Não se enganem, o líder do PT na Câmara de Deputados (e ex-senador) Sibá Machado pode pisar da jaca de vez em quando (como no caso da ridícula atribuição à CIA da gigantesca manifestação de domingo contra o governo) mas parece decidido a combater à corrupção.
Já deixou claro Sibá, desde o primeiro momento, que não irá proteger ninguém, de dentro ou de fora de seu partido, que esteja envolvido- ou tenha sido envolvido-, em esquemas de falcatruas ou corrupção.
Vamos ver o que vai acontecer na vida real.
Se assim for, o líder do PT poderá em breve enfrentar reação adversa por parte de seus companheiros de partido, pois a cada dia aumenta a lista dos integrantes da agremiação envolvidos em trapalhadas. O último dos quais, o próprio tesoureiro do PT.
Sibá se orgulha, com toda razão, de que seu currículo internacional no Senado Federal começou (2003) com uma visita à Itália, onde teve a oportunidade de conversar com parlamentares que participaram da elaboração das leis que resultaram na operação Mãos Limpas.
Pode o deputado Sibá constatar em primeira mão com seus colegas italianos, o dano que as instituições mafiosas causam à sociedade.
A máfia original, ou as entidades a ela assemelhadas, são estruturas criminosas, administradas por grupos que se escondem nas sombras e que, segundo a definição da entidade Societates, “estendem seus tentáculos por todos os círculos estatais”, penetrando nos meandros financeiros e políticos.
Qualquer semelhança com o que fez o PT no Brasil não é mera coincidência.
Assim como está acontecendo hoje no Brasil, na década de 1980 os italianos se cansaram de viver no meio de tanto medo e da crescente roubalheira que se instalara no país. A Operação Mãos Limpas foi uma corajosa decisão do Ministério Público e da Justiça italiana de acabar com a festa da organização criminosa. E conseguiu.
Interessante observar que no caso da Mãos Limpas se cruzaram as trajetórias de Sibá e do juiz do Lava-Jato, Sérgio Moro.
Há cerca de dez anos, Sérgio Moro, escreveu um trabalho inspirado na referida operação, realizada na década de 1990, e que desmantelou o esquema de pagamentos de subornos entre políticos e empresários em Milão.
Como bem sabe o deputado Sibá Machado, a desmontagem do esquema de corrupção foi possível na Itália porque procuradores obstinados entraram de cabeça na investigação, utilizando o mecanismo da delação premiada, e apoiada por uma opinião pública cansada de corrupção.
Assim como nós!
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