Governo decide multar e aciona PF contra caminhoneiros
Além de aplicar multas de 5.000 reais a 10.000 reais, governo pretende identificar líderes dos protestos que travam as estradas em várias regiões
Sem conseguir negociar com os caminhoneiros que bloqueiam estradas do país em diversos estados, o governo determinou que a Polícia Rodoviária Federal multe os motoristas parados nas rodovias. Além de notificá-los pela infração de trânsito, a decisão tem um objetivo mais importante: identificar os líderes do movimento grevista e, assim, permitir a aplicação de multas por desobediência às ordens judiciais que exigem a desobstrução das vias. Nesse caso, o valor a ser pago varia de 5.000 a 10.000 reais por hora.
A medida anunciada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi a solução encontrada pelo governo para permitir a punição dos grevistas, já que não há um sindicato ou entidade juridicamente constituída a ser responsabilizada pelo movimento. "O governo agirá firmemente no cumprimento da lei e das determinações judiciais", disse Cardozo.
O Executivo também determinou que a Polícia Federal abra inquérito para investigar a prática de crimes por participantes do movimento – entre eles, o de obstrução ao trânsito de outros veículos.
O último dado da Polícia Rodoviária Federal é que existem 97 pontos de bloqueio em sete estados.
O ministro da Justiça explicou que o governo negociou com os representantes constituídos da categoria, apesar de integrantes do movimento afirmarem que os sindicatos não os representam. "O governo reitera que a proposta que foi apresentada foi aceita pela maior parte dos trabalhadores", disse ele.
No início da tarde, três representantes do movimento dos caminhoneiros protocolaram um pedido de audiência com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto. Entre eles, está Ivar Schmidt, que esteve com o ministro nesta quarta e rejeitou a proposta do governo. O grupo pede uma redução, ainda que temporária, no valor do óleo diesel.
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