segunda-feira, 13 de abril de 2015

REVANCHISMO CONTRA DIPLOMATA HERÓI

ITAMARATY PUNE DIPLOMATA SABOIA POR ASSESSORAR SENADOR TUCANO


ANÕES DIPLOMÁTICOS
O Ministério das Relações Exteriores escreveu uma das mais tristes páginas de sua história, punindo com suspensão o diplomata Eduardo Saboia, quando na verdade deveria ter a dignidade de condecorá-lo pela coragem de salvar a vida de asilado político sob tutela brasileira.

Eduardo Saboia salvou o senador Roger Pinto Molina, ajudando-o a fugir para o Brasil. Perseguido covardemente pelo cocaleiro Evo Morales, ele estava asilado na embaixada em La Paz havia 455 dias.

A punição do diplomata Eduardo Saboia “foi uma decisão absurda e covarde” do governo, para o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que presidiu a Comissão de Relações Exteriores do Senado. E lembra a canção de Caetano: “O avesso do avesso do avesso do avesso”.

Eduardo Saboia foi suspenso por vinte dias porque salvou a vida do senador boliviano.

Para Ricardo Ferraço, a decisão do Saboia, salvando a vida de Molina, “foi absolutamente compatível com os princípios que devem mover nossa política externa: os direitos humanos e o asilo político.” Segundo ele, foi uma decisão focada num princípio nobre: a vida humana.

O diplomata Eduardo Saboia não foi punido apenas pela coragem que falta a seus chefes, no Itamaraty, salvando a vida do senador boliviano Roger Molina ao favorecer sua fuga para o Brasil. A punição é atribuída no Itamaraty à retaliação do governo Dilma ao fato de Saboia ter sido convidado por um senador de oposição, Aloysio Nunes (PSDB-SP), para assessorar a Comissão de Relações Exteriores do Senado.

A requisição de Eduardo Saboia já foi enviada pelo presidente do Senado ao governo, mas a Casa Civil não a retira da gaveta.

A punição a um diplomata da estirpe de Eduardo Saboia apenas reforça a péssima imagem da atual política externa brasileira. 

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