BALANÇO MAL RECEBIDO FEZ AS AÇÕES DA ESTATAL CAÍREM MAIS DE 7%
FERIDA DE MORTE PELA CORRUPÇÃO, A PETROBRAS, QUE LUTA PARA VOLTAR A SER A MAIOR EMPRESA BRASILEIRA. FOTO: MARCOS DE PAULA/ESTADÃO)
Se havia dúvida sobre como o mercado receberia o balanço da Petrobrás, que mostraram uma perda de R$ 6,2 bilhões com corrupção, agora elas acabaram. As ações da Petrobrás abriram com queda expressiva nesta quinta-feira, 23 após a empresa ter anunciado ontem que encerrou 2014 com prejuízo de R$ 21,587 bilhões.
Às 10h25, o papel preferencial (PN) cedia 7,39% e o ordinário (ON) recuava 5,03%, ambos no topo das maiores baixas do Ibovespa. O principal índice da Bolsa, no mesmo momento, registrava desvalorização de 0,68%, aos 54.245 pontos. Um bom sinal veio hoje com a elevação, pelo HSBC, da projeção de preço-alvo para ações PN da Petrobrás de R$ 7 para R$ 9. Ainda assim, a maioria do mercado se desfaz das ações da companhia.
Para calcular as perdas com corrupção, a Petrobrás considerou a a aplicação de um porcentual fixo sobre o valor total de todos os contratos entre 2004 e 2012. Os mesmos 3% que foram indicados nos depoimentos do ex-diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, que depois de preso pela Polícia Federal, revelou o esquema em delação premiada.
A Petrobrás reconheceu em seu balanço financeiro de 2014, divulgado com atraso, a perda de R$ 6,194 bilhões por causa de gastos relacionados à corrupção identificados nas investigações da operação Lava Jato, da Polícia Federal. Outros R$ 44,636 bilhões foram registrados como perdas após revisão no valor de ativos. Com isso, registrou prejuízo de R$ 21,587 bilhões em 2014, o primeiro resultado negativo anual desde 1991.
A estatal pontuou que as investigações internas e externas ainda estão em andamento, mas que já toma medidas jurídicas necessárias perante as autoridades brasileiras para buscar ressarcimento pelos prejuízos sofridos, incluindo aqueles relacionados à sua reputação. A Petrobrás espera, inclusive, entrar com ações cíveis contra membros da Lava Jato.
Dólar
O mercado doméstico de câmbio começou a sessão mais positivo, mas a posição mais defensiva predominava. No horário, o dólar à vista subia 0,46%, a R$ 3,026. A esperança do governo é a de que a publicação dos resultados signifique o começo de uma nova fase para a estatal. (AE)
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