O Ministério das Relações Exteriores escreveu uma das mais tristes páginas de sua história, punindo com suspensão o diplomata Eduardo Saboia, quando na verdade deveria ter a dignidade de condecorá-lo pela coragem de salvar a vida de asilado político sob tutela brasileira.
A punição do diplomata Eduardo Saboia “foi uma decisão absurda e covarde” do governo, para o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que presidiu a Comissão de Relações Exteriores do Senado. E lembra a canção de Caetano: “O avesso do avesso do avesso do avesso”.
Eduardo Saboia foi suspenso por vinte dias porque salvou a vida do senador boliviano.
Para Ricardo Ferraço, a decisão do Saboia, salvando a vida de Molina, “foi absolutamente compatível com os princípios que devem mover nossa política externa: os direitos humanos e o asilo político.” Segundo ele, foi uma decisão focada num princípio nobre: a vida humana.
O diplomata Eduardo Saboia não foi punido apenas pela coragem que falta a seus chefes, no Itamaraty, salvando a vida do senador boliviano Roger Molina ao favorecer sua fuga para o Brasil. A punição é atribuída no Itamaraty à retaliação do governo Dilma ao fato de Saboia ter sido convidado por um senador de oposição, Aloysio Nunes (PSDB-SP), para assessorar a Comissão de Relações Exteriores do Senado.
A requisição de Eduardo Saboia já foi enviada pelo presidente do Senado ao governo, mas a Casa Civil não a retira da gaveta.
A punição a um diplomata da estirpe de Eduardo Saboia apenas reforça a péssima imagem da atual política externa brasileira.
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