Documentos e depoimentos de Meire ajudaram a Polícia Federal a trilhar o caminho de recursos supostamente desviados para o ex-deputado André Vargas (sem partido, ex-PT), preso nesta sexta-feira, na 11ª fase da Lava Jato, batizada de "A Origem". Aos investigadores, ela declarou que emitiu, a pedido de Youssef, duas notas fiscais que somam R$ 2,3 milhões em favor da IT7 Sistemas, contratada por órgãos públicos como a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).
Segundo Meire, os serviços discriminados nunca foram prestados. Os documentos visariam acobertar transferência de dinheiro para o ex-deputado petista e o irmão dele, Leon Denis Vargas Ilário, também preso nesta sexta.
"Há prova, em cognição sumária, de que Alberto Youssef providenciou, em dezembro de 2013, o repasse de R$ 2.399.511,60 em espécie a André Vargas, numerário este proveniente de empresa que mantém vários contratos com entidades públicas, o que foi feito mediante emissão de notas fiscais fraudulentas por serviços que não foram prestados. Em tese, os fatos configuram crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro", escreveu o juiz Sérgio Moro no despacho em que autorizou as prisões.
Meire Poza reagiu com surpresa à notícia de que André Vargas e outros dois ex-deputados - Pedro Corrêa (PP-PE) e Luís Argôlo (SD-BA), que ela chama de Bebê Johnson - também acabaram na carceragem da PF em Curitiba: "Quem diria".
Para ela, o que está ocorrendo na atual fase da Lava Jato é inédito e contribui para que os políticos levem a PF a sério. "Mesmo para políticos, pode ter consequências. Acho que é um bom começo", comentou, assegurando que nos seus depoimentos "falou" e "provou" a verdade.
(Agência Estado)
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