A escolha do atual presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para assumir o comando da Petrobras gerou críticas da oposição e até de integrantes da base governista. Presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) foi irônico ao comentar a indicação do executivo do banco público para a principal estatal do país. Já petistas saíram em defesa do sucessor de Graça Foster: "É bom executivo", avaliou o presidente nacional do PT, Rui Falcão.
Em sua página na rede social Facebook, Aécio disse que já que Bendine estava no governo, ele foi o único nome disposto a assumir o posto em meio à crise da estatal do petróleo.
"Não tendo conseguido alguém de fora do governo que se dispusesse a ser sócio do maior escândalo de corrupção da história contemporânea do país, restou à presidente buscar dentro do próprio governo o novo presidente da Petrobras. O que retrata à perfeição o slogan da campanha da presidente Dilma: 'governo novo, ideias novas'", comentou Aécio na rede social.
“Consta que ele [Bendine] é um bom executivo, esteve à frente do Banco do Brasil, uma empresa lucrativa, e ele saberá fazer a composição do conselho e fazer uma boa gestão”, defendeu o presidente nacional do PT.
O nome de Bendine foi aprovado pelo conselho de administração da Petrobras na tarde desta sexta-feira. A indicação do executivo do Banco do Brasil para o comando da petroleira foi antecipada pelo Blog da Cristiana Lôbo.
O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), classificou de "improviso" a escolha de Bendine para o comando da estatal. Para o parlamentar, a indicação do ex-presidente do Banco do Brasil para o cargo teve a intenção de "segurar a onda" da crise que se instaurou na Petrobras.
"Eu acho, sinceramente, um improviso. O governo deixou de privilegiar alguém que tivesse um perfil técnico, de credibilidade, e prefiriu alguém que já estava no governo. [...] Não há uma opção para mudar de verdade a Petrobras", disse o democrata.
"[Prevaleceu] o interesse do governo de segurar as pressões internas e não fazer a restauração que precisa do ponto de vista de credibilidade", concluiu Mendonça Filho.
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), ex-líder do governo na Câmara, afirmou que a escolha foi motivada pelos "resultados que o BB apresentou". O petista ressalvou, porém, que a escolha das diretorias da estatal deve ser de pessoas com "conhecimento técnico".
"[Prevaleceu] o interesse do governo de segurar as pressões internas e não fazer a restauração que precisa do ponto de vista de credibilidade", concluiu Mendonça Filho.
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), ex-líder do governo na Câmara, afirmou que a escolha foi motivada pelos "resultados que o BB apresentou". O petista ressalvou, porém, que a escolha das diretorias da estatal deve ser de pessoas com "conhecimento técnico".
“A escolha da presidenta é consequência dos resultados que o BB apresentou. O cargo de presidente é, sem dúvida, o mais importante. Porém, tem que se avaliar os resultados e escolhas das diretorias. Seguramente, eles terão que escolher pessoas do setor com conhecimento técnico para gerir a situação”, enfatizou.
O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), classificou de "decepcionante" a escolha do presidente do Banco do Brasil.
Rubens Bueno lembrou que Bendine era tido como demissionário da presidência do Banco do Brasil por causa do escândalo do empréstimo de R$ 2,7 milhões à apresentadora de TV Val Marchiori, que tinha restrição de crédito por não ter pago outro financiamento do BB. "Não podemos dizer que é um currículo que o recomende para assumir uma empresa da grandeza da Petrobras", disse.
Quando o escândalo estourou, Bendine chegou a entregar o cargo, mas a nomeação de seu sucessor ficou aguardando a escolha do novo ministro da Fazenda, que veio a ser Joaquim Levy. "Esse senhor esperava a demissão e foi presenteado com a presidência da Petrobras. O governo ri na cara da sociedade", afirmou Bueno.
Ao comentar a escolha de Aldemir Bendine para a Petrobras, o líder do PT na Câmara, Sibá Machado, afirmou que o ex-presidente do Banco do Brasil tem “quilate” para assumir a gestão da estatal do petróleo. Na avaliação do parlamentar, Bendine tocou “bem” o banco público.
“Eu vou imaginar o seguinte: a Petrobras é a maior empresa do Brasil e o Banco do Brasil, a segunda maior. Se ele toca tão bem a segunda maior empresa brasileira, certamente tem quilate para tocar a maior empresa brasileira”, disse.
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) disse que a mudança da qual a Petrobras precisa não passa apenas pelo nome do presidente da empresa, mas por um “conjunto de fatores que levaram a Petrobras à calamidade”.
“É preciso indicação de pessoas competentes e que não estejam lá para roubar em nome de partidos políticos, como era o caso dos diretores que o presidente Lula e, na sequência, a presidente Dilma nomearam. É também uma questão de mudança de filosofia de gestão”, afirmou.
Já o vice-líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), admitiu que o nome não provocou boas reações no mercado, mas ponderou que a presidente Dilma Rousseff pode ter tido “dificuldades” em encontrar um nome que atue na iniciativa privada.
"Talvez ela [Dilma Rousseff] não tivesse outra opção. Ela sondou vários nomes, pessoas de mercado que têm um salário muito maior que o de presidente da Petrobras”, afirmou o peemedebista.
(...)
Nenhum comentário:
Postar um comentário