. Há quatro meses, a presidente faz o oposto do que prometera em cima dos palanques. Ao mesmo tempo revela-se um país muito diferente do que o PT dizia ser o Brasil do momento, principalmente com imensas dificuldades econômicas, a começar pela carestia.
Também por esta razão, 60% dos entrevistados pelo Datafolha disseram que Dilma mentiu na campanha. Ou seja, o estelionato eleitoral não é figura de retórica da oposição, mas sim a percepção verdadeira da população brasileira hoje. Como seus principais atributos, a presidente carrega agora ser “desonesta” (47%), “falsa” (54%) e “indecisa” (50%).
O mar de escândalos que se sucedem nos últimos tempos também alçou a corrupção ao posto de segundo maior problema do país, atrás apenas da saúde, segundo os entrevistados pelo Datafolha. Para 52%, Dilma sabia da corrupção na Petrobras e deixou que ela ocorresse. A população parece perceber claramente que a roubalheira coincide com a trajetória política e administrativa da presidente; não há como dissociá-las.
Nestas horas de crise aguda, a resposta petista é sempre a mesma: acusar os críticos de “golpismo”, como fez Dilma na celebração dos 35 anos do PT na sexta-feira, ou tentar igualar a todos na lama, como buscou Lula na mesma ocasião. É a velha tática de quem foi pego na botija e imputa ao mensageiro o dissabor contido nas mensagens.
Diz-se agora que, à guisa de reação, a propaganda oficial vai tentar ressuscitar figurinos que a presidente envergou no início de seu governo e mostrar uma Dilma gerentona e eficaz, como forma de recuperar simpatia popular. Mas as condições de agora são muito distintas das de outrora: o que quatro anos atrás podia ser novidade hoje é história sobejamente conhecida, que o povo já sabe no que vai dar. A chapa vai ferver.
O dado mais significativo é a monumental queda na popularidade de Dilma Rousseff. Somam 44% os que consideram o governo dela ruim ou péssimo. É a pior avaliação de um presidente da República registrada pelo instituto desde que este século começou. No início de dezembro, eram 24% os que se manifestavam assim.
Ao aumento da desaprovação corresponde, quase milimetricamente, a queda na aprovação da presidente, que baixou de 42% para 23% no período. Há um vaso comunicante ligando diretamente as duas curvas, sem paradas intermediárias – o percentual dos que acham o governo Dilma apenas regular não se alterou (33%).
Neste período de erosão de popularidade, a população deparou-se com uma Dilma muito diferente daquela que o marketing petista exitosamente construíra na campanha eleitoral. Há quatro meses, a presidente faz o oposto do que prometera em cima dos palanques. Ao mesmo tempo revela-se um país muito diferente do que o PT dizia ser o Brasil do momento, principalmente com imensas dificuldades econômicas, a começar pela carestia.
Também por esta razão, 60% dos entrevistados pelo Datafolha disseram que Dilma mentiu na campanha. Ou seja, o estelionato eleitoral não é figura de retórica da oposição, mas sim a percepção verdadeira da população brasileira hoje. Como seus principais atributos, a presidente carrega agora ser “desonesta” (47%), “falsa” (54%) e “indecisa” (50%).
O mar de escândalos que se sucedem nos últimos tempos também alçou a corrupção ao posto de segundo maior problema do país, atrás apenas da saúde, segundo os entrevistados pelo Datafolha. Para 52%, Dilma sabia da corrupção na Petrobras e deixou que ela ocorresse. A população parece perceber claramente que a roubalheira coincide com a trajetória política e administrativa da presidente; não há como dissociá-las.
Nestas horas de crise aguda, a resposta petista é sempre a mesma: acusar os críticos de “golpismo”, como fez Dilma na celebração dos 35 anos do PT na sexta-feira, ou tentar igualar a todos na lama, como buscou Lula na mesma ocasião. É a velha tática de quem foi pego na botija e imputa ao mensageiro o dissabor contido nas mensagens.
Diz-se agora que, à guisa de reação, a propaganda oficial vai tentar ressuscitar figurinos que a presidente envergou no início de seu governo e mostrar uma Dilma gerentona e eficaz, como forma de recuperar simpatia popular. Mas as condições de agora são muito distintas das de outrora: o que quatro anos atrás podia ser novidade hoje é história sobejamente conhecida, que o povo já sabe no que vai dar. A chapa vai ferver.
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